sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Montes Claros – Defesa quer escolta policial para goleiro Bruno Fernandespoder treinar

A defesa do goleiro Bruno Fernandes quer que o governo mineiro providencie escolta para que o atleta possa participar de treinos e jogos pelo Montes Claros Futebol Clube. O jogador foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro e assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio e esta seria a forma prevista em lei de ele deixar a cadeia para atuar pelo time, com o qual assinou contrato nesta sexta-feira (28).
Montes Claros - Defesa quer escolta policial para goleiro Bruno poder treinar
Montes Claros – Defesa quer escolta policial para goleiro Bruno poder treinar
Bruno cumpre pena em regime fechado na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta sexta os advogados do atleta levaram o contrato ao presídio para o atleta assinar. O nome do goleiro já foi incluído no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, o que lhe dá condições de atuar pelo clube do norte de Minas, que disputa o módulo II do Campeonato Mineiro.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a defesa do goleiro também apresentou pedido para que ele seja transferido para Montes Claros, mas a solicitação ainda terá que ser analisada pelo Judiciário. O TJMG negou que tenha sido feito pedido para que o goleiro exerça trabalho externo.
O advogado Francisco Simim garante que encaminhará o pedido à Justiça, mas acredita que o caso só será analisado após o carnaval. Isto porque a solicitação ainda terá que ser encaminhada para o juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Montes Claros, caso o goleiro tenha autorizada a transferência para um presídio daquele município.
“Ele já cumpriu um sexto da pena”, observou Simim, referindo-se à possibilidade de seu cliente ter a progressão da pena para o regime semiaberto. “Mas mesmo sem a progressão ele pode sair escoltado e voltar para a prisão”, acrescentou.
Bruno já teve diversos advogados diferentes desde que foi preso acusado da morte de Eliza, em 2010, e outros defensores do atleta já articularam assinaturas de contratos com clubes de futebol para tentar tirar o atleta da cadeia.
A Lei de Execuções Penais prevê que o trabalho externo é admitido para presos em regime fechado desde que tenha sido cumprido um sexto da pena e “desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor de disciplina”. O benefício é revogado se o preso cometer outro crime ou falta grave, como a briga que o jogador teve dentro do presídio, que o levou a ter suspenso o trabalho que exercia na penitenciária.
A reportagem tentou falar com o presidente do Montes Claros Futebol Clube, Vile Mocellin, mas ele não foi encontrado. O time divulgou nota confirmando que o presidente “foi em busca do atleta e conseguiu enfim trazê-lo para o clube”.
A nota informa que Bruno foi examinado por um médico que atestou que o atleta está apto a voltar a jogar. O contrato tem validade por cinco anos e prevê salário de R$ 1.430 para Bruno e multa rescisória de R$ 2,86 milhões. Quando foi preso, o goleiro atuava pelo Flamengo e recebia cerca de R$ 250 mil mensais, somando o salário pago pelo clube e complemento de patrocinador.
Agência Estado

Velhos objetos ganham novas funções

Você mesmo pode dar uma nova função para aquele objeto antigo que só ocupa espaço na sua casa. Sugerimos aqui alguns exemplos criativos de como reutilizar coisas que já não serviam mais:










10 jeitos criativos para reaproveitar objetos













Ao que Austregésilo Carrano designava como “Chiqueiros Psiquiátricos” - BICHO DE SETE CABEÇAS

Por 

Andressa Borges, Andreysa Conti, Carolina Lemos, Larissa Ribeiro e Marilía Jordana.

Laís Bodanzky, diretora do filme brasileiro “O Bicho de Sete Cabeças”, baseado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano Bueno, Cantos dos Malditos, problematiza aspectos sociais, culturais e econômicos da sociedade, assim como denuncia a realidade dos hospitais psiquiátricos brasileiros na década de 70, evidenciando a necessidade de uma reforma da assistência psiquiátrica.
No filme, o drama discorre sobre a vida de Neto, que é interpretado por Rodrigo Santoro, um jovem de dezessete anos, usuário de maconha, de classe social média baixa, sem uma boa relação familiar. A idéia da internação em um hospital psiquiátrico surge quando o pai encontra na roupa de Neto um “baseado”.
O motivo da internação, por si, demonstra a falta de informação bem como a hipocrisia da sociedade diante das drogas, a ausência de diálogo no âmbito familiar, além da decisão precipitada do pai de internar o filho sem o consentimento deste.


