O busto que presta homenagem à ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum, foi alvo de intolerância religosa no início da tarde de hoje (15). A escultura fica fica no Parque do Abaeté, no bairro de Itapuã. Em vídeo publicado nas redes sociais, a ialorixá Jaciara Ribeiro, filha de Gilda, relata a violência simbólica cometida contra o monumento. “Eu estou aqui no busto de mãe Gilda. Eu recebi uma ligação da gestora dizendo que um homem veio aqui, depredou e quebrou tudo. Ele foi algemado, a polícia está aqui. Em um momento de pandemia, com tanta dificuldade, o busto de mãe Gilda é depredado. Ele disse que foi ‘a mando de Deus’. Que Deus é esse? São 21 anos da morte de Mãe Gilda e ainda assim esse ódio religioso não acaba”, protesta.
Em 2000, Mãe Gilda infartou após uma série de violências e difamações contra ela e seus filhos de santo. Mãe Gilda fundou em 1988 o Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã em Salvador.
Ela foi iniciada no Candomblé em 1976 no Terreiro de Oya, ao completar sete anos de iniciada na religião recebe o cargo de yalorixá e em 06 de outubro de 1988 registrou seu Terreiro de Candomblé, o Axé Abassá de Ogum, de nação Ketu na Federação do Culto Afro. Mãe Gilda foi uma ativista social e se destacou pela sua personalidade forte e grande participação em ações para a melhoria do bairro de Nova Brasília de Itapuã.
Como forma de reconhecimento, o Governo Federal, instituiu, no ano de 2007, o 21 de janeiro como o Dia de luta contra a intolerância religiosa. Data em que pessoas de diferentes credos, raças, etnias, sexo celebram mais um passo a favor da dignidade humana para compartilhar caminhos que possibilitem o enfrentamento à: a intolerância religiosa.
(Metro1)
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