terça-feira, 12 de julho de 2016

Salvador - Cantor relata ter sido agredido onde rapaz foi espancado ao sair de boate

11/07/2016 23:44 
Um cantor relatou ter sido agredido no mesmo dia e na mesma rua onde o rapaz Leonardo Moura, de 30 anos, foi espancado antes de morrer no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Marte Ventura, vocalista da banda de rock "Urbano Elétrico - Legião Urbana Cover" afirmou que saiu de uma casa de shows na região, na madrugada de sábado (9), quando foi abordado por dois homens que o agrediram com socos e chutes no rosto. O cantor fez um post em sua página na rede social Facebook para denunciar o ocorrido e conversou com o G1, na noite desta segunda-feira, sobre o caso. "Eu tinha saído de uma casa de shows e avistei um rapaz que parecia estar passando mal na rua. Ele se jogava no chão e eu fui tentar ajudar junto com outras pessoas. Depois, passaram dois rapazes e fizeram provocações, mas eu não respondi nada. Eles continuaram provocando e, na terceira vez que falaram eu respondi. Nem me lembro mais o que eles estavam dizendo. Eu só disse que parassem de ofender. Foi então que eles começaram a me agredir e me deram socos e chutes no rosto", contou o cantor. Marte contou que as agressões ocorreram por volta das 4h da madrugada de sábado, horas antes de Leonardo também ter sido espancado no local. Ainda segundo o vocalista, a casa de shows de onde saiu antes de ser agredido fica próximo da boate gay onde o rapaz que morreu estava. 
Não há informações se os suspeitos de cometer as agressões contra o cantor são os mesmos que espacaram Leonardo. Marte disse que registrou um boletim de ocorrência na 7ª Delegacia do bairro do Rio Vermelho, no domingo (10). O G1 não conseguiu contato com a unidade policial na noite desta segunda. "Eu não me lembro de muita coisa. Só sei que foi muito sangue. Um dos agressores era negro, com cabelo black, e o outro era branco e usava um cabelo curto. Os dois eram baixos e pareciam ser maiores de idade. Um deles ainda pegou meu celular que caiu no chão. Não sei se isso foi motivado por homofobia, porque não me lembro de ter dado a entender nada sobre mim. Parecia ter sido alguma armação", destacou.
Leonardo Moura morreu na manhã desta segunda-feira (11), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, após ter sofrido agressões ao sair de uma boate gay no bairro do Rio Vermelho. A suspeita dos familiares é que Leonardo Moura tenha sido vítima de um caso de homofobia. Ele estava internado na unidade de saúde desde o sábado (9), quando ocorreu o crime. De acordo com amigos e parentes, Leonardo ficou bastante machucado por conta das agressões. "Ele tinha hematomas nos olhos, no rosto, arranhões pelo corpo todo, as mãos [feridas], provavelmente tentando se defender", relatou uma amiga do rapaz, Paula Carreiro. Segundo a polícia, Leonardo foi achado desacordado na praia do Rio Vermelho, com muitos ferimentos e levado por uma ambulância do Samu até o HGE. Tiago Soares, amigo que estava com Leonardo na boate, disse que não percebeu nenhum desentendimento que pudesse ter provocado a agressão. "Lá estava tranquilo. A gente se despediu, ele me deixou na parada de ônibus para que eu pegasse meu destino, que é o destino oposto para o que ele ia, e fui surpreendido com essa notícia da irmã dele, no dia seguinte", disse. Leonardo sofreu uma grave lesão nos rins e passou por uma cirurgia. Ele deu duas entradas no HGE durante o sábado. Na primeira delas, detalha a prima, o paciente teria se desentendido com uma médica e saiu do HGE por conta própria, após assinar um termo de de responsabilidade.

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