Uma operação que investiga fraude em licitações na compra de medicamentos foi realizada na manhã desta sexta-feira (29) em Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Civil. A suspeita é que o esquema envolva o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) e empresas farmacêuticas, como uma distribuidora e importadora de medicamentos, alvo da ação nesta manhã. Quatro pessoas foram conduzidas coercitivamente e R$ 18 mil foram apreendidos na sede da empresa, segundo o delegado Ramon Sandoli, chefe do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).
A condução coercitiva ocorre quando alguém é levado para prestar depoimento. Um dos conduzidos é contratado do instituto, que atua como pregoeiro em processo licitatórios. Os outros são um diretor e dois funcionários da distribuidora Farmaconn, localizada no bairro Nova Cachoeirinha, na Região Noroeste, conforme o delegado. Após oitiva, eles foram liberados.
O Ipsemg informou que policiais estiveram na casa do pregoeiro e o conduziram a um dos endereços do instituto, onde funciona um hospital, no bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul. De lá, foi encaminhado para o Deoesp. O Ipsemg informou que a operação é resultante de uma auditoria e que está colaborando com as investigações.
Ainda nesta manhã, uma equipe do departamento esteve na sede da empresa e saiu sem dar declarações. Policiais deixaram o prédio levando computadores e uma caixa com documentos. Segundo a assessoria da polícia, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. O G1entrou em contato com Farmaconn e uma funcionária informou que a empresa não tinha nada a declarar.
A Polícia Civil ainda calcula o prejuízo aos cofres públicos e não informou desde quando a fraude estaria ocorrendo. Em coletiva nesta tarde, os delegados Ramon Sandoli e Thiago Machado afirmaram que outras empresas são investigadas, mas não divulgou nomes.
"Entre as empresas investigadas, estão desde de fabricantes de remédios como distribuidores. E essas empresas têm amplitude no cenário nacional, participam de licitações e também do comércio privado, envolvendo medicamentos e outros insumos", disse Machado.
A investigação apura se houve facilitação em pregões, formação de quartel e entrega de medicamentos com qualidade inferior à contratada. A operação envolveu 32 policiais.
A operação é feita em parceria com a Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG). O órgão informou que identificou, no início de 2015, indícios de possíveis irregularidades em fornecimento de medicamentos e encaminhou as informações à polícia. Por envolver licitações, a reportagem também procurou o governo do estado, que ainda não se posicionou. O retorno será incluído nesta publicação assim que recebido.
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