- Malotes com documentos e computadores apreendidos durante a operação Granfaloon, da Polícia Federal, na Bahia. Políticos e empresários são suspeitos de envolvimento em esquema de fraude
O presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Vitória da Conquista, Élvio Cardoso, está entre os principais suspeitos de um esquema de fraude que teria causado prejuízo de R$ 60 milhões aos cofres públicos na Bahia, segundo a Polícia Federal. Ele foi preso nesta terça-feira (18) por agentes da PF, que efetuaram mais 11 prisões e apreenderam computadores, carros e documentos em dez cidades da Bahia, numa operação denominada "Granfaloon".
Além de Cardoso, a lista de prisões inclui os ex-prefeitos Elbisson Soares (Anagé), Norma Sueli (Caraíbas), José Bahia (Tremedal), Ednaldo Meira, o "Gazo" (Bom Jesus da Serra) e o ex-vice-prefeito de Belo Campo, José Henrique Tigre, o "Quinho". Entre os empresários presos, estão os irmãos Adriano Alves Bastos Moitinho e Matheus Alves Bastos dos Santos, da empresa SBS Bastos de Administração e Serviços, com sede em Vitória da Conquista, e Vagner do Amor Divino Pereira, dono de uma empresa de transportes e urbanização em Poções.
- O delegado chefe da Polícia Federal em Vitória da Conquista, Rodrigo Colbe, anuncia as prisões da operação Granfaloon, na Bahia
O médico e presidente do PSB de Vitória da Conquista, Élvio Cardoso, é suspeito de comandar um esquema de desvio de verbas públicas que teria causado prejuízo aos cofres públicos de R$ 60 milhões, informou a Polícia Federal.
Com cinco empresas em seu nome, Cardoso foi o principal alvo da Operação Granfaloon. Ele foi preso em casa, logo cedo, assim como outros envolvidos na fraude.
O médico e político atuava na articulação com prefeitos e secretários na região, num esquema que envolvia empresas de fachada que não tinham funcionários e algumas delas tinham endereço em um só lugar, e não realizavam os serviços para os quais foram contratadas, informou a polícia.
A ex-prefeita de Caraíbas, Norma Sueli, é mulher do também ex-prefeito da cidade, Lourival Silveira Dias, que foi preso pela Polícia Federal, em 2011, por desvio de verbas públicas.
Ao todo, foram cumpridos 12 dos 13 mandados de prisão temporária.
Durante a operação foram apreendidos oito veículos, três deles zero quilômetro – entre os automóveis estão três Hilux – R$ 15 mil em dinheiro e documentos e computadores usados pelos suspeitos.
Pelos cálculos apresentados pela PF, as prefeituras que mais desviaram verbas foram as de Anagé (R$ 14 milhões), Tremedal (R$ 13 milhões), Bom Jesus da Serra (11 milhões), Belo Campo (R$ 7,3 milhões) e Caraíbas (R$ 7 milhões).
- Veículos apreendidos durante a operação da PF na Bahia
A polícia informou que ficou constatado nas investigações que um grupo de empresários se associava a prefeitos para, através da simulação de licitações e contratação de empresas de fachada para desviar verbas públicas federais das áreas da saúde, educação e transporte.
A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão ainda nos municípios de Dário Meira, Encruzilhada, Paramirim, Poções, Planalto e Ribeirão do Largo.
"Vamos analisar todo o material apreendido para produzir mais provas contra os envolvidos na fraude", disse o delegado chefe da Polícia Federal em Vitória da Conquista, Rodrigo Colbe.
"Constatamos que as empresas contratadas, quando não prestavam o serviço, o faziam de maneira precária. O serviço de coleta de lixo, por exemplo, era feito com uma carroça, enquanto se estava pagando milhares de reais. Já no serviço de saúde, o médico contratado ia apenas uma vez no mês", afirmou o delegado.
"Vamos analisar todo o material apreendido para produzir mais provas contra os envolvidos na fraude", disse o delegado chefe da Polícia Federal em Vitória da Conquista, Rodrigo Colbe.
"Constatamos que as empresas contratadas, quando não prestavam o serviço, o faziam de maneira precária. O serviço de coleta de lixo, por exemplo, era feito com uma carroça, enquanto se estava pagando milhares de reais. Já no serviço de saúde, o médico contratado ia apenas uma vez no mês", afirmou o delegado.
A operação Granfaloon é resultado da apuração de vários inquéritos policiais instaurados na Delegacia da Polícia Federal, em Vitória da Conquista, desde 2009.
Advogados dos suspeitos que estavam nesta terça-feira na delegacia da Polícia Federal em Vitória da Conquista informaram que iriam analisar a situação de seus clientes e avaliar a possibilidade de pedir habeas corpus.
Advogados dos suspeitos que estavam nesta terça-feira na delegacia da Polícia Federal em Vitória da Conquista informaram que iriam analisar a situação de seus clientes e avaliar a possibilidade de pedir habeas corpus.
Os presos serão levados ainda nesta terça para o presídio da cidade e serão indiciados pelos crimes de fraude em licitações, desvio de verba pública e formação de quadrilha. As penas, somadas, chegariam a 46 anos de reclusão.
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