Na última semana, a reportagem do Diário do Litoral esteve no Café Teatro Rolidei para falar sobre os 25 anos do Grupo TamTam e também sobre o espetáculo “A Terra Pode Ser Chamada de Chão”. Mas é impossível falar só disso.
A primeira entrevistada foi a psicóloga Claudia Alonso. O local quente, em uma daquelas tardes com quase 40ºC deste verão. Um ar condicionado e dois ventiladores tentavam dar conta. Mas quem se importa? Entre uma explicação e outra, um aluno entrava. Para todos, um sorriso, um aceno ou um abraço. E entrava vários tipos, assim como ela dizia: “Aqui nós aceitamos todos. Louco, down, asperger, homossexual, heterossexual, com óculos, de aparelho, louro, negro. Não há diferenças”, afirma.
No TamTam, o diferente é arte. Isso, o sorriso de cada aluno demonstrava. Nem calor, nem dificuldade, nem deficiência. Nada escondeu o carinho envolvido no projeto. “São 25 anos sem perder a nossa essência. Não temos subvenções, mas temos uns aos outros. E não temos pena de ninguém. Trabalhamos com a pluralidade e foi o Renato (Di Renzo) quem plantou isso. Esta forma de lidar com o outro é encantadora”, orgulha-se a psicóloga.
Enquanto Claudia conversava com a equipe do DL, os alunos se ajudavam na confecção de roupas, acessórios e cenários para o espetáculo “A Terra Pode Ser Chamada de Chão”, que será apresentado hoje no Teatro do Sesc, em comemoração ao aniversário do grupo e também para fechar um ciclo de atividades desenvolvidas em conjunto com a Secretaria de Cultura do Estado.
“Durante seis meses, recebemos uma verba do Estado para desenvolver atividades como dança, balé, teatro, reciclagem, literatura e poesia, entre outros. Foram 190 beneficiários. Tudo o que eles aprenderam com esses cursos será apresentado no espetáculo. É o encerramento do projeto que acabou casando com a comemoração de aniversário”, explica Claudia.
Na peça, 45 pessoas atuando com todas as suas particularidades. Alguns com muita experiência e anos de grupo, outros com poucos meses de convivência. No fim, o aprendizado é maior do que a atuação. “Aqui a gente aprende que tem que descer do pedestal, senão não é TamTam. É um trabalho de resistência, resiliência e repertório. Cada um com a sua bagagem e o que tem para mostrar. E então você passa a se encantar todo o dia com o outro e com a potência que ele tem”, comenta.
A primeira entrevistada foi a psicóloga Claudia Alonso. O local quente, em uma daquelas tardes com quase 40ºC deste verão. Um ar condicionado e dois ventiladores tentavam dar conta. Mas quem se importa? Entre uma explicação e outra, um aluno entrava. Para todos, um sorriso, um aceno ou um abraço. E entrava vários tipos, assim como ela dizia: “Aqui nós aceitamos todos. Louco, down, asperger, homossexual, heterossexual, com óculos, de aparelho, louro, negro. Não há diferenças”, afirma.
No TamTam, o diferente é arte. Isso, o sorriso de cada aluno demonstrava. Nem calor, nem dificuldade, nem deficiência. Nada escondeu o carinho envolvido no projeto. “São 25 anos sem perder a nossa essência. Não temos subvenções, mas temos uns aos outros. E não temos pena de ninguém. Trabalhamos com a pluralidade e foi o Renato (Di Renzo) quem plantou isso. Esta forma de lidar com o outro é encantadora”, orgulha-se a psicóloga.
Enquanto Claudia conversava com a equipe do DL, os alunos se ajudavam na confecção de roupas, acessórios e cenários para o espetáculo “A Terra Pode Ser Chamada de Chão”, que será apresentado hoje no Teatro do Sesc, em comemoração ao aniversário do grupo e também para fechar um ciclo de atividades desenvolvidas em conjunto com a Secretaria de Cultura do Estado.
