O sargento PM Renato Alves da Conceição foi executado em janeiro Foto: Reprodução
Quinze das 42 mortes de policiais militares em 2017 têm sinais de execução. Entre as vítimas, há agentes atacados e fuzilados por diversos disparos durante a folga e cinco corpos encontrados em carros, quatro deles carbonizados. As execuções encabeçam um ranking elaborado pelo EXTRA com base nas investigações das mortes. Em seguida, vêm os policiais mortos por reagirem a um assalto, 14. Seis policiais foram mortos em serviço.
Na semana passada, dos quatro casos de mortes de PMs, três têm sinais de execução. Na segunda-feira, o soldado Eli Barbosa estava indo encontrar a mulher e os filhos na casa de sua sogra, numa região dominada por traficantes em Japeri, na Baixada. Ele foi encontrado próximo à casa, com cinco marcas de tiros pelo corpo. Na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio, o sargento reformado Gilmar Raposo teve sua casa invadida por criminosos, que o executaram com vários tiros. Na sexta-feira, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, o subtenente reformado Dilson Medina Soares foi morto a tiros por dois homens num bar no bairro Guarani.
Entre os 15 PMs com mortes com sinais de execução, sete foram atingidos por diversos disparos, quatro tiveram seus corpos carbonizados, um foi encontrado morto dentro de um carro e três foram assassinados por grupos de criminosos dentro de casa.
Do total de mortes, também houve um suicídio, uma morte provocada por disparo acidental e três mortes decorrentes de discussões.
A maior parte das mortes aconteceu na Zona Norte e na Baixada. Dos 42 casos, 31 foram nas duas regiões. Nove dos policiais já estavam reformados.
Morto a caminho da igreja
O último policial militar a ser morto foi o sargento reformado Gastão Pedro Gama Carmo, de 69 anos. Segundo o 9º BPM (Rocha Miranda), ele ia para a igreja, na manhã de ontem, quando teve o carro fechado por assaltantes, após parar e dar carona a um grupo de senhoras na Rua Henrique de Albuquerque, em Marechal Hermes, na Zona Norte. Baleado, o policial ainda foi levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Militar montou um grupo de estudos para entender os motivos do aumento no número de PMs mortos. De acordo com a diretora de Assistência Social da PM, tenente-coronel Aziza da Cunha Ramalho Costa, o grupo tem o objetivo de propor medidas de prevenção para o comando da corporação.
- A ideia do estudo é criar ações tanto para o policial em si, nas questões de treinamento e comportamento, assim como ações institucionais, como melhorar a segurança em vias em que incidentes são mais recorrentes - explica a oficial.
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