Fim da mordomia
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- Publicado em Quarta, 30 Março 2016 09:49
Os vereadores montes-clarenses perderam, na última segunda-feira (28), mais uma mordomia com o dinheiro público: tiveram que devolver os 15 carros que usavam para suas atividades públicas e até particulares, pois podiam gastar até R$ 900,00 por mês com combustível. O presidente da Câmara Municipal, José Marcos Martins de Freitas, o Marcos Nem, devolveu à locadora de Uberaba os veículos e, com isso, economizará R$ 1,6 mil por mês de cada veiculo, ou seja, R$ 22,5 mil somente de aluguel, além de R$ 900,00 por mês de combustível. A economia será de R$ 37,5 mil por mês e, como são mais nove meses pela frente, dará uma economia de R$ 337,5 mil.
Desde o ano de 2000 que os vereadores montes-clarenses passaram a contar com essa mordomia: criaram a verba de gabinete, onde aplicavam o dinheiro como bem entendiam. Por pressão do Ministério Público, a Câmara Municipal contratou os veículos de uma locadora, desde 2013, ao custo de R$ 1,6 mil cada, e, mais os R$ 900,00 de combustível. Os vereadores levavam os carros para suas casas. Desde janeiro de 2015 que os carros foram obrigados a pernoitar na garagem da Câmara Municipal. Dos 23 vereadores, 15 exigiram ficar com o veículo. Outros oito vereadores dispensaram essa despesa. O contrato com a locadora tinha acabado no dia 20 e a Câmara Municipal deixou de renovar o contrato.
Na manhã de ontem o presidente da Câmara Municipal, José Marcos Martins de Freitas, o Marcos Nem, explicou que tem de cortar R$ 130 mil por mês nas despesas do Poder Legislativo, depois que o Tribunal de Contas de Minas Gerais mandou suspender o repasse de R$ 1,560 milhões no repasse financeiro, com a retirada da parcela da Taxa de Iluminação Pública. A primeira medida foi cortar R$ 3,2 mil da cota dos funcionários de cada vereador, ou seja, R$ 73,6 mil por mês. Com os R$ 37,5 mil dos carros, chega a R$ 111,1 mil e ficam faltando outros R$ 18,9 mil por mês. Novos cortes serão realizados, como reuniões somente durante o dia, fim das horas extras e ainda redução em 50% do contrato da empresa de vigilância.
A resistência inicial dos vereadores foi resolvida com uma estratégia simples: se não fizesse os cortes, os R$ 1,560 milhão seriam retirados dos salários dos vereadores. Com o argumento, tanto a situação como oposição apoiou a proposta apresentada pela Diretoria Administrativa e Financeira da Câmara Municipal. “A decisão do Tribunal de Contas é para ser cumprida. Se os vereadores gostaram ou não, teria que cortar os R$ 130 mil por mês e farei isso” – conclui o presidente
Jornal Gazeta
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