“Durante seis meses, recebemos uma verba do Estado para desenvolver atividades como dança, balé, teatro, reciclagem, literatura e poesia, entre outros. Foram 190 beneficiários. Tudo o que eles aprenderam com esses cursos será apresentado no espetáculo. É o encerramento do projeto que acabou casando com a comemoração de aniversário”, explica Claudia.
Na peça, 45 pessoas atuando com todas as suas particularidades. Alguns com muita experiência e anos de grupo, outros com poucos meses de convivência. No fim, o aprendizado é maior do que a atuação. “Aqui a gente aprende que tem que descer do pedestal, senão não é TamTam. É um trabalho de resistência, resiliência e repertório. Cada um com a sua bagagem e o que tem para mostrar. E então você passa a se encantar todo o dia com o outro e com a potência que ele tem”, comenta.
De figurino a cenário, tudo foi confeccionado pelos alunos do grupo (Foto: Luiz Torres/DL)
25 anos de história
Iniciado na extinta Casa de Saúde Anchieta, em Santos (SP), no ano de 1989, o Projeto TAMTAM tem como objetivo promover saúde mental, prevenção às doenças, educação, acesso à arte e cultura, diversidade e inclusão social.
O trabalho teve origem após uma intervenção pública municipal no local, feita pela então prefeita Telma de Souza. A humanização da chamada “Casa dos Horrores” contou com a atuação de uma grande equipe multidisciplinar e tinha como líder o médico sanitarista Dr. David Capistrano Filho.
Foi a partir daí que o arte-educador e pedagogo Renato Di Renzo revolucionou o chamado tratamento em linguagem de arte/vida, propondo uma integração inclusiva e diversa, através de espaços para Arte e Convivência “com o desejo e as paixões todas”. Desse grupo de convivência dos “loucos do manicômio” e dos “loucos familiares” e, “os vizinhos do Anchieta”, acontece um olhar comum – fisio/urbano – transformando a imaginação em novas utopias – provocações para a vida. Logo, esse diálogo Arte/Vida torna-se referência e modelo nacional, ganhando reconhecimento internacional.
Inclusão em forma de arte
Um espetáculo de inclusão, diversidade e humanismo. Assim é “A Terra Pode Ser Chamada De Chão”, que o Grupo de Arte TAMTAM apresenta hoje, às 20h30, no Teatro do Sesc, em Santos, com direção de Renato Di Renzo e produção geral de Claudia Alonso.
A montagem – uma realização da Associação Projeto TAMTAM e da Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com o SESC Santos – dá início às comemorações do Jubileu de Prata do Projeto TAMTAM.
A entrada é franca. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, desde a semana anterior à apresentação.
“A Terra Pode Ser Chamada de Chão” é fruto de um projeto de seis meses onde a ONG TAMTAM pôde aprimorar o trabalho que desenvolve há 25 anos sobre o ser humano e suas relações com o mundo que o cerca.
Assim, a proposta do espetáculo está no cuidar, seja de si, do outro, do planeta, do chão em que se pisa, se planta, colhe e multiplica. Uma missão que perdura na trajetória do TAMTAM, essencialmente caracterizada pelo humanismo nas relações com seus beneficiários. A sessão especial tem por objetivo proporcionar o acesso do maior número de espectadores ao trabalho de arte e inclusão desenvolvido pelo grupo dirigido por Renato Di Renzo.
“Por que não imaginar uma maneira de a natureza prosperar, independentemente da nossa aniquilação? Afinal, também somos animais mamíferos, e toda forma de vida pode contribuir para esse vasto teatro. Com nosso fim, será que alguma ausência de contribuição nossa deixaria o planeta mais pobre? Seria possível que, em vez de mostrar um enorme sinal biológico de alívio, o mundo sentisse falta de nós?”, provoca o diretor, citando o escritor norte-americano Alan Weisman.
