sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Montes Claros MG. PF investiga conexão internacional da Soebras - Rádio e TV de Portugal

Rádio e TV de Portugal


 A Polícia Federal está investigando a conexão internacional do Grupo Soebras, que é acusado de fraudes em Portugal e na Itália, na área de ensino e na compra de equipamentos hospitalares. O delegado Marcelo Eduardo Freitas explica, desde o inicio do ano, abriu a investigação sobre o esquema, quando através de depoimento de uma pessoa, descobriu um esquema praticado com a compra de equipamento hospitalar para o Hospital das Clínicas, ligado à Soebras. Nesse ano, o Grupo Soebras foi acusado de fraude, ao trazer equipamentos hospitalares adquiridos na Alemanha, usando o certificado de beneficência da Associação de Promoção e Assistência Social (APAS), em fraude para não pagar impostos.
A sede da Utad, em Portugal, no destaque
A conexão internacional da Soebras se tornou pública depois que a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) denunciaram o escândalo, em reportagem de 35 minutos, a qual, inclusive, veio a Montes Claros, mostrando que a Soebras/Funorte desviou fundos da Universidade de Tras-os-Montes e Alto Douro (Utad), em rombo de quase 500 mil euros. Este valor daria aproximadamente R$ 1,7 milhão em valores de hoje, pois o euro está custando atualmente R$ 3,48. Esse dinheiro foi desviado para contas bancárias de professores. A Soebras manteve um contrato de intercâmbio de estudantes, desde o ano de 2005 até o ano de 2010, que foi rescindido por total falta de pagamento.
Na manhã de ontem, o professor Jaime Tolentino, que na época foi diretor de extensão da Funorte/Soebras, explicou que em 2005 começaram os cursos de mestrado e doutorado com a Utad, que, até o ano de 2008, contavam com 120 alunos, ao custo de R$ 19.200,00 para mestrado e R$ 43.200,00 para doutorado, divididos em parcelas, nas quais estavam incluídas todas as despesas. Porém, ele explica que em 2008 constatou que a Funorte estava deixando de repassar os recursos para a Utad e, por discordar dessa situação, saiu do projeto, quando deixou de ter informações. Ele garante que até 2008 não teve nenhuma irregularidade, mas não se responsabiliza pelo que ocorreu depois.
O delegado Marcelo Eduardo Freitas explica que desde o ano de 2014 a Polícia Federal foi acionada para investigar o que estava acontecendo na conexão européia da Soebras/Funorte. Assim descobriu que, aproveitando a janela aberta com esses cursos de mestrado e doutorado, o grupo dirigido pela família de Ruy Muniz comprou um equipamento produzido na Itália, na área de respiração, com verba de R$ 100 mil, liberada através de emenda parlamentar pelo Ministério da Saúde em 2007. O valor corrigido hoje é de aproximadamente R$ 600 mil. Porém, o equipamento ficou retido no Porto de Santos, depois que a Soebras se recusou a pagar os R$ 20 mil cobrados de taxas de exportação.
O mais grave é que a Soebras/Funorte prestou contas da verba recebida, praticando fraudes. Foi realizada montagem desse equipamento como se estivesse instalado no Hospital das Clínicas em Montes Claros, quando na verdade isso nunca ocorreu. Um professor conhecido como Danilo foi usado nessa farsa e ele aparece na foto como se estivesse em tratamento. A Polícia Federal constatou a fraude e apresentou o processo ao Supremo Tribunal Federal, tendo em vista que a deputada Raquel Muniz (PSD) tem foro privilegiado. Outra investigação ocorre sobre o esquema montado nos cursos de mestrado e doutorado.
Jornal Gazeta
http://www.emcimadanoticia.com/index.php/noticias-locais/3721-r%C3%A1dio-e-tv-de-portugal.html

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