segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Manga MG. Anastácio da Funerária recorre a apoio de deputado especialista em comprar votos, espalhar boatos e outras falcatruas eleitorais




Aelton Freitas já chegou prometendo 500 casas populares

O deputado federal Aelton Freitas (PR-MG), que ficou conhecido por ensinar a comprar votos, espalhar boatos contra adversários e outras falcatruas eleitorais participou ontem, em Manga-MG, de comício do candidato à reeleição para prefeito Anastácio Guedes Saraiva (PT), o Anastácio da Funerária.

Reforço escalado por Anastácio da Funerária, o parlamentar não fez nenhuma questão de desfazer sua fama de picareta e professor de malandragens eleitorais. Ele gravou um vídeo para a campanha, no qual prometeu que se Anastácio da Funerária for reeleito, destinará recursos para a construção de 500 casas em Manga.



Prometer entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza em troca de voto constitui captação ilícita de sufrágio, previsto no art. 41-A da Lei das Eleições (Lei 9.504/97), além de ser crime, previsto no artigo 299 do Código Eleitoral, com pena de reclusão de até quatro anos e multa. Mas isso não parece ser um problema para Aelton Freitas.

O programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão levou ao ar em 2012 extensa reportagem em que o parlamentar, semelhantemente à aula que ministrou nesta semana em Manga, ensinava políticos de Capetinga-MG a comprar votos, inventar fofocas e espalhar boatos contra os adversários.



Na reportagem mostrada pelo Fantástico, Aelton Freitas ensina como fazer uma campanha eleitoral. Sua primeira lição foi sobre como comprar votos. O parlamentar ensinou o que ele denomina de “técnica do cartãozinho”, que consiste na impressão de 200 ou mais cartões. Em seguida esses cartões são distribuídos entre 20 ou mais pessoa de confiança, na proporção de 10 cartões para cada pessoa. Cada uma dessas pessoas de confiança então é encarregada de buscar e “virar” dez pessoas com tendência a votar no adversário.

Segundo Aelton Freitas, cada um dos cartões vale R$ 100,00, mas quem “virar” o voto só poderá trocar o cartão por dinheiro se o candidato em nome do qual foi distribuído for eleito.

A segunda lição de Aelton Freitas foi sobre como espalhar fofocas e boatos contra o adversário. Para isso, segundo ele, é preciso criar o “esquadrão da fofoca”. O sistema consiste em buscar três a quatro pessoas dentro do grupo de apoiadores do candidato que saibam incomodar o adversário. A técnica consistiria em escalar três ou quatro pessoas para ficarem em boteco ou em ponta de rua soltando boatos e fofocas que o adversário tenha de ficar desmentindo e perdendo tempo.

Assim como fez esta semana em Manga, prometendo a construção de 500 casas, Aelton Freitas explicou como ele costuma retribuir a votação recebida nos municípios. Ele faria isso usando a verba das emendas parlamentares.

Segundo Aelton Freitas, um parlamentar tem R$ 12 milhões de verbas de emendas parlamentares por ano e que ele procura distribuir o dinheiro proporcionalmente ao número de votos obtidos em cada cidade. Na sua pitoresca matemática, “se eu preciso de 100 mil votos e tenho R$ 12 milhões, eu divido R$ 12 milhões por 100 mil votos. Significa dizer que a cada mil votos que eu tenho numa cidade, aquela cidade tem R$ 120 mil meu por ano”, explicou.

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