A concepção
A preparação do elenco incluiu aulas de teatro e dramaturgia, dança e expressão corporal, literatura e poesia, música e ritmo, reciclagem e reutilização de materiais, todas alinhavadas pelo mesmo fio condutor: o homem e a terra.
A pesquisa/processo de estudo baseou-se nas relações construídas diariamente em textos, livros e matérias que abordam o planeta e a preocupação com o próximo e ainda em grupos de leitura e discussão sobre o mundo que temos e o que queremos. Entre as referências estão João Cabral de Melo Neto, Arnaldo Antunes e Olga Savary.
Iniciado na extinta Casa de Saúde Anchieta, em Santos (SP), no ano de 1989, o Projeto TAMTAM tem como objetivo promover saúde mental, prevenção às doenças, educação, acesso à arte e cultura, diversidade e inclusão social.
O trabalho teve origem após uma intervenção pública municipal no local, feita pela então prefeita Telma de Souza. A humanização da chamada “Casa dos Horrores” contou com a atuação de uma grande equipe multidisciplinar e tinha como líder o médico sanitarista Dr. David Capistrano Filho.
Foi a partir daí que o arte-educador e pedagogo Renato Di Renzo revolucionou o chamado tratamento em linguagem de arte/vida, propondo uma integração inclusiva e diversa, através de espaços para Arte e Convivência “com o desejo e as paixões todas”. Desse grupo de convivência dos “loucos do manicômio” e dos “loucos familiares” e, “os vizinhos do Anchieta”, acontece um olhar comum – fisio/urbano – transformando a imaginação em novas utopias – provocações para a vida. Logo, esse diálogo Arte/Vida torna-se referência e modelo nacional, ganhando reconhecimento internacional.
Inclusão em forma de arte
Um espetáculo de inclusão, diversidade e humanismo. Assim é “A Terra Pode Ser Chamada De Chão”, que o Grupo de Arte TAMTAM apresenta hoje, às 20h30, no Teatro do Sesc, em Santos, com direção de Renato Di Renzo e produção geral de Claudia Alonso.
A montagem – uma realização da Associação Projeto TAMTAM e da Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com o SESC Santos – dá início às comemorações do Jubileu de Prata do Projeto TAMTAM.
A entrada é franca. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, desde a semana anterior à apresentação.
“A Terra Pode Ser Chamada de Chão” é fruto de um projeto de seis meses onde a ONG TAMTAM pôde aprimorar o trabalho que desenvolve há 25 anos sobre o ser humano e suas relações com o mundo que o cerca.
Assim, a proposta do espetáculo está no cuidar, seja de si, do outro, do planeta, do chão em que se pisa, se planta, colhe e multiplica. Uma missão que perdura na trajetória do TAMTAM, essencialmente caracterizada pelo humanismo nas relações com seus beneficiários. A sessão especial tem por objetivo proporcionar o acesso do maior número de espectadores ao trabalho de arte e inclusão desenvolvido pelo grupo dirigido por Renato Di Renzo.
“Por que não imaginar uma maneira de a natureza prosperar, independentemente da nossa aniquilação? Afinal, também somos animais mamíferos, e toda forma de vida pode contribuir para esse vasto teatro. Com nosso fim, será que alguma ausência de contribuição nossa deixaria o planeta mais pobre? Seria possível que, em vez de mostrar um enorme sinal biológico de alívio, o mundo sentisse falta de nós?”, provoca o diretor, citando o escritor norte-americano Alan Weisman.
A concepção
A preparação do elenco incluiu aulas de teatro e dramaturgia, dança e expressão corporal, literatura e poesia, música e ritmo, reciclagem e reutilização de materiais, todas alinhavadas pelo mesmo fio condutor: o homem e a terra.
A pesquisa/processo de estudo baseou-se nas relações construídas diariamente em textos, livros e matérias que abordam o planeta e a preocupação com o próximo e ainda em grupos de leitura e discussão sobre o mundo que temos e o que queremos. Entre as referências estão João Cabral de Melo Neto, Arnaldo Antunes e Olga Savary.
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