Experiências vividas por Neto dentro da instituição, que vão desde o uso excessivo de remédios, falta de higiene, ausência de profissionais capacitados e principalmente interessados no tratamento dos pacientes, até o uso de eletrochoque, mostram a realidade manicomial brasileira da época. O hospital psiquiátrico apresentado no filme era baseado no modelo asilar, que exclui o paciente da sociedade e do seio da família.
Neto passou por essa situação sem compreender absolutamente nada, sendo reinserido à sociedade sem qualquer assistência pós-recuperação e quando algumas de suas faculdades mentais apontavam fragilidade - situação que levou a nova internação, desta vez, por solicitação do próprio Neto, já que lhe parecia que ele melhor se adaptava ao “universo dos loucos”.
Ao mesmo tempo em que retrata os valores sociais que a reforma psiquiátrica buscou transformar em meio à sociedade, demonstrando o preconceito em relação aos diferentes, ou seja, pessoas que não se enquadram dentro daquilo que é o determinado pela coletividade, o filme aponta a total ausência do médico psiquiatra, que poucas vezes é presente no cotidiano do paciente.
O inspirador do filme, Austregésilo Carrano, foi um homem de uma personalidade fascinante e extremamente forte, que teve a coragem de denunciar, em seu livro, as arbitrariedades dos hospícios e dos “profissionais” que contribuíram para o seu sofrimento durante sua repressão asilar. Na sua obra descreveu as torturas a que foi submetido, como, por exemplo, as vinte e uma sessões de eletroconvulsoterapia, que lhe deixaram seqüelas tanto físicas quanto emocionais.


Na época, Carrano ficou três anos e meio sendo transferido de um hospital para outro, recebendo altas doses de drogas terapêuticas, sem ao menos receber um diagnótisco. As atrocidades foram muitas, até o dia em que resolveu atear fogo na própria cela, ato que foi decisivo para os pais o acolherem novamente.
Após conseguir se restabelecer na sociedade, Carrano tornou-se um homem de grandes feitos. Foi militante do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, designou os hospitais psiquiátricos como “Chiqueiros Psiquiátricos” e se tornou a primeira pessoa no Brasil a mover uma ação indenizatória contra um psiquiatra, por erro de diagnóstico. Porém, Carrano, foi condenado a pagar indenização a seus médicos e às suas famílias, pelo fato de os mesmos serem citados e criticados em seu livro.
Além disso, Carrano teve sua obra cassada e proibida de circular entre os anos de 2002 e 2004, quando o livro voltou a circular – fato que fez de Canto dos Malditos a primeira obra censurada após a ditadura.
“O Bicho de Sete Cabeças” foi aclamado por inúmeros prêmios, como o Prêmio Qualidade Brasil, o Grande Prêmio Cinema Brasil, e foi o filme mais premiado do Festival de Brasília e do Festival de Recife, entre outros.
Austregésilo morreu, no dia 27 de maio de 2008, aos 51 anos, em razão de uma infecção generalizada resultante de um câncer no fígado.
 

Nota: o texto é resultado de uma atividade da disciplina de Psiquiatria do curso de Medicina do ITPAC - Porto.

