sábado, 24 de dezembro de 2016

PARABÉNS AO EXÉRCITO POR INFILTRAR CAPITÃO EM MOVIMENTO DE DESOCUPADOS ARRUACEIROS EM SÃO PAULO


Deputado diz que Exército admitiu ter colocado militar em ato em SP nas Olimpíadas

Capitão que usou codinome Balta estava em meio a integrantes de movimentos sociais; Ivan Valente afirma que o órgão informou que a ação ocorreu para evitar ameaças.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou em sua conta oficial no Facebook que o Exército lhe confirmou em ofício ter enviado o capitão Willian Pina Botelha, que usava o codinome Balta, para participar de manifestações realizadas por movimentos sociais durante as Olimpíadas. Balta foi detido antes de uma ação da Polícia Militar em um ato da Frente Povo Sem Medo em 4 de setembro. O ato aconteceu na Avenida Paulista.
A manifestação era contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e Balta foi detido com um grupo no Centro Cultural Vergueiro, mas, ao contrário dos demais jovens, não foi levado à delegacia.
Segundo Ivan Valente, em resposta a requerimento enviado por ele, o Ministério da Defesa citou “o decreto de Garantia da Lei e da Ordem para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos” para justificar justificou ter colocado Balta no protesto.
O Exército alegou que não houve infiltração, mas "monitoramento". Segundo o órgão, isso ocorreu para “acompanhar possíveis ameaças” à passagem da tocha olímpica em São Paulo e que não houve ação conjunta com a PM. “Havia a preocupação de algum tipo de sabotagem no momento de passagem”, disse Ivan Valente.
O deputado destaca que “a Polícia Militar montou uma operação, que contou com forte mobilização de policial, inclusive um helicóptero, para interceptar e prender os jovens ativistas. Estava presente no mesmo grupo o capitão do Exército Willian Pina Botelho, infiltrado com o codinome de 'Balta'. Ele foi o único não levado para a delegacia, o que levantou suspeita”.
Em seguida, movimentos sociais foram atrás de Balta e perceberam que participava em reuniões de movimentos havia mais de um ano. “O infiltrado chegou a se inscrever num curso de comunicadores da Frente Povo Sem Medo, justamente para colher informações”, disse o deputado. Um professor da USP chegou a divulgar conversas que teve com Balta pelo Facebook, em que o capitão do Exército dizia que estava com problemas e negou ser policial.
Ivan Valente afirma que a infiltração é “um caso é muito grave. Uma atitude digna de regimes de exceção”. Ele questiona a negativa de trabalho conjunto da PM com o Exército, já que o capitão não foi levado à delegacia. O Exército já havia confirmado anteriormente que realizava "operações de inteligência" nas manifestações.
“Então como explicar que de todos os presos somente o capitão não foi levado à delegacia ou mesmo a “coincidência” do infiltrado estar justamente no grupo preso? O que nos preocupa é saber que práticas ilegais e autoritárias estão em uso para combater movimentos sociais. Não podemos em hipótese alguma tolerar arbítrios como esse. A democracia não aceita agressões ao direito de manifestação”, disse o deputado em postagem no Facebook.
Nesta sexta-feira (23), o secretário de Segurança de São Paulo, Mágino Alves, negou trabalho conjunto entre os militares e os policiais na manifestação durante a passagem da tocha. O governador Geraldo Alckmin já tinha negado também conhecimento da participação do capitão infiltrado na manifestação.
“Não tínhamos nenhuma operação em conjunto com o Exército. Nós não sabíamos que havia agente do Exército infiltrado ou monitorando ou acompanhando a manifestação. Ele foi dispensado porque ele não fazia parte exatamente do mesmo grupo. Ele não tinha mesmo perfil daqueles manifestantes. O Exército está esclarecendo. Nós não tínhamos e não temos nenhuma operação desse tipo com o Exército”, afirmou o secretário.


http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/exercito-admite-militar-infiltrado-em-ato-em-sp-nas-olimpiadas-diz-deputado.ghtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário