quarta-feira, 13 de julho de 2016

'Tenho medo que ele possa me procurar e fazer algo', diz mulher de policial suspeito de atear fogo à própria casa

13/07/2016 16:56 
Sem explicação. Foi assim que a quituteira Marilene Bispo de Jesus, 40 anos, resumiu o motivo pelo qual o marido, o investigador da Polícia Civil Júlio Alves dos Santos, 47,ateou fogo na casa onde moravam há 12 anos. Marilene afirmou, ainda, que Júlio tentou, há meses, provocar um incêndio, utilizando o gás de cozinha, mas acabou desistindo.A dona de casa, que foi agredida pelo marido minutos antes do incêndio, conseguiu fugir para a casa de um irmão em Cajazeiras. “No estado em que estava, ele com certeza teria feito algo pior comigo”, pontuou. Marilene disse que já se considera separada e que espera ver o marido pagando pelo que fez. A dona de casa prestou depoimento na manhã desta quarta-feira, na Corregedoria da Polícia Civil, no Rio Vermelho.Por volta do meio dia da terça-feira (13) Marilene saiu com o marido para comprar um celular, quando retornaram, Júlio decidiu parar num bar próximo com o cunhado, irmão de Marilene, e um amigo. “Ele estava tranquilo, a gente estava conversando numa boa, até que ele disse que ia em casa. Como demorou, fui atrás e já encontrei ele segurando ela pelo pescoço e pressionando a cabeça contra o portão”, revelou o irmão de Marilene, José Antônio Bispo, 40. José ainda tentou acalmar Júlio, mas o policial ameaçou o cunhado e exigiu que ele saísse.
Minutos depois, os vizinhos começaram a sentir o cheiro da fumaça preta que tomou toda extensão da Travessa Dom Pedro II, em Cosme de Farias. Só foi possível apagar o fogo com a chegada dos Bombeiros, por volta de 23h. Vizinho do casal, o autônomo Wendel Aragão, 35, não se surpreendeu com o fato. “Ele se transformava sempre que bebia, eu já tirei uma arma da cabeça dele, dizia que ia se matar”, disse. Segundo Wendel, as brigas eram frequentes e Júlio já até simulou suicídio. “Ela saiu na rua desesperada dizendo que ele tinha morrido, quando entramos na casa, ele estava deitado no chão do banheiro, com a arma apontada para a cabeça e o corpo banhado com catchup”, relatou.Populares afirmaram que por volta da meia noite o policial esteve de volta no local do crime, observando o movimento e exibindo duas armas. Segundo um policial civil que trabalha com Júlio há mais de 10 anos, o investigador passou a demonstrar sinais de transtorno depois que um sobrinho se suicidou, no interior do estado, há cerca de dois anos. “Ele é um cara bastante tranquilo, não tenho nem o que falar, mas estava enfrentando problemas”, disse o policial, que não quis se identificar. A família de Marilene discorda da versão e diz que Júlio tem histórico de brigas com a esposa – que confirmou que Júlio frequentou o psicólogo por seis meses, mas há pouco tempo abandonou as consultas.(Correio*)

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