quinta-feira, 7 de julho de 2016

Furto de lâmpadas deixa ruas às escuras em Salvador

07/07/2016 15:52 
“Solicito uma providência em mandar trocar as lâmpadas dos Postes de Energia Elétrica que ficam no Bairro Tancredo Neves, Salvador-Ba., situados nas seguintes Ruas: Rua Bahia, Nº do Poste: X006221, em frente a Farmácia Zero Hora, e Rua Pernambuco, Nº do Poste: X006614 em frente ao Nogueirão Material de Construção”.Num outro pedido, um morador que se identificou como Zezito Barbudo, enumerou problemas semelhantes nas ruas Mario Bestteti, Araujo Basto, Três Marias, Travessa Alto do São João, Terceira Travessa Cerqueira e Rua São João, todas no bairro de Pituaçu.As petições de moradores chegam diariamente à Diretoria de Iluminação Pública da Secretaria de Manutenção da Ordem Pública de Salvador (Semop) e são, em sua grande maioria, de bairros da periferia, onde além das lâmpadas quebradas por atos de vandalismos, acontecem furtos freqüentes de cabos e medidores da rede elétrica.À cada mês são feitas em média oito mil atendimentos, com a reposição de cabos elétricos, troca de lâmpadas e luminárias e reposição de medidores públicos. As áreas mais problemáticas têm sido trechos da Orla Marítima, Avenida Paralela, Estrada velha do Aeroporto, Parque São Cristovão e Avenida Gal Costa, que fica entre os bairros de São Marcos e Sussuarana e dá acesso á estação Pirajá e BR-324.Em diversos trechos de bairros da periferia, a Semop encontra dificuldades para fazer a manutenção da iluminação pública, por causa da ação de marginais que ameaçam as equipes. “É um trabalho difícil, pois essas dificuldades trazem insegurança para os próprios moradores. A gente repõe em um dia e pouco depois tudo tem que ser refeito, por causa daação do vandalismo e dos furtos”, resume o diretor de Iluminação Pública da Semop, Bruno Barral.
Prejuízos
Este mês, com o apoio da Polícia Militar, da Guarda Municipal e de agentes da Superintendência de Controle e Uso do Solo (Sucom), a Prefeitura iniciou a “Operação Ferro Velho”, com o intuito de combater o comércio clandestino de cobre, feito a partir da retirada da fiação elétrica das ruas, que depois de queimada, é revendida como sucata de cobre. Além dos fios de cobre, a operação tenta coibir o comércio ilegal de peças de medidores e disjuntores.Na Avenida Paralela, a mais importante e maior de Salvador, os 12 Quadros de Medidores, que funcionam como temporizadores de grupos para o acendimento da iluminação pública por trechos da avenida, tiveram que ser reposicionados a uma altura maior nos postes, para evitar a ação dos vândalos. Em muitos deles foram roubados os disjuntores, deixando com freqüência vários trechos sem iluminação.Além dos bairros situados na periferia, onde o vandalismo está associado à ação de ladrões que agem nos locais sem iluminação, os furtos de cabos elétricos e quebra de luminárias também acontecem em avenidas como a Paralela, Vasco da Gama, Garibaldi , Complexo Viário do Aeroporto e e em longos trechos da Orla Marítima.
O diretor de Iluminação Pública da Semop, Bruno Barral, explica que somente no primeiro semestre deste ano o furto de cabos, lâmpadas e medidores já deram um prejuízo à Prefeitura de mais de R$ 90 mil. “A nossa estimativa é que cheguemos a R$ 200 mil este ano somente na reposição dos equipamentos”, disse.De acordo com o diretor de Iluminação Pública da Prefeitura, são 170 mil pontos de luz em Salvador, o que a torna a quinta cidade com maior iluminação pública no País. Mensalmente são repostas oito mil lâmpadas em toda a cidade. “Existe um mercado ilegal de compra e venda desses fios de cobre, oriundos da iluminação pública, que precisa ser combatido. Pedimos o apoio da população nessa vigilância, denunciando seja por meio dos canais da Prefeitura – 156 e sistema Falasalvador, ou pelo 190 da Polícia Militar”, complementa o diretor de iluminação pública.
Câmeras flagram furtos constantes na rede elétrica
Nos 22 quilômetros da BR-324, a partir do Acesso Norte até a entrada da cidade de Simões Filho, a rodovia foi totalmente iluminada desde 2014. Contudo, em diversos trechos o furto de cabos elétricos subterrâneos deixa diversos trechos na completa escuridão. A ação acontece, principalmente, no trecho de seis quilômetros iniciais, até as imediações da entrada do bairro de Águas Claras, já nos limites de Salvador.A rodovia, nos 104 quilômetros em pista dupla até Feira de Santana, é controlada pela Concessionária Via Bahia, que instalou diversas câmeras ao longo do trecho, como forma de controlar e monitorar o fluxo de veículos. Entretanto, com o aumento do furto de cabos da rede elétrica, as câmeras também têm flagrado a ação dos ladrões, como constataram os técnicos no mês de junho.Na ação, três pessoas agem em plena luz do dia, em 24 de junho, Dia de São João, no quilômetro 525, próximo ao bairro de Águas Claras, durante aproximadamente seis minutos. A concessionária não informou quais foram os resultados policiais da ação, mas disse somente este ano já acumula um prejuízo de mais de R$ 80 mil com reposição de material.
Crítico
Conforme explicou o Gerente de Tecnologia da Informação da Via Bahia, Claudio Rissardi. Diz que em dois anos de iluminação na BR-324, a empresa teve um prejuízo de mais de R$ 600 mil. Somente no mês de março deste ano, mais de 320 metros de cabos elétricos foram retirados do canteiro central da rodovia, deixando diversos postes às escuras. O furto de cabos e transformadores é crime estabelecido. no artigo 155 do Código Penal, com pena prevista de dois a oito anos de prisão.No trecho de 22 quilômetros entre Salvador e Simões Filho foram colocados 550 postes e 1.100 lâmpadas. A maioria dos furtos de cabos acontece nos seis quilômetros iniciais da via, onde estão 125 postes e 250 lâmpadas. Conforme a Via Bahia, apesar da existência de câmeras que monitoram toda a rodovia através de um circuito fechado de TV, os equipamentos são utilizados para o controle do tráfego e não com finalidade de segurança pública.(Tribuna da Bahia)

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