O Governo de Minas acionou ontem (27), o Ministério da Saúde, para oficializar a intervenção branca na saúde de Montes Claros, com o Estado assumindo a gestão hospitalar. O secretário estadual Fausto Pereira se reuniu com os dirigentes dos hospitais Aroldo Tourinho, Dílson Godinho, Santa Casa e Universitário, quando anunciou que desde ontem toda movimentação financeira será feita através da Comissão Especial do SUS. Os hospitais também se comprometeram a ajudar o Estado a montar a equipe que ajudará na gestão, tendo em vista que haverá necessidade de formar um corpo técnico para definir todos os detalhes, desde a autorização, fiscalização e pagamento dos procedimentos realizados em cada hospital.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde informou que, além disso, o Conselho Estadual de Saúde participou da reunião e se comprometeu a pedir apoio do Conselho Municipal de Saúde de Montes Claros. É que todas as decisões deverão ser tomadas pelos conselheiros e por isso, o apelo para o órgão acompanhar a crise entre os hospitais e a Prefeitura, já que o prefeito Ruy Muniz decidiu ignorar a intervenção e manteve através de decreto, a gestão sobre controle da Secretaria Municipal. A secretária municipal de Saúde, Ana Paula Nascimento foi mais uma vez convidada e deixou de comparecer ao evento.
Na reunião em Belo Horizonte, os diretores dos hospitais se queixaram da dificuldade financeira que enfrentam para manter as atividades e pediram a ajuda do Estado para liberar uma verba de custeio e permitir que enfrentem esse problema. O secretário Fausto Pereira esclareceu que depende da alocação de recursos financeiros e por isso, mandará realizar estudos para ver como atender ao pedido em caráter emergencial. Cada hospital apresentou o quadro financeiro e os impactos da retenção dos recursos do SUS pela Prefeitura de Montes Claros.
Desde o dia 15 de julho que o Estado decretou a intervenção branca na gestão dos hospitais de Montes Claros, depois que ficou constatado que a Prefeitura está retendo os recursos repassados pelo Estado e União. A Prefeitura nega a acusação e acusa os hospitais de não cumprirem o contrato de prestação de serviços. O Ministério Público Federal moveu ação civil acusando o prefeito Ruy Muniz de reter R$ 20 milhões e pediu uma indenização de R$ 18 milhões.
Jornal Gazeta
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