O ataque realizado por um homem na madrugada deste domingo (26), na Gamboa de Baixo, matou a travesti Sheila Santos, 36 anos. Segundo informações do jornal Correio, ela foi baleada na cabeça e morreu no local. Outras duas pessoas foram atingidas: Osvaldo de Jesus Tavares, 55, morador de Pero Vaz,foi baleado no pescoço e ombro, e Rosemar Linhares Cardoso, 38, residente no Garcia, nas nádegas. Eles foram encaminhados ao Hospital Geral do Estado, onde estão internados. O irmão de Sheila, Flávio Henrique Santos de Souza, 30, também estava no local, mas conseguiu correr. O grupo usava crack no momento do crime. O atirador se aproximou em um carro branco, acompanhado de outros três homens. Um dos quatro homens desceu do veículo, atirou contra o grupo, e fugiu. De acordo com a irmã de Sheila, Cíntia Suzana Santos Souza, 38 anos, Sheila usava crack há dez anos. “Ela começou com maconha. Para o crack foi um pulo. A gente falava tanto, mas a pedra venceu ela”, disse. Ela não queria ser internada para acabar com o vício. Sheila era empregada doméstica no bairro de Tancredo Neves. “Era uma pessoa do bem, o único defeito dela era que usava crack”, apontou a educadora e amiga da família, Alana Carvalho, 34. O Grupo Gay da Bahia (GGB) atribui a motivação do crime a transfobia. “Ela não era ladra, tinha relações com a comunidade. Foi motivo fútil, transfobia. Não foi coisa do ‘movimento’. Foi maldade com pobre, preto, morador de rua e trans”, disse o presidente da entidade, Marcelo Cerqueira. A morte de Sheila se soma a outras 19 o número de crimes contra LGBTs na Bahia registrados este ano. O sepultamento será realizado na tarde desta segunda-feira (27) no Cemitério Campo Santo.
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