FICHA TÉCNICA DO FILME
BICHO DE SETE CABEÇAS
Gênero: Drama
Duração: 80 min.
Lançamento (Brasil): 2000
Estúdio: Buriti Filmes / Gullane Filmes / Dezenove Som / Imagens e Fábrica de Cinema
Distribuição: Riofilme
Direção: Laís Bodanzky
Roteiro: Luís Bolognesi
Produção: Maria Ionescu e Fabiano Gullane
Música: André Abujamra
Fotografia: Hugo Kovensky
Desenho de produção: Caio Gullane
Direção de arte: Marcos Pedroso
Edição: Jacopo Quadri e Letizia Caudullo
Elenco: Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss, Caco Ciocler, Gero Camilo, Daniela Nefussi, Jairo Mattos...
 

Rachel Sheherazade comenta absolvição de mensaleiros na acusação de formação de quadrilha


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


Imagem: Reprodução/SBT
A jornalista Rachel Sheherazade teceu comentários críticos à decisão do STF que implicou a absolvição dos mensaleiros quanto à acusação de formação de quadrilha.



Política na Rede

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mote - a normalidade e a sensatez do meio-termo? Freud teria descoberto a psicanálise caso fosse sensato?

Por  
ex-comunista, ex-bancário, ex-candidato a pastor presbiteriano, ex-sargento do Glorioso Exército Nacional salve salve, ex-aluno do Liceu do Ceará onde cursou até o 4º Ano Ginasial, e ATUAL-NÃO-FAZ-NADA senão ler e escrever, ou melhor, ler para escrever.

 

Certa feita fui convidado para ir a casa de um general da reserva... remunerada.  De chofre, e intrigado, e comunista, perguntei-lhe: - E há general da reserva... não remunerada? Fosse no tempo da ditadura militar teria sido preso.
É que Sua Excelência queria (queria, sim, general remunerado não deseja, QUER!), sua excelência desejava ouvir minha opinião sobre o seu som musical de muitos dólares: um conjunto Marantz valvulado – pré-amplificador, amplificadores e divisor de frequência – cujos  “knobs” e painéis frontais tinham sido mandados banhar a ouro! E o três estrelas do exército nacional salve! salve! usava um par de luvas brancas para acionar os controles...
Freud classificaria esse caráter como exibicionista maníaco-depressivo psicálgico. Porque nós substitutivos musicistas, qualificávamo-lo de “audiota”, ou seja, aquele que adora, acima de tudo, o equipamento de som.
É verdade que a música é sobretudo uma forma de descarga afetiva; ela não existe senão nas nossas cabeças, sejam cabeças que sabem ler os gráficos das partituras, sejam cabeças que decodificam as ondas sonoras em forma de eufonia musical. Porque um trompete, uma flauta doce etc .não são música senão a partir dos nossos neurônios; e nem tanto de nossos ouvidos. Porque cada ouvido ouve o que suas emoções necessitam ouvir; ou sua curva audiométrica permite...
E o gosto é isto: necessidades emocionais. Eu, por exemplo, não tolero a voz nasalada e melosa do Roberto Carlos associadas com sua pantomima repetitiva de “grandes emoções”. Mas conheço pessoas que têm todas as paredes de sua casa “adornadas” com retratos tipográficos de seus do Roberto shows e apresentações públicas. Embora meu afeto negativo não chegue ao ponto de pintar minhas paredes de preto, que é a ausência da cor...
Não considero Beethoven um músico inovador senão subversivo, subverteu a vida da nobreza preguiçosa e fútil com barulho ensurdecedor musicado; são assim as suas Sonatas para piano e suas Sinfonias que mais traduzem um espírito conturbado e raivoso do que um músico consciente. Diferente de Bach para quem a música era um problema matemático a resolver – e resolveu-os todos com extrema competência sem utilizar da enganação da melodia. Compôs Bach música pura sem se importar com os leitmotiv, ou seja, com os temas, com os dramas, com uma personagem em particular, uma situação, um sentimento, um objeto. Compôs Matemática.
Igual e ao mesmo tempo diametralmente oposto a Mozart, que compôs sonatas, concertos e sinfonias, comédias bufas, dramas densos e missas insossas, tudo isso independente de seu estado de espírito, suas desgraças pessoais, suas dúvidas filosóficas, suas alegrias fugazes e suas tristezas constantes. Compôs Música.
Beethoveen criou o barulho musical para incomodar o dolce far niente da nobreza ociosa. Seus tímpanos na Terceira Sinfonia mais parecem o troar dos tambores de pau oco dos índios a ecoar mata a dentro para anunciar aos inimigos a guerra.
Ora, enquanto Bach era um “homem sério”, um cientista sereno a pesquisar a natureza e os mistérios dos sons cujos laboratórios foram as igrejas em as quais trabalhara, mas a mais-valia do que produzia não estava a serviço da catequese das almas ímpias mas a favor da correta solução das equações matemáticas; enquanto Mozart, garroteado pela tirania do pai, pressionado pelas exigência da mulher, sofrido e endividado e às vezes embebedado, isso nada obstante compôs música pura em que a beleza não está ligada à situações externas ou internas mas ao bom encadeamento e a eufonia dos sons e fraseados musicais; enquanto Beethoven bombardeava com acordes fortes e tempestuosos seus inimigos que eram todos que lhe cercavam, apostrofava contra a Natureza que lhe houvera sido mesquinha ao roubar-lhe o prazer de ouvir, e por isso rugia contra a burguesia bem-sucedida que se banqueteava em convescote enquanto ele, a um canto, solitário e desprezado, tocava sua música para sobreviver.
Ora, o que ouvimos hoje em nossos sistemas de reprodução do som não são as músicas desses gênios e sim o gosto exibicionista dos maestros. Veja, ainda ontem ouvi a Sinfonia nº 38 de Mozart, conhecida com “Praga”, ouvia-a em três gravações diferentes e em cada uma o maestro se exibia diferente. A interpretação do KV 504 (sinfonia nº 38) que mais apreciei foi do maestro Christopher Hogwood, com a “The Acatemy of Ancient Music”; seguida da interpretação do condutor Jaap Ter Linbden, com a orquestra “Mozart Akademie Amsterdam”, da coleção das Obras Complestas” editadas pela Brilliant Classic. A pior das interpretações inda que a mais “espetacular” foi a do DVD “A Mozart Gala”, com a Filarmônia de Viena conduzida pelo impetuoso e jovem maestro Daniel Harding.
É, gente, foi sensato o grande regente Bruno Walter que, quando completou quarenta anos de regência,  exclamou, satisfeito: “Agora já posso tocar Mozart”!

