Texto: Luana Mendes / Fotos: Hudson Brazil
A Santa Casa de Montes Claros, referência do Sistema Estadual de Transplantes na captação de doadores de órgãos e tecidos no Norte e Nordeste de Minas, realiza mais uma campanha de conscientização "Setembro Verde" com o objetivo de sensibilizar os colaboradores da Instituição e a população sobre a importância de seus familiares autorizarem a doação de órgãos para fins de transplantes.
“A conscientização é o primeiro passo. A falta de conhecimento e discussão sobre o assunto levam a recusas familiares que poderiam ter sido convertidas em doações. Existe uma fila grande de pessoas à espera de um órgão que, muitas das vezes, não terão tempo suficiente para sobreviver à esta espera. Um único doador tem a capacidade de salvar várias vidas”, ressalta a coordenadora médica da Comissão Interna de Doação de Órgãos e Tecidos da Santa Casa, Maria Fernanda Freitas de Figueiredo.
Devido a pandemia causada pelo novo coronavírus, as ações precisaram ser restritas. Os colaboradores da Instituição receberam porta crachás e máscaras de proteção em alusão ao setembro verde. Além disso, no pátio do hospital foi montada uma exposição de esculturas dos órgãos e sobre a trajetória do Serviço de Transplantes na Santa Casa de Montes Claros.
A Santa Casa de Montes Claros, no primeiro semestre de 2020, foi a Instituição que mais somou transplantes de fígado e rim, dentre todos os centros transplantadores mineiros. O superintendente do hospital, Maurício Sérgio Sousa e Silva, afirma que “a Instituição tem se empenhado no sentido de continuar prestando serviços à população, mesmo durante a pandemia. Graças ao profissionalismo e dedicação das nossas equipes, foram 63 pessoas que passaram a ter uma nova oportunidade de vida, no primeiro semestre deste ano. É importante lembrar que todos os doadores e receptores passam pelos exames de COVID-19 para a segurança do processo”, frisa.
O hospital realiza transplantes pelo SUS desde 1993, somando mais de 1.300 transplantes de rins, fígado, córneas e tecido musculoesquelético, além de contribuir com a captação de outros órgãos para a realização de transplantes de pâncreas e coração em outras localidades do país. Até o início deste mês, foram realizados 52 transplantes de rins, 22 transplantes de fígado, 12 transplantes de tecido musculoesquelético e quatro de córneas. Além disso, o hospital enviou para o Sistema Nacional de Transplantes, 68 unidades de córneas, três corações, dois fígados, dois rins e um pâncreas.
A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos da Santa Casa (CIHDOTT), Drª. Maria Fernanda Figueiredo, ressalta que “não é necessário documento para a doação. Apenas comunicar à família sobre o desejo de ser doador. A autorização familiar é imprescindível para a doação”.
Transplante
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.
“No primeiro caso, em geral, a doação acontece entre familiares. No segundo caso, o processo de doação inicia-se após a confirmação da morte encefálica e autorização da família para captação de órgãos e tecidos do potencial doador. É um processo regulamentado e totalmente registrado de forma documental. A fila dos receptores é única e leva em consideração a urgência da indicação”, explica a médica.
De acordo com a última atualização (03 de agosto de 2019), do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), a lista de espera por um transplante de órgão ou córnea, constava o total de 44.689 cadastros. No norte de Minas Gerais, 384 pessoas aguardam pela doação.
ANA PAULA PAIXÃO
Jornalista / Analista de Comunicação / Assessoria de Imprensa Santa Casa Montes Claros
Tel.: 38 3229.2205 98834.1267
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