Ao mesmo tempo, policial civil alega que teria sido agredido pelos militares até o momento em que se identificou como policial
Um policial civil foi acusado de chamar um militar de macaco, no fim da noite de sábado (22), quando chegou à Central de Flagrantes (Ceflan), no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte, atrás do seu filho, que teria sido preso por desacato.
Conforme as informações do Boletim de Ocorrência (BO) feito pela vítima da ofensa racista, o policial civil chegou à delegacia e já se deparou com um grupo de policiais militares. Bastante alterado, ele teria xingado os policiais, o que iniciou uma discussão.
O cabo, lotado na 125ª Companhia do 22º Batalhão da Polícia Militar (PM), teria tentado conversar com o policial civil, momento em que teria sido chamado de macaco. Após receber voz de prisão pelo desacato, o ofensor disse que não seria preso e tentou fugir.
Ainda segundo o BO, ao tentar sair do Ceflan o civil acabou caindo na escada e sofreu ferimentos, sendo socorrido por colegas da corporação à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul, onde foi medicado. Os envolvidos assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados, por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo. O caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) emitiu uma nota em que confirmava a confusão ocorrida. Ainda segundo o órgão, o policial militar alega ter sido ofendido com termos racistas e o policial civil diz ter sido agredido fisicamente pelos policiais militares. As duas partes registraram os fatos e as denúncias serão apuradas, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
“Ressaltamos que se trata de um fato isolado entre dois servidores, que não compromete o trabalho realizado de forma integrada naquela unidade policial e em todo o Estado. Além das corporações, o caso será acompanhado diretamente por um representante do Ministério Público”, finaliza a nota.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou apenas que o policial afirma ter sofrido agressões dos PM’s até o momento em que se identificou como civil.
Exemplar
Colegas de trabalho do cabo vítima da ofensa racista, na 125ª Companhia, disseram que todos já estão sabendo do ocorrido. “É lamentável, mas não podemos falar sobre o assunto. Ele é um profissional exemplar, muito querido por todos”, defendeu um militar, que não quis ser identificado.
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