Sem imunização
A morte de macacos na macrorregião do Norte de Minas Gerais deveria acender a luz amarela das autoridades para evitar a proliferação da febre amarela, já que o animal é hospedeiro natural do vírus causador da doença. Na segunda-feira (23), foi encontrado um macaco morto na região Sul de Montes Claros e vários vivos.
Recentemente, exames laboratoriais realizados pela Fundação Ezequiel Dias, de Belo Horizonte, e Instituto Evandro Chagas, no Pará confirmaram um caso de febre amarela em um macaco morto na zona rural de Montes Claros, depois da coleta de material em 12 municípios do Norte de Minas. Porém, apenas em Montes Claros se constatou o caso. A investigação ocorreu em Brasília de Minas, Coração de Jesus, Francisco Dumont, Glaucilândia, Icaraí de Minas, Indaiabira, Lontra, Mirabela, Montes Claros, São Francisco, São João do Pacuí e Urucuia.
JANAÚBA
O jornalista janaubense Oliveira Júnior noticiou em seu blog a morte de alguns macacos na região do distrito de Barreiro da Raiz, naquele município, o que vem causando preocupação tanto para as autoridades da área de sanidade quanto para a população. Mas, não há, nesse momento, nenhum caso de febre amarela em Janaúba e municípios vizinhos. No entanto, segundo o blogueiro, na terça-feira (24), equipes técnicas de Vigilância Ambiental e de Controle de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde encontraram quatro ossadas de macaco em área ambiental do distrito. O material foi inspecionado e verificado que já se encontrava em avançado estado de decomposição o que poderia dificultar a análise mais detalhada por parte de laboratório específico na Fundação Ezequiel Dias (Funed) como forma de se saber a causa da morte desses animais.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Janaúba informa que “sob orientação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, os restos mortais (dos macacos) foram devidamente dispensados pelos técnicos, em local apropriado”. Mesmo assim, a área ambiental onde foram encontradas as ossadas dos macacos passa a ser monitorada de maneira intensificada. A secretária municipal de Saúde, Cecília Moreira, informou que solicitou da Superintendência Regional atenção especial quanto à liberação de doses de vacina contra a febre amarela, uma vez que não foi descartada a possibilidade dos macacos terem sido mortos em consequência dessa doença.
"Constatamos que no local onde os macacos foram encontrados existe plantação de banana. Essas mortes podem relacionar-se com intoxicação por defensivos agrícolas e também vários outros motivos", ressaltou Wiliam Barroso, Coordenador da Vigilância Ambiental e Controle de Endemias em Janaúba.
Mas o Estado prefere ignora o provérbio: “é melhor prevenir do que remediar”
É dose! Aliás, sem dose...
A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros requereu ao Governo de Minas 100 mil doses da vacina contra febre amarela, mas o pedido foi negado, com a alegação que a região não está na lista prioritária inicialmente, uma vez que não teve nenhum caso confirmado. Por isso, será liberado apenas mil doses da vacina, de um total de 35 mil esperadas para todos os municípios do Norte de Minas. Em Montes Claros, segundo nota da Prefeitura na última quarta-feira (25), o Município não possui mais doses de vacina contra a Febre Amarela.
Capacitando servidores
A Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, através da Diretoria de Vigilância em Saúde, deu início nessa quarta-feira, 25, a uma ampla capacitação com os servidores que atuam atendendo diretamente à população, como parte do plano desenvolvido pela cidade para prevenir a febre amarela. Cerca de 300 agentes de combate a endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) participaram da capacitação. Hoje, a capacitação será voltada para os enfermeiros e técnicos que atuam nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e os agentes comunitários de Saúde.
Exército
Uma parceria entre a Prefeitura de Montes Claros e o Exército foi firmada para atuação em diversas áreas na cidade, para atuarem em conjunto no combate ao mosquito Aedes aegypti através da limpeza urbana. Ficou decidido que o município irá auxiliar com equipamentos e servidores, juntamente com os caminhões e soldados cedidos pelo exército, na limpeza de alguns bairros, dentre eles o Alto São João e a Vila Sión. Uma data será marcada para a realização de um “Dia D” de limpeza e combate ao mosquito.
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