Fachada da delegacia da Polícia Civil de Ponte Nova (MG), em imagem do Google Street View, capturada em setembro de 2013. — Foto: Google Street View / Reprodução
Menina de 12 anos mata filho recém-nascido a facadas e enforcado em MG
A mãe do bebê disse que assassinou o filho logo após ele nascer na casa dela. A avó da criança é suspeita de participar do crime
26/02/2021
Por NATÁLIA OLIVEIRA
Menina de 12 anos mata filho recém-nascido a facadas e enforcado em MG
Criança chegou a ser levada a hospital da cidade, mas morreu
A mãe e a avó de um recém-nascido são suspeitas de assassinar com facadas e enforcado por um fio de carregador de celular, o bebê que tinha acabado de nascer de parto normal e em casa. O crime brutal aconteceu em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, nesta quinta-feira (25).
A mãe do bebê, que tem 12 anos, disse que foi ela quem esfaqueou e enforcou o filho, após um parto normal na residência dela. A avó do menino, uma mulher de 44 anos, deu várias versões contraditórias sobre o crime. Ela disse que não sabia da gravidez da filha e que não ajudou no parto, mas depois testemunhas relataram que ela auxiliou o nascimento do neto.
De acordo com o boletim de ocorrência, a menina de 12 anos namorava um adolescente de 16 anos, desde meados do ano passado, com autorização da mãe dela. A garota ficou grávida, mas relatou não saber da gestação. Ela sentiu cólicas nos últimos dias, mas disse que acreditava que fossem menstruais. A mãe deu remédio para ela e pediu que ela tomasse sol para ver se melhorava.
A adolescente contou que, nesta quinta-feira, estava em seu quarto, quando as dores aumentaram e ela começou a ter sangramentos. Logo depois ela disse que viu que o bebê estava nascendo. A menina disse que tirou o filho sozinha e que sua mãe, ao chegar no quarto e ver a cena, saiu pela rua correndo e gritando por socorro.
Nesse momento, a mãe do recém-nascido, disse que pegou uma faca na cozinha e esfaqueou o bebê. Ela também o enforcou com um fio de carregador de celular e só parou com as agressões quando vizinhos chegaram à casa dela. A garota argumentava o tempo todo com os militares que agiu sozinha e que a mãe dela não tinha culpa de nada. "A má aqui sou eu, se minha mãe tivesse me ajudado ela estaria cheia de sangue", disse aos policiais.
O bebê foi socorrido para o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova, onde foi atendido, mas não resistiu. Os médicos disseram que era impossível a menina ter feito o parto sozinha e que também era impossível ela não ter percebido que estava grávida por causa do tamanho da barriga e da movimentação fetal.
Diante da afirmação, a menina confessou que a mãe a ajudou a tirar o bebê, mas continuou negando que a mulher tivesse ajudado a ferir a criança. "Peguei ele das mãos dela (da mãe) e acho que, sem querer, bati com a cabeça no puxador da cômoda. Ai minha mãe saiu correndo gritando os vizinhos. Eu fiz aquilo lá, tentei cortar o pescoço do neném e tentei sufocar com o fio do celular, só que quando minha mãe voltou com os vizinhos eu parei de fazer", contou a garota, no boletim de ocorrência.
Apesar da garota afirmar que não sabia que estava grávida, o namorado dela contou que há cerca de seis meses, ela disse sobre a gravidez e pediu que ele comprasse remédio para abortar. O adolescente se negou a efetuar a compra e também não contou a ninguém sobre a gestação. Ele foi apreendido por estupro de vulnerável por ter engravidado a menina de 12 anos.
Versões contraditórias
A mulher de 44 anos continuou a dizer que não sabia da gravidez da filha, mas relatos da namorada dela e da filha estão em contradição com o que ela diz. A menina contou aos militares que a mãe a ameaçava, caso ela engravidasse, dizendo que iria mandar a filha para morar com o pai, coisa que a adolescente não queria.
A namorada da mulher mais velha também contou que percebeu a gravidez da garota e questionou a companheira, mas a suspeita se irritou, começou uma briga e mandou a namorada cuidar das próprias filhas.
Aos policiais, a suspeita disse que percebeu apenas que a filha estava engordando, mas não sabia da gravidez e que achou que as cólicas fossem menstruais. Ela alega também que não percebeu atraso na menstruação da adolescente.
Vizinhas ajudaram no socorro
Quando a mulher começou a gritar na rua, vizinhas entraram na residência e embrulharam a criança em uma coberta. As testemunhas relataram que tinham percebido que a adolescente estava grávida, ao ver ela na rua, dias antes do crime.
Disseram também que não perceberam que o recém-nascido estava ferido no pescoço e que se preocuparam em acionar os bombeiros e socorrer a criança, que foi levado junto com a adolescente para o hospital.
Suspeita alterou cena do crime
A suspeita de 44 anos começou a mandar áudio de Whatsapp para contar para várias pessoas o que tinha acontecido. Ela também pediu ajuda da namorada e as duas colocaram para lavar toda a roupa de cama que ficou com marcas de sangue.
Por causa das versões contraditórias, a mulher foi presa. A namorada dela também foi detida por alterar a cena do crime. A Polícia Civil foi acionada e realizou os trabalhos de investigação no local.
A adolescente ficou internada já que passou por um parto de alto risco e estava muito ferida. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso e a adolescente ficou sob escolta policial.
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