VÍDEO MARAVILHOSO E INSPIRADOR

Agora é a altura para grande mudança. Nada mudará você senão você mesmo. Mudar não é tarefa fácil. Por isso, liberte-se de tudo que o mantém aprisionado nos ciclos passados e dê o último passo para sair fora deles. Liberte-se desse ruído de pensamentos que nos aprisiona na mente e encontre a calma e quietude da consciência que cresce do coração. Liberte-se do "karma" destruidor e escolha uma dieta com compaixão que não requeira a morte e sofrimento dos nossos companheiros coabitantes do planeta.

Se nos conseguirmos libertar verdadeiramente destas coisas, podemos cada um de nós encontrar a chave que abre a porta do novo mundo. Um mundo de unidade, paz e abundância para todos os seres, humanos ou não.
Faça a escolha agora. Amor ou medo - é você que decide...


Alerto o Brasil que este é só o 1º passo, diz Barbosa após absolvição no STF


Leia mais e assista ao vídeo:

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Ex-prefeito de Pau dos Ferros (RN) é condenado por desvio de recursos


27/2/2014 
Aterro sanitário bancado por verbas federais nunca entrou em funcionamento
O ex-prefeito de Pau dos Ferros (RN) Francisco Nilton Pascoal de Figueiredo foi condenado por desvio de recursos, a partir de uma ação penal ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) em Pau dos Ferros. O ex-gestor assinou um convênio para a construção de um aterro sanitário no município, orçado em mais de R$ 600 mil, porém a estrutura supostamente concluída em 2003 nunca entrou em funcionamento.

