domingo, 15 de janeiro de 2017

POSSIBILIDADE DE GREVE GERAL DOS CAMINHONEIROS EM TODO O BRASIL


Possibilidade de greve: “não vale mais apena trabalhar como caminhoneiro”, diz sindicato da classe de Xanxerê

“Não vale mais a pena trabalhar como caminhoneiro”. A afirmação é do presidente do Sindicato dos caminhoneiros de Xanxerê, Nego Raul. A classe novamente se movimenta para iniciar uma paralisação em todo o país, devido ao aumento do diesel e o valor baixo dos fretes.
Nego Raul comenta que por enquanto, movimentos já iniciaram no Mato Grosso, Goiás e na Bahia. Ele salienta que toda a classe está acompanhando e se os movimentos iniciarem no Sul, todos devem apoiar.
“Não tem mais condições. Nos outros estados já estão se organizando, mas aqui ainda não, mas quando descer para o Sul nós vamos apoiar. Não tem mais como sobreviver, aqui nós temos mais de 40 caminhões em situação de busca e apreensão, não tem como dar conta, o pessoal faz carga de mil quilômetros para sobrar R$400 reais, fora as despesas de depreciação do caminhão. As notícias não são boas”, comenta Nego Raul.
Preço do diesel preocupa setor de transporte
A política da Petrobras de revisar os preços dos combustíveis de acordo com o mercado internacional mensalmente preocupa o setor de transportes. As empresas, que antes negociavam contratos levando em consideração um reajuste do diesel a mais longo prazo, agora terão que buscar novas alternativas de negociação com o valor do insumo flutuando mês a mês.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Marcos Egídio Battistella, a preocupação do setor é grande. “Não estávamos acostumados com esse formato da Petrobras de sobe e desce de preços. Trabalhávamos com seis ou dez meses sem reajustes e conseguíamos negociar com os clientes Os aumentos quando eles ocorriam. Agora, teremos que rever a mecânica de negociação com os clientes”, comentou Battistella.
Para ele, será preciso estudar uma fórmula de repasse automático desses reajustes. As negociações serão de cada empresa com seus clientes. “É mais um complicador na nossa vida. O setor já está sufocado”, afirmou.
Segundo ele, está difícil negociar o repasse dos reajustes para o preço do frete. “O jeito é absorver uma parte e tentar negociar com os postos e fornecedores”, afirmou o presidente. Ele disse que na sua empresa, o aumento da semana passada, já representa um impacto de 3% a 4% no seu custo.
O reajuste de 6,1% nas refinarias, anunciado na quinta-feira (5), chegou na manhã seguinte às bombas de combustíveis. Em Londrina, as distribuidoras estão praticando um aumento entre R$ 0,10 e R$ 0,11 por litro. E essa diferença está indo direto para as bombas.
“A redução de preço em novembro foi imperceptível, mas o aumento sentimos no dia seguinte e terá que ser absorvido pelas transportadoras, só podemos repassar na renovação dos contratos. Dos dois últimos aumentos, acumulo uma defasagem de 2,8% na tarifa do frete”, afirmou o empresário Gilberto Cantú, da Transportes Diamante.
“Estamos pagando para trabalhar. Não tem luz no fim do túnel”, comentou Carlos Roberto Delarosa, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Londrina, Carlos Roberto Delarosa.
Para os caminhoneiros autônomos, a situação é ainda mais complicada, de acordo com Delarosa. Além dos aumentos dos combustíveis, o valor do frete vem baixando, quando há frete. “Um frete de Londrina para Paranaguá está custando entre R$ 48 e R$ 50 a tonelada. Só de pedágio pago mais de R$ 400. Em Rondonópolis (MT), o frete está saindo R$ 80 a tonelada, mas o diesel lá está na faixa de R$ 3,20”, reclamou o sindicalista.
Ele também ressalta que quando a Petrobras anuncia redução, a queda não chega na mesma velocidade que os aumentos às bombas. “Toda vez que houve baixa no diesel nem chegou para nós”. Como os caminhoneiros abastecem com carta-frete, o preço do combustível costuma ser 10% mais caro para eles do que é praticado na bomba, conforme o jornal Folha de Londrina.


Por: Patricia Silva


http://lancenoticias.com.br/noticia/possibilidade-de-greve-nao-vale-mais-apena-trabalhar-como-caminhoneiro-diz-sindicato-da-classe-de-xanxere/

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