segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

MP e PF não aceitam delação de Alexandre Rêgo sobre Arruda, ex-prefeito de Januária (MG)



Braço direito de Arruda (E), Rêgo (D) disse que vereadores de Januária recebiam mensalinho para ficarem dóceis

O Ministério Público e a Polícia Federal não aceitaram a delação de Alexandre Sá Rêgo sobre os casos de corrupção na administração do ex-prefeito de Januária Maurílio Néris de Andrade Arruda (PTC).

Apenas a palavra do colaborador não basta para o Poder Judiciário. É necessário que além de seus relatos, ele forneça provas que confirmem suas afirmações. E Alexandre Rêgo não apresentou nenhuma prova do que começou a relevar às autoridades.

Rêgo segue preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá. Ele foi preso no dia 4 de outubro, 48 horas após o encerramento das eleições. Visivelmente abatido e aparentando considerável perda de peso, o braço direito de Arruda não suportou as dificuldades da vida de foragido.

Rêgo chegou em Januária desprovido de patrimônio e deixou a administração quatro anos depois ostentando sinais exteriores de riqueza incompatíveis com seus vencimentos. Adquiriu imóveis, veículos e até parte de um estabelecimento de ensino.

As primeiras ligações de Rêgo com Arruda começaram ainda na gestão do ex-prefeito Sílvio Aguiar. Na época, Rêgo venceu licitação para elaborar o Plano Diretor de Januária. Como não tinha sequer escritório, Arruda cedeu uma sala em Montes Claros para que pudesse trabalhar.

Com a eleição de Arruda, em 2008, Rêgo passou a ocupar postos-chaves da administração. Ele sempre era destacado para ocupar quaisquer pastas onde houvesse muito dinheiro disponível. Entre outros, ocupou os cargos de secretário de Educação e de Administração.

Entre as revelações que fez ao Ministério Público e à Polícia Federal, Alexandre Rêgo disse que na gestão de Arruda era pago um mensalinho a vereadores de Januária para que fossem dóceis ao prefeito.

O ex-prefeito Maurílio Arruda continua foragido. Contra ele há dois mandados de prisão em aberto.

Em novembro, a quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou dois pedidos de habeas corpus impetrados por Arruda, visando à revogação dos mandados de prisão expedidos contra ele em ações criminais nas quais é acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude a licitação.

Processos: 1.0000.16.074484-3/000 e 1.0000.16.083591-4/000

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