A sentença, da qual o ex-prefeito ainda pode recorrer, inclui pena de quatro anos de reclusão, substituída por duas outras: uma de pagamento de valores ainda a serem definidos (prestação pecuniária) e outra de prestação de serviços à comunidade pelo período de quatro anos. O MPF já recorreu requerendo acréscimo da pena. Por se tratar de crime de responsabilidade, após o trânsito em julgado da sentença Nilton Figueiredo poderá ficar inabilitado pelo prazo de cinco anos para o exercício de cargo e função pública, eletivo ou de nomeação.

Em dezembro de 2001, ele celebrou um convênio com o Ministério do Meio Ambiente para implantação do aterro sanitário. A obra estava orçada em R$ 625.085, dos quais R$ 593.746 seriam repassados pela União e R$ 31.339 viriam da contrapartida do município. De acordo com a denúncia do MPF, a aquisição de equipamentos (R$ 313.234,75) ocorreu conforme previsto no convênio, porém a construção do aterro, orçado em R$ 309.978, não foi integralmente concluída, impossibilitando o uso das instalações.

Apesar disso, a empresa contratada recebeu o valor integral e Nilton Figueiredo assinou um “Termo de aceitação definitiva da obra”, atestando a conclusão das instalações do aterro sanitário, em agosto de 2003. Em 2005, porém, o Idema apresentou relatório de vistoria apontando que o aterro encontrava-se instalado, mas sem funcionar, abandonado e com vestígios de vandalismo.

O Ministério do Meio Ambiente também realizou vistoria, em 2006, e confirmou a não execução de alguns pontos previstos no convênio. Em relação às metas, foram atingidos os percentuais de 96% no tocante à implantação do aterro sanitário e 70% quanto à Central de catação.

Decisão - O juiz federal Orlan Donato Rocha entendeu que “as provas não são suficientes para atestar que a obra de instalação do aterro sanitário não foi executada conforme os termos do projeto. O que podemos extrair dos mesmos é que o aterro sanitário nunca foi posto em funcionamento, estando abandonado desde sua entrega (…) Contudo, como o aterro sanitário nunca foi posto em funcionamento, (...) encontrando-se, até o atual momento, abandonado, não se atingiu os objetivos do convênio (…) evidenciando a materialidade do delito de desvio de verba pública”.

Um processo de tomada de contas especial responsabilizou o ex-prefeito e resultou na não aprovação das contas relativas ao convênio. Em sua sentença, o magistrado reforçou que cabia a Nilton Figueiredo, enquanto gestor do município, fiscalizar a obra, atestar a sua conclusão e colocá-la em funcionamento.

“Apesar de o réu alegar que a obra foi abandonada pelo seu sucessor, o mesmo não apresentou provas de que o 'aterro sanitário' estava em pleno funcionamento quando do término do seu mandato, ao contrário, há prova nos autos de que o referido aterro nunca entrou em funcionamento, não existindo sequer licença ambiental”, registra a decisão judicial. De acordo com o juiz, cabe a Nilton Figueiredo “a responsabilidade pela dilapidação do patrimônio público no importe de R$ 309.978,00, referente às instalações do aterro que foram construídas e foram abandonadas”.

Recurso – O Ministério Público Federal já recorreu parcialmente da sentença. A apelação requer a condenação do responsável pela empresa que realizou a obra do aterro, absolvido na decisão de primeira instância, e o aumento da pena aplicada a Nilton Figueiredo, que no entender do MPF deverá ficar em sete anos de reclusão, em regime inicialmente semiaberto, levando em conta as circunstâncias judiciais da culpabilidade, personalidade, consequências do delito e circunstâncias do crime cometido pelo ex-prefeito.

O pedido inclui também a fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados, na quantia de R$ 309.978, a ser atualizada monetariamente. A ação penal pública tramita sob o nº 0000856-53.2010.4.05.8401 na 12ª Vara da Justiça Federal.

