terça-feira, 5 de maio de 2015

Energia Solar - Norte de Minas pode virar referência nacional



Detentor de “melhor Sol do Brasil”, segundo levantamento feito por uma empresa espanhola, o Norte de Minas deverá mesmo se tornar referência em produção de energia solar no País. Em entrevista ao jornal Hoje em Dia, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso informou que, até o final de 2017, seis usinas de energia fotovoltaica serão instaladas em Minas Gerais. Questionado sobre os locais serão contemplados com as unidades, o secretário respondeu que são vários, mas com destaque para a região. “Preparamos um mapa que mostra os locais mais interessantes para montar, em função da incidência solar. Esse mapa é praticamente de todo o Norte de Minas e também do Triângulo Mineiro”, disse Altamir Rôso.
“Temos essa vantagem com relação aos outros Estados. São Paulo, por exemplo, não tem a incidência solar que temos aqui e lá já existem e estão sendo montados outros parques, assim como na Europa. Na Espanha, por exemplo, é muito comum. Quase 20% da energia da Alemanha já são alternativas, mesmo com o inverno europeu, que quase não tem sol. Se lá é viável, quer dizer que a nossa condição em Minas Gerais é muito privilegiada. Esse é o primeiro parque solar que vamos fazer e ele passará a ser um modelo. Como há uma necessidade muito grande e crescente de geração de energia elétrica e de diversificar a matriz, com certeza, a partir deste projeto, vamos começar a planejar os outros”, completou o secretário.
Um leilão estadual para implantação de parques com capacidade total de 200 MWpico deverá ocorrer em agosto deste ano e receber as primeiras propostas em até 30 dias após a divulgação do edital. Segundo Altamir Rôso, o investimento para a instalação das usinas fotovoltaicas está estimado em R$ 1 bilhão. A energia será suficiente para abastecer o consumo de 120 mil famílias de porte médio. O leilão permitirá ainda a instalação de fábricas para montagem dos painéis fotovoltaicos, com investimento estimado em R$ 100 milhões. A iniciativa faz parte do programa Energias de Minas e prevê isenção de ICMS para as empresas que se interessarem na construção dos parques.
LEILÕES
Questionado sobre como está o andamento dos processos para a instalação dos parques solares, o secretário respondeu que, neste ano, haverá um leilão federal e um leilão estadual, abrindo a possibilidade de implantação de outros parques e fazendas energéticas no Estado. “Para se ter uma ideia, o leilão estadual de 200 MWpico vai exigir um investimento em torno de R$ 1 bilhão, valor muito representativo. O edital sai neste ano, provavelmente em agosto, estamos terminando a formatação dele. Dentro desse leilão existem incentivos de ICMS, as empresas serão isentas por dez anos, justamente para que se instalem e usem a energia fotovoltaica”, disse.
“Uma das exigências do nosso leilão é que a empresa também fabrique as placas solares aqui em Minas. Vamos continuar importando alguns componentes que não conseguimos fabricar ainda no Brasil, mas toda a montagem das placas será aqui. O importante é que, desta forma, vamos gerar mais empregos e impostos oriundos tanto das empresas que vão montar os parques solares como das que vão fabricar as placas. Uma empresa entrará comprando e outra fornecendo energia produzida nas usinas”, explicou Altamir Rôso. Ele informou que algumas empresas já têm procurado o Estado para montagem dos parques. “As empresas que nos procuraram pedem para não divulgarmos os nomes ainda por estratégia”, disse.
PLACAS SOLARES
“Só para a fabricação de placas solares são cinco empresas interessadas. Quem optar por fabricar as placas não poderá montar os parques. Serão empresas diferentes. Minas Gerais passou a ser um Estado atrativo para empresas deste setor, vamos abrir um caminho imenso com esses leilões que estão por vir. Será uma energia nova, limpa, que vem completar e diversificar a nossa matriz energética. Se já pudéssemos contar com energia fotovoltaica e até eólica, com usinas bem implantadas no Estado, neste momento de crise hídrica, talvez não estaríamos nesta situação”, comentou o secretário.
Rôso informou ainda que, após a publicação do edital, em até 30 dias o Estado receberá as propostas. “Daí, se as licitações ocorrerem em 2015, dois anos depois, em 2017 os parques já deverão estar operando. O processo é rápido e simples, porque não é como uma usina hidrelétrica, por exemplo, que todas as obras precisam de desvios de rios. Neste caso dos parques solares, pode-se montar uma parte, que começa a operar antes que todo o resto esteja pronto. Ainda não temos nada previsto para parque eólico, pois a nossa capacidade é bem menor. Temos estudos que mostram que a nossa capacidade para produzir energia fotovoltaica é muito maior, muito propícia no Estado, então temos que aproveitar isso”, concluiu.
Jornal de Notícias

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