Na data em que se comemora o "Dia Mundial dos Correios" cabe refletir sobre a importância e o valor dessa infraestrutura básica para os países, pessoas e empresas.
A garantia de que as correspondências e encomendas possam ser enviadas e recebidas em todos os lugares do mundo é o compromisso firmado entre os países no chamado território postal. Todos os cantos de todos os países podendo se conectar por intermédio de um serviço regular, seguro e acessível física e economicamente.
No mundo postal há realidades díspares, desde correios ultra desenvolvidos, com ramificações no mundo todo, aos correios bem incipientes, que atendem com muita dificuldade seus próprios territórios nacionais.
O Brasil é o 5º país do mundo em extensão territorial e tem 5.570 municípios. Felizmente temos no país um serviço postal universalizado, que alcança todos os municípios, de forma que os cidadãos e empresas podem se comunicar por correspondência escrita ou enviar suas encomendas livremente em todo o território. Além disso, por meio dos Correios do Brasil, é possível também o envio e o recebimento de correspondências e de encomendas para os demais países do mundo.
Os Correios são a mais capilarizada infraestrutura do governo federal, presente em todos os municípios do país, e isso tem o seu custo, pois a grande maioria das agências postais não produzem localmente receitas suficientes para cobrir seus custos com atendimento e distribuição. Muitas, na verdade, faturam apenas uma fração do que gastam. Mas os Correios mantêm essa rede em funcionamento porque ela é fundamental para que os brasileiros tenham acesso ao serviço postal, como cidadãos que são. Serviço público tem que estar onde os cidadãos precisam que esteja. E os Correios cumprem esse mandado constitucional, utilizando para isso de seus próprios recursos, ou seja, sem nenhuma dependência do Tesouro Nacional.
A grande maioria dos países não conta com um serviço postal como o brasileiro, com ampla cobertura, tarifas entre as menores do mundo, qualidade coerente com os desafios logísticos do território e sustentabilidade econômica. Por isso, é muito importante que nesta data os brasileiros reflitam sobre seu serviço postal e sobre os sérios riscos que o governo federal pretende impor à sociedade com a intenção de privatizar a Empresa, especialmente porque o último caso de privatização havido no setor, em Portugal, levou a população às ruas para pedir a renacionalização de seu correio, devido ao forte aumento de tarifas e à redução do atendimento.
Com tantos desafios a vencer em áreas como a saúde, o meio-ambiente, a educação e a segurança pública, o governo não precisava tentar mexer no que funciona e que sempre foi parte da solução e não do problema, criando um risco desnecessário para a sociedade.
Como, em toda grande empresa, é sempre importante ter no comando da estatal pessoas preparadas para dirigi-la, eliminando indicações políticas, militares, religiosas ou de qualquer vertente que não seja a técnica. E cobrar-lhes resultados, expressos em desenvolvimento da organização e dos serviços prestados à população.
Com uma boa direção e livre dos constantes ataques que lhe têm sido desferidos por autoridades do próprio governo, na tentativa de justificar a intenção de privatização, os Correios poderão seguir sua trilha de desenvolvimento e orgulhar ainda mais os brasileiros.
Direção Nacional da ADCAP | 
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