Prefeito nomeia Reinaldo Teixeira de olho nos votos de Capitão Enéas


Reinaldo Teixeira, do time de Aécio Neves, agora também faz parte do time de Ruy Muniz

Montes Claros está mesmo bico do urubu, como gosta de dizer o pedreiro Osmar de Paula, o Osmazinho, lá da Vila Antônio Narciso. Para eleger o fedelho leite, o ex-prefeito Tadeu Leite, entupiu a prefeitura de cabos eleitorais, inclusive de cidade da região do Norte de Minas e até do Vale do Jequitinhonha. Agora, seu aliado Ruy Muniz, com a insanidade de eleger sua mulher e sua irmã, não vem medindo esforços. O embora prefeito de Montes Claros, nomeou o ex-prefeito de Capitão Enéas, Reinaldo Landulfo Teixeira, como o novo secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Montes Claros. Reinaldo, que estava em plena campanha para deputado, decidiu adiar seu projeto de disputar as eleições este ano para apoiar as candidaturas patrocinadas por Ruy Muniz. Não custa informar que o ex-comandante de Burarama vem recebendo uma avalanche de denúncias de improbidade administrativa cometidas na sua gestão à frente do município eneapolitano. Talvez seja este o motivo da sua desistência para evitar aceleramento nos seus processos. Mas para Ruy Muniz este quesito retidão não é nenhum problema, uma vez que probidade nunca foi seu forte. Pelo contrário, se a justiça agisse com mais serenidade ele jamais poderia ser um agente público.
É bom lembrar que Muniz foi beneficiado com a campanha bairrista contra as pessoas de outras cidades, para administrar Montes Claros, como aconteceu com Paulo Guedes. Neste caso, o pau que bate em Chico não é o mesmo que bate em Francisco.

Propaganda Mentirosa - Prefeitura cobra IPTU mostrando serviços pagos com verbas federais


A prefeitura de Montes Claros veicula na imprensa em geral, uma propaganda, no mínimo estranha. Na peça publicitária, a apresentadora tenta convencer a população pagar o IPTU, para receber em troca uma merenda escolar de qualidade, um professorado predicado e uma saúde ao alcance de todos. Porém, tudo que é mostrado na propaganda é bancado com verbas federais. Senão, vejamos: Merenda Escolar - O Ministério da Educação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, garante a transferência de recursos financeiros para subsidiar a alimentação escolar de todos os alunos da educação básica de escolas públicas e filantrópicas. O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do atendimento.
Pagamento professores – Através do Fundeb, o governo Federal garante o pagamente de professores e a efetiva universalização do atendimento no ensino fundamental, permitindo a inclusão progressiva de todas as crianças em creches e pré-escolas, e todos os jovens e adultos sem escolarização ou concluintes da educação fundamental possam também concluir o Ensino Médio. A lei do Fundeb determina que pelo menos 60% do dinheiro deve ser gasto com pagamento de professores.
Saúde – Através do Sistema Único de Saúde (SUS), que é considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, segundo informações do Conselho Nacional de Saúde, toda a população brasileira tem direito à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Porém, os municípios não vêm cumprindo com suas obrigações. Como é o caso de Montes Claros, onde a saúde é um verdadeiro caos. Portanto, se a municipalidade acredita que vai conseguir sensibilizar a população para pagar o IPTU e consequentemente pagar a merenda escolar, professores e médicos, dificilmente ela arrecadará alguma coisa.

