UniBH e Una realizam projetos voltados para a inclusão e diversidade
Iniciativas estimulam o diálogo e o combate ao racismo
Pensar em iniciativas que voltem o olhar para a temática da diversidade e o combate ao racismo devem ser uma constante. Pensando nisso e no poder transformador da educação que, o UniBH e o Centro Universitário Una, realizam projetos de extensão voltados para o diálogo e a inclusão das minorias em todos os espaços sociais. É o caso do Mosaico, iniciado em 2019 com uma articulação entre professores da Psicologia e da Comunicação, com apoio do Núcleo de Orientação Psicopedagógico do UniBH e do Pretança da Una Cidade Universitária de Afrobrasilidade e Direitos Humanos, projeto que desde 2016 vem ampliando os espaços de discussão de questões étnico-raciais e suas intercessões no ambiente acadêmico, chamando à participação de estudantes, educadores e comunidade para troca de saberes e experiências.
O projeto Mosaico é voltado para práticas ligadas à expansão de conhecimento e vivências em relação às pautas de gênero, identidade, sexualidade, raça, decolonialidade, capacitismo e gordofobia. A iniciativa atua com grupos de trabalho para discutir e atuar por meio das redes sociais, eventos, pesquisas e redes de acolhimento. Os objetivos são promover a equidade dos mais diversos sujeitos sociais que ocupam o Centro Universitário e expandir o trabalho, por meio da formação de comunidades inclusivas e acolhedoras.
Para Flávia Virgínia, professora e coordenadora do projeto, iniciativas como essa são essenciais para consolidar a cultura da consciência e respeito à diversidade. “São espaços importantes não só para promover uma rede de acolhimento, conhecimento e ação, mas também, porque acredito que a inclusão faz parte do ensinar e aprender, na medida em que a pedagogia, tal qual acredito, leva em consideração a diversidade como parte integrante das práticas educacionais”, afirma. Os resultados são amplificados na comunidade. “O projeto tem muitas mãos, saberes, experiências, classes, realidades e vivências, tornando-se um espaço ativo e rico para a comunidade acadêmica, podendo se expandir para a sociedade como um todo, por meio de novas atitudes frente ao mundo”, finaliza.
Para Jéssica Bento, 26 anos, aluna do curso de arquitetura e urbanismo do UniBH, a vontade de participar do grupo se deu para entender os vários pontos de vista que existem na sociedade e para desconstruir ideias arraigadas na sociedade. “Eu queria entender melhor quem eu sou, porque o processo de autoconhecimento é doloroso e me reconhecer como pessoa preta, mas de pele clara é mais ainda. Eu tenho minhas dores e lutas, mas ao mesmo tempo carrego um privilégio por ter a pele mais clara e como que eu faço pra uma coisa não anular a outra?”, comenta.
Na mesma linha, o Pretança da Una Cidade Universitária vem embasado escolhas e reflexões entre seus membros. “O Pretança me dá a oportunidade de compreender as interações sociais e o porquê da cultura e da arte negra terem tão pouco espaço na mídia. Eu tenho crescido junto com o projeto ao pensar mais sobre a representação do negro na mídia e também como é retratado quando o tema não é raça”, diz a aluna de jornalismo Mariana Cordeiro.
E, dentro deste contexto, em novembro, o projeto vai promover a ampliação dessa discussão. Para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, o Pretança vai realizar debates sobre o “apagamento”, o esquecimento, da presença negra na história de Belo Horizonte e de Minas Gerais. “Vamos trazer essa discussão para o contexto da formação acadêmica. Faremos rodadas de entrevistas com pesquisadores e especialistas de áreas como empreendedorismo, arquitetura, psicologia e medicina, e vamos movimentar as redes sociais com pílulas sobre curiosidades e fatos históricos desconhecidos do grande público”, explica Tatiana Carvalho Costa, idealizadora e coordenadora do Pretança.
Nos dias 21 e 28/11, uma roda de conversa com presença de especialistas será transmitida no canal da Una no Youtube, sobre raça e gênero e História e presença negra na História de Minas Gerais, dialogando com as comemorações dos 300 anos do estado.
O professor Flávio Santos, mestre em Educação na UFMG, reforça a importância do trabalho, que ele chama de resistência e busca da ancestralidade. “O Pretança é uma pequena África no universo acadêmico. Eu me envolvi neste quilombo de resistência no “Aquilombô 2017” entre atividades e coberturas. A mediação com artistas negros de BH me fez repensar o quão importante são estas ações partindo da academia, espaço que por muitos momentos deturpa os saberes oriundos da cultura negra e que detém dívidas históricas com os construtores dessa sociedade”, diz.
Para a publicitária Suelen Fernandes, essa é uma rede de apoio e troca. “O Projeto Pretança tem uma grande importância para mim, uma vez que me deu a oportunidade de conhecer e reconhecer minha negritude, entender como o racismo se configura na sociedade e na minha vida. É canal de acesso a conteúdos acadêmicos preciosos, discussões importantes, entretenimento e cultura”, afirma.
Izabela Ferreira
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