terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Aécio Neves paga R$ 13.415,43 por mês para sustentar seu 'comitê'. Mas é o povo quem paga o aluguel.




Na verba indenizatória do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) consta o pagamento de R$ 13.415,43 pelo aluguel mais condomínio de escritório político em Belo Horizonte (valores do mês de novembro de 2012, o mais recente em que aparecem as contas completas atualizadas). É, provavelmente, um dos maiores aluguéis pagos por parlamentares para escritório político em todo o Brasil.
Apesar desta despesa ser espetada na conta de todos nós, brasileiros, através dos cofres públicos do Senado, se o eleitor mineiro quiser entrar em contato com o escritório do senador, terá dificuldade em encontrar o endereço. O senador não divulga em sua página oficial na internet, apesar de tratar a despesa como se fosse pública para atender o público.
O escritório fica num suntuoso edifício na Rua Paraíba, 1000, na área nobre da Savassi, em Belo Horizonte.
Neste mesmo edifício, por coincidência, o senador tem como vizinho, no 13o. andar, a filial mineira do banco de investimentos Itau BBA, que tem no conselho de administração Edmar Bacha, da equipe econômica de FHC que quebrou o Brasil 3 vezes e hoje é um dos gurus econômicos de Aécio.
No 11o. andar fica o Banco Industrial e Comercial S/A (Bicbanco). Por coincidência, a CPI dos Correios rastreou uma conta neste banco da agência de propaganda SMPB São Paulo, de propriedade de Marcos Valério, que recebeu nesta conta em 1997 e 1998 a quantia de R$ 41 milhões da TELESP (quando ainda era estatal sob controle tucano). Uma parte do dinheiro foi repassada para 5 empresas diferentes, todas recém constituídas e dos mesmos donos, o que as torna suspeitíssimas, e outra parte sacada em dinheiro. A CPI chegou a enviar ofício à TELESP pedindo a documentação. A empresa confirmou a existência do contrato de apenas R$ 4 milhões (10 vezes menor do que o valor depositado), e disse não dispor mais nos arquivos de detalhes dos pagamentos, nem comprovação se houve serviços prestados, "devido à privatizaçao" (como se mudança de controle acionário permitisse "queimar" arquivos). Mesmo com esse quadro mais do que suspeito, a CPI não aprofundou no assunto, blindando o tucanato e mal reportou o caso (tópico 7.2.3.4 do relatório substitutivo ao apresentado pelo relator). Não se tem notícia de que o Ministério Público tenha se interessado em ir fundo neste caso. Resultado: quando o suspeito é tucano dá-se um jeitinho de varrer para baixo do tapete e tudo acaba em pizza. Mas, voltando ao assunto do escritório-comitê de Aécio Neves, o vizinho do 4o. andar é a empreiteira Queiroz Galvão. No 15o. andar, o grupo Asamar S.A., construtor do prédio, com negócios em várias áreas, como petróleo, biocombustíveis e construção civil. Esse quadro mostra que Aécio montou não um escritório político para atender o povo, mas um comitê de campanha para reuniões entre quatro paredes com grandes empresários e banqueiros. Nisso não há nada de estranho, pois é a cara do tucanato: junto aos ricos e com seguranças na portaria para manter os pobres à distância. Mas pelo menos não espete a conta do aluguel para a gente pagar.

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