segunda-feira, 1 de julho de 2013

Após muita polêmica, Câmara de Montes Claros autoriza contratação para empréstimo de R$ 167 milhões

A população de Montes Claros começa a semana mais endividada e, portanto, um pouco mais pobre. Após muita polêmica, e em clima tenso, Câmara Municipal local aprovou a autorização legislativa para que o prefeito do município, Ruy Muniz (PRB), contrate empréstimo no valor recorde de R$ 167 milhões.

Apressados, os novos gestores evitam levar adiante a lição de casa que recomenda cortar despesas e tentar fazer a poupança que vai permitir o investimento em obras mais adiante. No caso de Montes Claros, Ruy Muniz eleva, de uma só tacada, o endividamento do município dos atuais R$ 300 milhões para algo próximo do meio bilhão de reais. A dívida per capita de cada morador de Montes Claros passa agora ao inédito patamar de R$ 1,29 mil. Ruy tem pressa. E o povo vai pagar a conta. Por conta de certa letargia da imprensa local, que não consegue furar o bloqueio imposto pela administração para não abrir detalhes do projeto, não se sabe que taxa de juros nem o valor das prestações que a Prefeitura vai pagar durante o prazo de 30 anos.
O dinheiro virá de funding do BNDES, e será repassado via Caixa Econômica Federal com destinado prevista para a execução de obras de pavimentação de ruas. As obras contam com o carimbo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, mas parte da conta vai para o bolso da população local – que ficou praticamente alheia à movimentação em que oposição e situação brincaram de gato e rato, na tentativa de obstruir a votação.
Polêmica...
Marcada para a sexta-feira (28) a sessão extraordinária da Câmara chegou a ser cancelada, porque, três dos 15 vereadores não foram localizados para receber a convocação. A oposição, capitaneada pelo PT, tentou a todo custo evitar que o projeto fosse ao plenário. A votação só aconteceu na manhã do sábado, após determinação judicial e bate-boca na portaria do prédio da Câmara - que teria sido arrombada mando do prefeito Ruy Muniz, para dar acesso aos vereadores da base aliada - mobilizados às pressas para votar o projeto. O projeto foi aprovado em regime de urgência, urgentíssima e Ruy Muniz tem agora carta branca para buscar o dinheiro que precisa para fazer a sua administração sair do lugar. 

Montes Claros repete, em escala superlativa, movimento que mobilizou os legislativos de várias cidades do Norte de Minas nesses últimos dias. Vários municípios, entre eles Itacarambi e Montalvânia, recorreram a financiamentos bancários para tocar obras – em atitude temerária porque o prazo para o reembolso desses empréstimos normalmente superam a duração dos atuais mandatos. 
O recurso aos financiamentos tem sido a saída que muitos prefeitos têm encontrado para cumprir promessas de campanha. Boa parte deles tem se limitado a cumprir o papel menor de síndico de suas prefeituras, ao conseguir, e mal, cumprir os compromissos de pagamento dos salários e das despesas correntes que garantem o funcionamento da máquina. 

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