Os Correios produziram lucros de mais de R$ 900 milhões nos últimos três anos. Segundo
matéria publicada hoje do Valor Econômico, a partir de dados obtidos internamente pela reportagem, os lucros acumulados pela estatal até outubro deste ano já superam os R$ 836 milhões de reais. Isso coloca os Correios no rol das empresas brasileiras mais lucrativas, depois dos bancos, abrangendo as organizações públicas e privadas.
Além disso, no
Relatório Agregado das Empresas Estatais, publicado nos últimos dias pelo Ministério da Economia, com o cenário da situação econômica das empresas do governo, há outros pontos positivos para os Correios. Vejamos:
- EBTIDA positivo pelo terceiro ano consecutivo (lucro antes de descontados gatos em juros e impostos, e perda em depreciação e amortização);
- registrou o 2º melhor RSPL dentre as estatais federais (retorno contábil obtido com o investimento do capital próprio);
- lucro acumulado de mais de R$ 900 milhões em três anos, como mencionado;
- é a maior estatal em quantidade de empregados e continua registrando resultado positivo, não dependendo do Tesouro Nacional;
- remuneração média dos trabalhadores é a menor dentre todas as estatais federais.
Empréstimos e dependência?Com relação aos R$ 750 milhões que os Correios buscaram no Banco do Brasil, tema recentemente abordado em função de meias verdades proferidas por representantes do governo federal, esse montante foi destinado a cobrir uma devolução de recursos decorrente do distrato do Banco Postal.
Em relação à pequena injeção de recursos que o Tesouro fez nos Correios em 2018, ela aconteceu para investimentos e não para o pagamento de gastos correntes. O valor também é insignificante diante dos bilhões de reais que o mesmo Tesouro levou dos Correios em dividendos extorsivos nos últimos dez anos (cerca de R$ 6 bilhões).
A verdade é que os Correios não oneram o Estado. Ao contrário, representam um contraponto forte às teses ultraliberais, que pregam a ineficiência do Estado como gestor empresarial. É uma empresa lucrativa, que presta um relevante serviço público e tem sobrevivido até mesmo aos constantes ataques do próprio governo e dos apoiadores deste, que reverberam meias verdades ou informações distorcidas.
A Empresa cuida sozinha para manter a universalização postal, ou seja, sua presença nacional, em todos os municípios brasileiros. Assim, a verdade é que os brasileiros não pagam nada para ter seu correio público e ainda usufruem dos dividendos pagos pela Empresa, diferentemente do que ocorre na maioria dos países, incluindo aqueles onde o serviço postal é privado, mas recebem verbas públicas para cobrir a universalização, originadas em impostos.
Quanto aos custos dos Correios, a conclusão de que esses são altos se baseia em quê? Foram comparados com os custos de outros correios? Certamente não. E não dá para comparar organizações tão distintas como as estatais brasileiras e tirar conclusões rasas assim.
Como os Correios não precisam de recursos públicos, uma tese que o Ministério da Economia encontra para tentar justificar suas intenções é um suposto risco de a União ter que bancar a empresa. O governo federal deveria se preocupar com o que não vai bem, com o que precisa de atenção e deixar que os Correios sigam seu caminho, sem interferências que só prejudicam a Empresa e a sociedade brasileira. O Congresso Nacional e sociedade precisam ficar muito atentos a esses argumentos falaciosos do governo, para rechaçá-los, pois não podemos ter no Brasil um apagão postal.
Direção Nacional da ADCAP
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