O ministro das Comunicações só não citou a torcida do Flamengo em sua fala, quando inquirido sobre a privatização dos Correios. Mas poderia ter incluído, afinal a iniciativa lesa-pátria que o governo tenta levar adiante de vender os Correios a qualquer custo seria um “negócio da China” para qualquer comprador. Depois de sucessivos ataques de representantes do próprio acionista à reputação da empresa e de uma greve provocada por outro representante do governo federal – o próprio presidente dos Correios, é de se imaginar que a “precificação do ativo” seja ainda mais generosa com os eventuais compradores. Por alguns trocados, esse patrimônio dos brasileiros poderá passar às mãos de empresas privadas, fazendo muitos bilionários com o lucro auferido, porque os Correios valem muito mais, enquanto a população é empobrecida. Felizmente, não basta que o governo federal, antes de qualquer avaliação minimamente séria, anuncie que quer privatizar os Correios. Cabe ao Congresso Nacional a avaliação desse assunto. Nossa expectativa é que os deputados federais e senadores saibam avaliar bem essa questão, desvencilhando-se das fake news que o governo federal tem produzido em série para tentar justificar sua intenção, assim como dos Powerpoints feitos pelas caras consultorias contratadas para avalizar as intenções governamentais. Esperamos que o Congresso Nacional observe bem o que está acontecendo em Portugal, onde a privatização dos Correios tem levado a população às ruas para pedir a reestatização, e aborte o quanto antes essa intenção que só lesará os brasileiros, principalmente os que estão nos confins do país e que hoje podem contar com os Correios em seus municípios e distritos. Com tantas prioridades para cuidar, a intenção de privatização dos Correios salta aos olhos como algo completamente descompassado. Por que o governo federal não cuida melhor da saúde, do meio ambiente e da educação e deixa os Correios fazerem seu trabalho, como tem acontecido há mais de 350 anos? Será apenas pelo motivo de uma grande privatização poder gerar grandes lucros para muitos intermediários? Ou também para favorecer concorrentes, que poderão subir livremente seus preços sem a presença dos Correios no mercado? Quem ganhará se essa intenção maligna prosperar não serão os brasileiros, mas sim uns poucos, em detrimento de todos os demais.
Direção Nacional da ADCAP |
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