A estudante de filosofia Jamile Soares Dias, de 28 anos, denunciou à polícia o ex-companheiro, o lutador de jiu-jítsu Felipe Andrade Alves Nunes, 25 anos, por agressão. Na denúncia, ela relatou que o homem invadiu o apartamento onde ela mora e a espancou. O caso ocorreu na noite do último domingo (19).
Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou que a vítima procurou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas, ainda no domingo, denunciando que havia sido agredida pelo ex-companheiro.
Foi expedida guia para exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT), solicitada medida protetiva, e o suspeito foi intimado a comparecer na unidade. Não há informações sobre se ele compareceu e já foi ouvido.
A Justiça concedeu a medida protetiva no dia seguinte, 20 de julho. Entre outros pontos, a medida determina que Felipe mantenha uma distância mínima de 500 metros de Jamile e familiares, “relativamente a qualquer local onde estiverem, principalmente a residência deles”; proíbe o suspeito de manter qualquer contato com a vítima, familiares e testemunhas, pessoalmente ou por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio de mensagens de texto ou de voz, e-mail e redes sociais; ainda ainda proíbe que o homem frequente locais onde saiba estar presente a vítima, “em especial a sua residência e o seu local de trabalho a fim de preservar a sua integridade física e mental”.
O G1 tenta localizar Felipe, para obter um posicionamento sobre o caso, mas até a última atualização desta reportagem não conseguiu.
Conforme conta uma amiga de Jamile, a estudante de Direito Agnes Rebouças, a vítima ainda não está em condições de falar sobre o caso.
Em entrevista ao G1, Agnes falou sobre o relato da amiga no dia da agressão, dentro do apartamento no bairro no bairro da Barra, onde Jamile estava morando com a filha de dois anos, fruto do relacionamento com o ex-companheiro.
Segundo ela, Jamile e o suspeito ficaram juntos por cerca de três anos e estavam separados há alguns meses. Agnes também contou que ele a ameaçou de morte, e que essa denúncia consta na medida protetiva.
“No prédio dela não tem porteiro, então ele pulou o muro do prédio, arrombou a porta da casa e começou a agressão. A sorte é que a criança estava na casa dos avós maternos. Os vizinhos socorreram ela, começaram a gritar e ele fugiu. Uma outra amiga nossa foi até a casa dela e, juntas, procuraram a Deam para registrar o caso”, explicou Agnes.
De acordo com a estudante, Jamile precisou de 20 pontos na lateral do rosto, o olho direito está bastante inchado e fechado, além de outros machucados pelo rosto.
“Ela está abalada, está tomando remédios e às vezes tem crises de ansiedade. Tem uma medida protetiva, mas ninguém se sente seguro. Ficamos sabendo que ele está andando pelo bairro da Barra, [onde Jamile mora]. O cara atenta contra a vida da mãe da filha dele, invade a residência e fica em liberdade. Que Justiça seletiva é essa?”, questionou Agnes.
Por meio de nota, a Federação Baiana de jiu-jítsu e MMA informou que Felipe é um atleta e praticante de jiu-jítsu, mas não está filiado à federação, assim como nunca competiu nos eventos organizados pela entidade.
No entanto, a federação disse que repudia todo tipo de violência física e psicológica praticada por qualquer praticante de Jiu-Jitsu, principalmente contra a mulher. Defende ainda que o autor das agressões deve ser severamente punido e afastado da equipe e da academia onde treina. Além disso, afirmou que incluiu o nome de Felipe no rol das pessoas proibidas de competir pela entidade. (G1/Ba)
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