A falta de compromisso de alguns delegados nos dois principais municípios do Norte de Minas causa revolta entre a população que mais precisa dos serviços da Polícia Civil. Com 165.596 ocorrências em Montes Claros sem despacho ou encaminhamento, milhares de crimes deixam de ser investigados e ficam sem solução, gerando graves prejuízos para quem necessita da força policial. E a situação não é diferente em Janaúba, onde a onda de assaltos e assassinatos coloca o município numa situação vexatória: ao todo são 21.509 ocorrências recebidas em plantão sem constar sequer o despacho ou encaminhamento.
Os problemas enfrentados nas delegacias das duas cidades são semelhantes: alguns crimes são investigados com rapidez enquanto a maioria não conta com nenhuma satisfação das delegacias.Toda a questão passa pelo processo de escolha do que pode e o que não deve ser investigado, demonstrando total inércia de quem comanda a Polícia Civil destes dois municípios, deixando evidente a má gestão e um péssimo planejamento na condução dos trabalhados.
Segundo informações colhidas, a verdade é que existe um processo de elitização na escolha do que deve ser investigado, fato esse que somado à má gestão dos delegados responsáveis por Montes Claros e Janaúba, prejudica a elucidação dos crimes nas duas maiores cidade do Norte de Minas. Exemplo deste processo de escolha do deve ser investigado ou não são vários em Janaúba, como o do produtor rural Ariston Gonçalves morto com vários tiros nas costas e um na testa. Por se tratar de um crime que mexeu a elite janaubense, o processo investigatório foi conduzido de forma rápida e eficiente e os autores presos e poucos dias. Enquanto isso, vários assaltos e crimes são deixados de lado pelo comando da Polícia Civil em Janaúba como o de uma vítima que passava pela rua Monte Azul e foi abordada por um homem com uma arma calibre 22, que levou seus pertences e ainda a ameaçou dizendo para não olhar para trás. Já na rua Dalva Costa Brito, quando Brenner Barreto estava com sua namorada, foram surpreendidos por um homem armado que os mandou deitar de costas com várias ameaça de morte. O casal ficou sem seus aparelhos celulares, capacete e a motocicleta. Tanto em um caso como no outro nenhum encaminhando do comando da Polícia Civil foi feito para que a apuração descobrisse os autores.
Em Montes Claros o processo de escolha para o que deve ser investigados também acontece. Temos como exemplos, casos que sequer começaram o processo investigatório, tais como de Maria Beatriz, que quando transitava pela Avenida de Sidney Chaves foi surpreendida por dois indivíduos, estando um deles armado e roubou o seu celular. Outro grave exemplo aconteceu com Leonardo Lopes, proprietário de uma loja de veículos. Quando ele estava trabalhando dois homens invadiram o local estando um deles armado e diante das graves ameaças roubaram vários pertences. Além disso, os abusados bandidos destruíram o seu celular para que a vítima não chamasse a polícia, que fugiram e não sofreram qualquer investigação. E os assaltos seguem a escalada de crescimento sem qualquer solução na cidade. Graciele Carvalho foi abordada por um homem armado próximo ao Córrego do Cintra e teve seu celular roubado. Em outra situação uma vítima ao sair de casa para pagar algumas contas, colocou em uma pequena sacola uma quantia em dinheiro, e foi abordada por um homem armado com uma faca que gritava "passa a sacola, passa a sacola". Não satisfeito com o roubo agrediu a vítima, cortando o braço direito. O bandido fugiu, e mais uma vez, graças ao processo de escolha seletiva, a vítima ficou no prejuízo sem qualquer tipo de investigação e elucidação do crime. A população de Janaúba e Montes Claros sofre calada, sem direito à defesa ou de investigação graças à má gestão e falta de planejamento nos comandos das duas cidade.
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