terça-feira, 29 de dezembro de 2015

JAÍBA MG. EFEITO DOMINÓ DEIXA JAÍBA SEM PREFEITO


NO 28 DEZEMBRO 2015.
Próximo na linha sucessória, presidente da Câmara não ocorreu para assumir vaga aberta com a prisão de Enoch
Linha ocupada: Preso, Enoch (camisa listrada) tem na linha de sucessão o atual presidente da Câmara, Valdemir Silva, e o vice, Farrique Xavier, também investigados pela Operação Ração de Papagaio 
A crise política que agora chega ao segundo ano em Jaíba não para de produzir suas jabuticabas. Ao contrário do que aconteceu em etapas anteriores do interminável entra e sai no gabinete principal da Prefeitura local, a prisão do prefeito Enoch Lima (PDT) na quarta-feira da semana passada (23), como parte dos desdobramentos da terceira fase da Operação Ração de Papagaio, não provocou uma corrida para ocupar o cargo agora em vacância.

Preso pela Polícia Civil, Enoch continua detido em Montes Claros. Mesmo assim, e contrariando todas as expectativas, o atual presidente da Câmara e próximo na linha de sucessão, Valdemir Soares da Silva (DEM), ainda não reivindicou seu direito à vaga de prefeito.
Denunciado no escândalo do pagamento de diárias fictícias a vereadores e citado na delação premiada que resultou da segunda fase da Operação Ração de Papagaio, Valdemir age com cautela ao não correr para reivindicar o cargo de prefeito. Uma fonte disse ao site que ele teria informações de bastidores dando conta de que novas prisões ainda podem acontecer após o recesso de fim de ano. Além disso, Valdemir deixa como está para ver como é que fica porque não descarta o relaxamento da prisão de Enoch e seu eventual retorno ao gabinete.

O presidente da Câmara chegou a ser afastado da cadeira de vereador por liminar judicial em junho deste ano -- no escopo da Operação Ração de Papagaio. Ele também responde a outro processo por se recusar a cumprir decisão judicial que o obrigava a deixar o cargo e convocar seu próprio suplente, além de outros seis colegas envolvidos na investigação interna da Casa sobre a farra das diárias, enquanto durasse a investigação interna da Câmara.
A eventual posse do vereador Valdemir Soares no cargo de prefeito de Jaíba coloca a Presidência da Câmara nas mãos do vice-presidente, Farrique Xavier da Silva (PSB). Assim como Valdemir, Farrique foi citado nos processos que investigam corrupção na Prefeitura de Jaíba. Em junho deste ano, quando o presidente Valdemir estava fora da Presidência da Câmara por força de liminar judicial, o prefeito Enoch teve o mandato cassado após ser investigado por Comissão Processante. Na ocasião, Farrique não deixou por menos. No primeiro dia útil após o afastamento do prefeito, ele juntou sua claque e correu para a Prefeitura, onde esperava ser empossado no cargo de prefeito. Foi barrado por força de liminar do juiz da Comarca de Manga, Eliseu Fonseca.
No resumo da ópera, Jaíba deve fechar o triste ano de 2015, de grave crise institucional no município, sem prefeito no cargo. A prisão de Enoch Lima assustou todo mundo, em especial os vereadores, ao demonstrar que as investigações da Operação Ração de Papagaio seguem adiante e que os telefones dos envolvidos na denúncia são monitorados pelas polícias civil e federal.
O prefeito Enoch e seu secretário de Planejamento, Acir Silva de Oliveira, presos quando retornavam de uma viagem a Belo Horizonte, além do advogado da Prefeitura Hudson Aparecido Pena Arruda e do secretário de Saúde, Weverton Silva Dias, presos em Jaíba no mesmo dia, teriam sido motivadas por escutas autorizadas pela Justiça em se teria comprovado que agiam para intimidar o empresário Antônio Carlos da Silva, um dos delatores da operação ‘Ração de Papagaio’.
Intervenção
A depender dos desdobramentos da terceira fase da Ração de Papagaio e se ocorrer um eventual impedimento para que aconteça a posse do presidente da Câmara, Valdemir Soares, o vice-presidente Farrique Xavier também pode enfrentar obstáculos legais para pleitear o cargo. Tudo por conta de sua passagem pelo primeiro escalão da gestão do prefeito Enoch, que o convidou para assumir a Secretaria de Ação Social. Entre outras suspeitas que rondam a passagem de Farrique pela pasta está o fato de que teria recebido salário em dobro, supostamente do esquema fraudulento montado na Prefeitura. O delator Toninho Silva contou ao Ministério Público que ele pagava o ‘mensalinho’ por fora a Farrique. Caso caiam as peças do dominó da sucessão que atendem pelo nome de Valdemir e Farrique, Jaíba terá situação institucional curiosa: não haveria nome disponível para assumir o cargo aberto com a prisão do vice que virou prefeito Enoch Lima.
Caso a vacância no cargo de prefeito se prolongue até o mês de janeiro, há a possibilidade de intervenção na Prefeitura local. A prisão preventiva de Enoch tem prazo de 30 dias, mas pode ser prorrogada por igual período. O efeito dominó que ameaça a linha de sucessão do atual prefeito pode abrir espaço, em solução-limite, para que o prefeito eleito em 2012 e cassado antes de concluir o primeiro ano de mandato, Jimmy Murça (PCdoB), volte ao cargo. Jimmy chegou a sentar na cadeira para a qual foi eleito em agosto deste ano, em antecipação de tutela no processo em que pedia a anulação da sessão da Câmara de Vereadores que cassou o seu mandato em novembro de 2013. Jimmy ficou menos de 10 dias no cargo, mas a decisão de segunda instância que o afastou pela segunda vez é do tipo procedimental e pode ser revogada. A possibilidade do retorno de Jimmy, claro, é remota, mas não impossível.

Veja o que já publicamos sobre a crise política em Jaíba:

'RAÇÃO DE PAPAGAIO' LEVA PREFEITO À PRISÃO

SEGUE A INCRÍVEL DANÇA DAS CADEIRAS EM JAÍBA

JUSTIÇA REINTEGRA JIMMY NO CARGO EM JAÍBA

FARRIQUE NÃO É FRACO NÃO...

QUEM SERÁ O PREFEITO DE JAÍBA NESTA TERÇA?

JUÍZA AFASTA VEREADOR QUE CASSARIA PREFEITO

JAÍBA PODE TER SEGUNDO PREFEITO CASSADO

JAÍBA: FARRA DAS DIÁRIAS ESTICA CRISE POLÍTICA 

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