quinta-feira, 22 de outubro de 2015

MONTES CLAROS MG. - Vitória da Copasa - TCE anula a licitação do saneamento em Montes Claros


O Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais (TCE) anulou no final da tarde de ontem (20), a licitação aberta pela Prefeitura de Montes Claros para a concessão do saneamento básico da cidade pelos próximos 30 anos. O conselheiro Wanderley Ávila, da 2ª Câmara Técnica, acatou parecer encaminhado pela equipe do TCE que apontou duas irregularidades no processo licitatório: a alteração no edital sem que tenha sido aberto novo prazo e ainda a limitação da quantidade de empresas para formarem o consórcio. É mais uma derrota do Prefeito Ruy Muniz. A licitação não tinha atraído nenhuma empresa.
O conselheiro manda suspender toda licitação e determinou que a Prefeitura de Montes Claros se abstenha de fazer qualquer ato do contrato alusivo ao assunto, sob pena de multa de R$ 10 mil e determinou que a Prefeitura informe em quantos dias a suspensão da referida licitação. Ávila explica que recebeu a representação da Copasa no dia 13, com o apontamento de várias irregularidades, mas diante de assunto tão polêmico a análise do edital, mesmo com exiguidade de prazo, foram identificados as duas irregularidades que geraram a suspensão da licitação.
Com a suspensão da licitação, a Prefeitura de Montes Claros sequer pode reabrir a concessão para uma empresa municipal, como foi cogitado.
Jornal Gazeta

Golpe frustrado

LICITAÇÃO DA COPASA NÃO ATRAI EMPRESAS
Os trabalhadores comemoraram nas escadarias da Prefeitura

Nenhuma empresa apresentou proposta para explorar a bilionária concessão de água e esgoto em Montes Claros. Apesar de sete terem adquirido o edital, nenhuma compareceu a reunião de licitação e às 14h33 o processo foi considerado encerrado. A sessão foi marcada pela tensão, pois mais de 300 funcionários da estatal mineira Copasa, atual concessionária, que realizaram protestos contra o prefeito Ruy Muniz, que estava dentro da sala de reuniões. A Guarda Municipal e a Polícia Militar reforçaram a segurança. Somente no final é que alguns trabalhadores tentaram entrar na sala de reuniões, que teve as portas fechadas, mas os guardas municipais não permitiram.
A constatação de nenhuma empresa participando foi motivo de comemoração, com os trabalhadores assumindo a escadaria em frente à Prefeitura. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento de Minas Gerais, José Maria dos Santos afirma que a contradição entre o edital e o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e ainda a insegurança jurídica do contrato, pois a captação de água está em barragem localizada em outro município foram fatores que impediram qualquer empresa de manifestar interesse, pois podiam vencer, mas não tinha a certeza sobre o retorno dos investimentos.
A ata da sessão deverá ser publicada no Diário Oficial do Município de hoje. Depois disso, a Prefeitura pode publicar novo edital, em oito dias, para abrir novo prazo de apresentações de propostas. O advogado de uma das empresas, que esteve no local e pediu anonimato, reconheceu que existem dois problemas a serem corrigidos: o edital fala uma coisa e o Plano Municipal de Saneamento Básico fala outra, deixando qualquer empresa em dúvidas. Também existe a questão do financiamento feito pela Copasa para investimentos iniciados, além da questão da captação de água.
O assessor jurídico do Sindágua, Wagner Bonifácio Xavier, em seu discurso na porta da Comissão de Licitação da Prefeitura, reforçou a tese de insegurança jurídica e citou que em Pará de Minas, onde ocorreu o mesmo processo de privatização, a população está sofrendo com os problemas gerados e que inclusive levou a Justiça a suspender o edital licitatório. Ele salientou que Montes Claros é a décima cidade em saneamento básico, em razão dos investimentos realizados pela Copasa e por isso, não se aceita que o emprego de 450 trabalhadores seja comprometido.
Antes de iniciar a reunião, os advogados do Sindágua se reuniram com a juíza Rozana Silqueira Paixão, da 1ª Vara da Fazenda Pública, pedindo a celeridade no julgamento do processo movido pela Copasa sobre a concessão de água e esgoto em Montes Claros. Eles afirmam que a juíza prometeu se manifestar até quinta-feira, depois de ouvir os dirigentes da Prefeitura de Montes Claros e da Comissão de Licitação. Eles também se reuniram com os promotores de Justiça, mostrando as contradições entre o edital de licitação e o plano municipal de saneamento básico.
Jornal Gazeta

