A criminalidade não entra em quarentena e os números não mentem. Em Feira de Santana, no período de isolamento social referente a 21 de março (quando entrou em vigor o primeiro decreto de fechamento total do comércio) até 22 de julho, foram registrados 134 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), ou seja, homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. No mesmo período no ano passado ocorreram 115 CVLIs.
O delegado Rodolfo Faro, titular da Delegacia de Homicídios, informou ao Acorda Cidade, que a polícia tem trabalhado muito para elucidar esses crimes. Sobre os dois homicídios no bairro Rua Nova registrados em dois dias seguidos, uma das hipóteses é a rivalidade entre facções criminosas.
“A polícia tem trabalhado no sentido de elucidar esses dois crimes cuja motivação a princípio seria a conflagração entre as facções rivais do bairro Queimadinha, que supostamente estariam conflagradas com a facção do bairro Rua Nova. Existe também a possibilidade de estes crimes estarem relacionados a morte de um indivíduo envolvido com o tráfico no mês de junho. Estes crimes poderiam estar relacionados a uma retaliação com a morte desse indivíduo”, disse.
Segundo o delegado, há indícios de que há coincidência de calibre nas duas referidas mortes ocorridas nesta semana no bairro Rua Nova.
“É realizado um confronto balístico para determinar as mesmas armas e, por ventura, as mesmas pessoas que praticaram esses dois crimes. A polícia trabalha com essa parte da polícia científica, no sentido de também comprovar essa suposta informação de que indivíduos do bairro Queimadinha estariam atuando no bairro Rua Nova para tomar o tráfico do comando naquela localidade”, informou Rodolfo Faro ao Acorda Cidade.
Sobre os requintes de crueldades observados nos assassinatos, o delegado observa que desta forma eles tentam intimidar as facções rivais, e que a população pode prevenir ser vítimas desses criminosos colaborando com a polícia.
“São crimes praticados de forma semelhante com diversos disparos de arma de fogo praticados a luz do dia. Fazem isso com a intenção de demonstrar força, de intimidar a facção oposta. Isso é tudo questão de banalização da violência. A sociedade pode se tornar vítima dessa crueldade, e por isso ela precisa compartilhar com a polícia, as informações para que possamos chegar a autoria desses homicídios e assaltos e tirar do meio da comunidade. A audácia deles chega ao ponto de cometerem crimes, muitas vezes próximo a câmeras e unidades policiais. As políciais Civil e Militar têm trabalhado no sentido de identificar esses indivíduos e essa demonstração de intimidação nos estimulam cada vez mais a identificar esses indivíduos e colocar na cadeia que é o lugar deles”, explicou o delegado em entrevista ao Acorda Cidade.
O medo da população é natural, mas existem meios de fornecer informações com sigilo total da identidade através do 190.
“O 190 é um dos canais para a prática desse tipo de denúncia, temos o WhatsApp aqui da Delegacia de Homicídios (75 99703.4452), então nada impede que as pessoas contribuam com a segurança pública em nossa cidade informando e passando as informações sobre esses indivíduos”, concluiu.
O Comandante Luziel Andrade, comandante do Policiamento Regional Leste (CPRL), informou que a segurança pública de Feira de Santana terá reforço de novas viaturas e câmeras de reconhecimento fácil. (Acorda Cidade)
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