quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Estatísticas mostram que 80% dos crimes catalogados em Januária têm ligação com drogas

### Dados foram apresentados por juíza na audiência da Comissão de Combate ao Crack realizada na cidade
Foto: Raíla MeloAgência ALMG
Um dado preocupante foi mostrado pela juíza diretora do Fórum da Comarca de Januária, Karen Castro dos Montes, durante audiência pública da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em Januária, no extremo Norte de Minas, na terça-feira (3). A segunda do tipo que a cidade recebeu no mesmo dia – para saber mais clique aqui. Segundo estatísticas apresentadas pela magistrada, mais de 80% dos crimes ocorridos em Januária e municípios vizinhos do Norte de Minas teriam ligação com o consumo de drogas. 
A comarca envolve, além de Januária, os municípios de Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi e Pedras de Maria da Cruz. A reunião foi solicitada pelo deputado Paulo Guedes (PT) e conduzida pelo presidente da comissão, deputado Vanderlei Miranda (PMDB).
“O viciado rouba, mata, estupra - tudo em função da droga. Há briga de gangues ligadas às drogas. Em Januária já há essa realidade”, contou a juíza. Ela enfatizou que o município busca se organizar para reagir à situação e destacou o trabalho em equipe que vem sendo realizado. “A redução da criminalidade aqui se deve à atuação integrada dos vários atores, e não ao fato de não haver droga”, acrescentou.
E o dado mais cruel: pelo 100 crianças e adolescentes podem estar diretamente envolvidos com as drogas, o que, segundo a magistrada, demonstra a necessidade de haver um centro de internação na cidade para fazer frente a esse número.
Para o deputado Paulo Guedes, o crack tem tirado o sono das autoridades e famílias em Januária. “Já avançou para a zona rural e para regiões que não pensávamos antes”, disse. Ele ressaltou que a audiência é uma forma de refletir sobre a questão e unir esforços para o combate. “Toda a sociedade deve se atentar para o problema, disse o deputado, para quem a reunião é também uma forma de cobrar do Estado mais investimentos em segurança pública na região. 
Também presente ao encontro, o deputado Tadeu Martins Leite (PMDB) disse as audiências têm contribuído para amenizar os problemas ligados ao uso do crack e outras drogas. “O Brasil é o maior consumidor de crack no mundo. A realidade vivida em Januária não é diferente dos demais lugares do Estado”, disse. De acordo com ele, as polícias têm pouca estrutura para lidar com a situação. “É preciso melhorar também os salários”. Outra questão apontada por ele diz respeito à precariedade do tratamento de usuários.

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