A cantora Simone Santana prestou homenagem ao compositor
Foi enterrado ontem (31), às 10h30, o compositor e músico Ildeu Brauna, de 62 anos, que morreu na manhã de sábado, com o quadro clínico agravado por pneumonia. Ele foi secretário municipal de Cultura de Montes Claros em dois mandatos do então prefeito Luiz Tadeu Leite. No início do velório, uma polêmica: a advogada Fabiane Fernandes e o ex-diretor de pessoal da Prefeitura, Aroldo Lauro Souza, ambos do PMDB, hostilizaram o prefeito Ruy Muniz, quando ele chegou à sala Geraldo Freire, o acusando de ter deixado o falecido durante dois anos no corredor, sem função e com isto, provocando impactos emocionais.
O velório ocorreu em dois espaços distintos: inicialmente na sala Geraldo Freire, da Prefeitura de Montes Claros, e depois na Galeria Hermes de Paula do Centro Cultural. Braúna era primeiro vice-presidente do PMDB de Montes Claros e chegou a ser sondado para vice-prefeito na chapa de Ruy Muniz, em 2012. Recusou a oferta e com isso, José Vicente compôs a chapa e depois eleito. A hostilização ao prefeito, no velório de Ildeu Brauna, dividiu o PMDB: alguns apoiaram a manifestação, enquanto outros, principalmente os mais idosos, entendem que as diferenças deveriam ser resolvidas em outros momentos.
No domingo, apenas a deputada federal Raquel Muniz (PSC), esposa do prefeito Ruy, esteve no velório. Os assessores do prefeito explicaram que ele participava de reunião política e não chegaria a tempo. O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Luiz Tadeu Martins Leite, presidente do PMDB de Montes Claros chegou às 9h40, depois de participar do Encontro Regional do PMDB em Juiz de Fora. O deputado estadual Gil Pereira (PP), também foi ao velório.
Um dos principais agentes culturais do Norte de Minas, Ildeu Brauna participou do famoso Grupo Agreste, que na década de 80 fez sucesso nacional com as músicas Zumbi e Jaiba, que serviram de trilha sonora da nova Rosa Baiana, da Bandeirantes. Depois, Brauna trabalhou no Jornal de Montes Claros e na criação do Jornal do Norte. Teve vivência estudantil, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia (Fafil). A cantora Liege Rocha iniciou mobilização, ontem de manhã, para a Banda Municipal de Montes Claros levar o nome de Ildeu Brauna, que foi seu fundador.
Jornal Gazeta
"Tocador de Boi"
Ildeu Braúna foi foi um dos fundadores do antigo grupo Agreste, criado em Montes Claros em meados dos anos 1970 e que gravou dois discos no início da década de 1980, alcançando projeção em nivel nacional. Duas composições de Braúna - "Jaíba" e "Zumbi", gravadas pelo Grupo Agreste fizeram parte da trilha sonora da novela "Rosa Baiana", de Lauro César Muniz, exibida pela Rede Bandeirantes em 1981.
Um maiores sucessos de autoria de Braúna é a música "Tocador de Boi", gravada por Sérgio Reis. Ele compôs a música juntamente com Téo Azevedo e com o músico Gútia, que também fazia parte do grupo Agreste. Do compositor do Norte de Minas, Sérgio Reis ainda gravou "Amansador de Burro Brabo "(elaborada também em conjunto com Téo Azevedo) e "Passarim Cantador" (parceria de Braúna com o cantor e compositor Pedro Boi).
Braúna nasceu no distrito de Nova Esperança, município de Montes Claros. Juntamente com outros seis companheiros - entre eles, músicos, sociólogos, poetas e um artista plástico, ele fundou o Grupo Agreste em 1977, para participar do I Festival Universitário da Canção Popular de Montes Claros (Fucap). Em 1980, o grupo gravou seu primeiro LP, no Estúdio da Bandeirantes Discos, em São Paulo, com produção de Téo Azevedo. O disco foi dedicado ao jornalista, pesquisador e folclorista Carlos Felipe. Logo, o Agreste alcançou o cenário nacional, com as músicas "Zumbi" e "Jaíba" na trilha sonor da novela "Rosa Baiana", da TV Bandeirantes.
Em 1982, o grupo o segundo LP, com várias composições de autoria de Braúna. Uma das mais conhecidas é "A Lenda do Arco-Iris", feita em parceria com Pedro Boi.
Depois que o Grupo Agreste foi desfeito, Braúna continuou se dedicando à letras de música e poesia, sendo autor de vários livros. Ele foi secretário municipal de Cultura de Montes Claros em duas gestões. O compositor morreu em decorrência de pneunomia.
Jornal Estado de Minas
Ouça Tocador de Boi
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