quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa rebate acusação de grampos ilegais e diz que Prisco agiu com 'leviandade'


30/08/2017 23:39 
Barbosa rebate acusação de grampos ilegais e diz que Prisco agiu com 'leviandade'
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, minimizou a denúncia do deputado estadual Soldado Prisco (PPS) de que a pasta teria grampeado ilegalmente dois ex-desembargadores (leia aqui) investigados na Operação Leopoldo, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para apurar suposto esquema de propina envolvendo um processo de R$ 500 milhões. Para o secretário, Prisco “deturpou os fatos de forma proposital” e agiu com “leviandade”. “Estamos com a consciência muito tranquila. Os propósitos pelos quais esses dados foram deturpados cabem a ele. Temos uma história de credibilidade, estamos à frente da Secretaria de Segurança Pública há dez anos, não houve caso de nenhum grampo ilegal e não vai ter. Fazemos tudo com a maior lisura possível. A leviandade parte de quem tem interesse”, criticou Barbosa, em entrevista ao Bahia Notícias na noite desta quarta-feira (30), durante um evento realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA). Ele reafirmou que a pasta forneceu um gravador para um homem que se apresentou se dizendo vítima de extorsão, assegurou que o procedimento é comum e disse que o parlamentar é quem vai precisar dar explicações. “Vamos continuar recebendo todas as pessoas que se dizem vítimas de crimes, como foi o caso desse rapaz. Estávamos usando um gravador de voz, um equipamento público. Não envolvia gravação de desembargador. A nossa resposta vai ser dada pelo trabalho. Os interesses que ele tem ele vai ter que explicar às pessoas que o seguem, ao eleitorado”, retrucou.
Sobre o fato de o superintendente de Inteligência da SSP, Rogério Magno de Almeida Medeiros, ter sido um dos alvos da Polícia Federal na Operação Vortigern, deflagrada no mês passado por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo também um desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Barbosa afirmou que o fato não abala sua confiança nele. “Lógico que não é uma situação que podemos explicitar. Algo que a gente queria era poder abrir, mas a investigação está sob sigilo. No momento oportuno, ele vai ter oportunidade, assim como a Secretaria, de mostrar o que está acontecendo na investigação”, respondeu. Apesar da denúncia de Prisco, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que não há nenhum tipo de investigação de grampos ilegais envolvendo a SSP. Entretanto, um documento assinado por promotores do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do próprio MP, diz ter atestado a existência de escutas telefônicas não autorizadas e pediu o envio dos autos para a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ). Neste mesmo documento, o Gaeco denunciou os dois ex-desembargadores e mais quatro advogados no âmbito da Operação Leopoldo. Eles são suspeitos de exigirem vantagem indevida em um processo de espólio, que diz respeito ao conjunto de bens de uma pessoa já falecida, estimado em mais de R$ 500 milhões.

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