29/03/2016 11:18
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizam na manhã desta terça-feira (29) a segunda fase da Operação Alba Branca, que investiga a suspeita de fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades paulistas nos últimos dois anos. Em nota, a Delegacia Seccional de Bebedouro (SP), sede da operação, informou que sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos desde às 6h em Bebedouro, Barretos (SP), Severínia (SP), Campinas (SP) e na capital paulista. O promotor Leonardo Romanelli confirmou ao G1 que entre os presos estão o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) Leonel Julio e o atual presidente da União dos Vereadores do Estado (Uvesp), Sebastião Miziara, ambos presos em São Paulo. Além deles, também foram presos temporariamente por cinco dias Aluísio Girardi Cardoso, Joaquim Geraldo Pereira da Silva, Luis Carlos da Silva Santos, o ex-vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) Emerson Girardi e o servidor público estadual Carlos Eduardo da Silva. O G1 procurou os advogados dos detidos nesta terça-feira. “O ponto central desse trabalho de investigação vem sendo focado nos integrantes e também em colaboradores da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que, conforme as investigações já evidenciaram, vinham fraudando tais procedimentos que visavam à venda e compra de itens que integram a merenda escolar de escolas da rede pública municipal e estadual, causando ainda, prejuízos para pequenos agricultores associados”, diz a nota enviada pela Polícia Civil. O caso O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado. Em 19 de janeiro, seis suspeitos foram presos: o presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, o ex-presidente Cássio Chebabi, o diretor Carlos Luciano Lopes e os funcionários Adriano Gilberto Mauro, Caio Pereira Chaves e César Bertholino. Após acordo de delação, todos foram soltos. Segundo a polícia e o MP, os suspeitos relataram um esquema envolvendo pagamento de propina a funcionários públicos e deputados estaduais para que licitações destinadas à compra de merenda escolar fossem fraudadas em benefício da Coaf, com sede em Bebedouro. Ainda de acordo com os interrogados, as propinas variavam entre 10% e 30% do total do contrato que seria firmado entre a Coaf e a prefeitura, e esse valor era acrescido no preço final, o que ocasionava um superfaturamento dos produtos negociados. O delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, explicou que a investigação do caso teve início após um ex-funcionário da Coaf procurar o 1º Distrito Policial da cidade para denunciar o suposto esquema. (Bocão News)
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