Golpe na Copasa

LICITAÇÃO DA ÁGUA GERA POLÊMICA
Prefeitura indefere mais uma impugnação contra o processo
Trabalhadores da Copasa ameaça realizar manifestação durante a licitação
Está marcada para hoje às 14 horas, a licitação da concessão de água e esgoto de Montes Claros, cercada de polêmicas, pois três empresas interessadas entraram com impugnações contra o processo licitatório, apontando falhas, mas a Prefeitura de Montes Claros indeferiu todos os pleitos. O caso, que está tramitando na Justiça, poderá chegar até o Tribunal de Contas de Minas Gerais. A expectativa é que sete empresas participem dessa licitação, pois é a maior concessão de saneamento básico do interior mineiro explorado pela Copasa. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Saneamento de Minas Gerais ameaça fazer manifestação durante a licitação.
Na edição de sábado do Diário Oficial do Município, a Prefeitura de Montes Claros publicou o indeferimento da impugnação apresentada pela Copasa. Na quinta-feira, foi publicado o indeferimento dos pedidos das empresas Odebrecht Ambiental e Aegea Saneamento e Participações, que apontaram irregularidades. A Copasa alegou inconsistências nos dados populacionais informados e que refletem a inviabilidade econômico-financeira da concessão. A Prefeitura indeferiu o argumento e explica que as eventuais inconsistências deveriam ter sido questionadas quando da efetiva elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e não neste momento do processo licitatório. O curioso é que até o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável questionou o referido plano.
A Copasa questiona a restrição do caráter competitivo da licitação, pois os investimentos do Plano Municipal de Saneamento Básico estão superestimados e que o edital desconsiderou os investimentos e obras em andamento, mas a Prefeitura sequer aceitou analisar, sob o argumento de que foi alvo de discussões anteriores. Sobre o argumento de divergências de valores e percentuais a serem considerados entre Plano Municipal de Saneamento Básico e o edital, a Prefeitura alega que inexiste qualquer divergência de valores nos termos apontados e que o PMSB é o referencial para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário e o Edital, que é a regra a ser seguida pelos participantes, trás elementos norteadores retirados do PMSB e adaptados ao melhor interesse público.
No caso da Barragem de Juramento, a Copasa mencionou que a licitação tem como falha a ausência de previsão de compra de água para abastecimento à população. A Prefeitura disse que todas as questões relativas à Barragem de Juramento, bem como eventual indenização relativa aos investimentos ainda não amortizados pelas receitas da concessão estão sendo objeto de discussão na Justiça e que a assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. “Inegavelmente a água é um recurso natural de natureza pública, pertencente a todo cidadão, e jamais será alvo de discussão, vez que o interesse público se sobrepõe ao particular”.
Outro aspecto observado pela Copasa são o riscos para o usuário final, mas a Prefeitura de Montes Claros alega que serão vários benefícios revertidos para a população, inclusive com desconto em tarifa, outorgas que serão revertidas em obras/serviços e clareza na condução dos trabalhos e que são inimagináveis, neste modelo, são riscos de qualquer natureza para o usuário final, vez que, se espera com a nova concessão serviços da mais alta eficiência, com preços justos, pronto atendimento às demandas, maior qualidade da água e, sobretudo, respeito ao cidadão. 
Jornal Gazeta

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