DISPERDÍCIO DE ÁGUA NO PROJETO GORUTUBA



O RETRATO DO DISPERDÍCIO DE ÁGUA NO PROJETO GORUTUBA NUMA REPORTAGEM CONJUNTA AS RÁDIOS ONDA NORTE FM E TORRE FM FLAGLARAM DE PERTO O GRANDE DISPERDÍCIO DE ÁGUA EXISTENTE HOJE NO PROJETO DE IRRIGAÇÃO DO GORUTUBA. PERCORRENDO MAIS DE 30 KILÔMETROS DE ESTRADAS DENTRO DO PROJETO VERIFICANDO A SITUAÇÃO DOS CANAIS E BICAS OS REPORTERES JUNIOR SOARES E JOSÉ AMBRÓSIO PRATES CONSTATARAM DE PERTO UMA REALIDADE ANTAGÔNICA COM O GRANDE APELO POR ECONOMIA DE ÁGUA NUMA REGIÃO EM QUE A CHUVA TEM SE TORNADO CADA VEZ MAIS RARA. O QUE PODE SE PERCEBER SÃO CANAIS FORMADOS POR PEÇAS DE CONCRETO DESGASTADOS POR MAIS DE TRINTA ANOS DE USO. INÚMERAS RACHADURAS E AGUA VAZANDO POR TODAS AS MILHARES DE COLUNAS QUE SUSTENTAM OS CANAIS POR ONDE PASSAM. COLONOS QUE FORAM OUVIDOS NA REPORTAGEM AFIRMARAM QUE OS VAZAMENTOS ESTÃO PRESENTES NO SISTEMA DE CANAIS HÁ MUITOS ANOS. SEGUNDO INFORMAÇÕES PASSADAS HÁ CERCA DE TRÊS MESES PELO DISTRITO DE IRRIGAÇÃO DO PERÍMETRO GORUTUBA OS RECURSOS PARA IMPLANTAR UM SISTEMA DE TUBULAÇÃO PARA ACABAR COM ESSE DISPERDÍCIO JÁ ESTARIAM À DISPOSIÇÃO DA CODEVASF. A PREVISÃO ESTE ANO CASO NÃO HAJA CHUVAS SUBSTANICIAIS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO É QUE FALTE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO NO PROJETO SENDO NECESSÁRIO O USO DE BOMBAS PARA CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA PARTE BAIXA DA BARRAGEM DO BICO DA PEDRA. A SITUAÇÃO É TÃO ALARMANTE QUE O GOVERNO DO ESTADO DECRETOU ESTADO DE EMERGÊNCIA NA REGIÃO. TENDO EM VISTA TODO ESTE CONTEXTO A REPORTAGEM VISA MOSTRAR QUE É NECESSÁRIO CELERIDADE, URGÊNCIA NO ENCAMINHAMENTO DOS PROCESSOS PARA INÍCIO DAS OBRAS DA CANALISAÇÃO DO PROJETO. A REPORTAGEM FOI A CAMPO NA TARDE DESTA QUINTA FEIRA 07 DE FEVEREIRO SE VOCÊ QUER O QUANTO ANTES O INÍCIO DAS OBRAS DE CANALISAÇÃO DO PROJETO GORUTUBA. COMPARTILHE ESSA MATÉRIA FOTOS: JUNIOR SOARES


DECRETO DO GOVERNADOR DESAPROPRIA TERRENO PARA CONSTRUIR O CENTRO SOCIOEDUCATIVO EM JANAÚBA

JANAÚBA (por Oliveira Júnior e Andresa Resende) – Publicado no Minas Gerais, diário oficial do Estado, de ontem, quarta-feira, dia 26 de fevereiro o Decreto nº 80 de 25/02/2014, assinado pelo governador Antônio Anastasia referente à desapropriação do terreno para a implantação do Centro Socioeducativo de Janaúba.
De acordo com o Decreto, fica autorizada a desapropriação do terreno bem como todas as adequações e benfeitorias que se fizerem necessárias à instalação do centro para internação de adolescentes autores de ato infracional dos sistemas prisional socioeducativo da Secretaria de Estado de Defesa Social.
A implantação da unidade de Janaúba foi incluída no Plano Estadual de Segurança Pública. O Centro Socioeducativo de Janaúba será construído no bairro Dente Grande numa área de 44 mil metros quadrados, o correspondente a pouco mais de quatro hectares.
Atento a todas as etapas da implantação do Centro, o deputado estadual Luiz Henrique, que é majoritário em Janaúba, comemora mais este avanço e afirma que está em constante contato com o Gerente de Projetos Estratégicos e Infraestrutura do Sistema Socioeducativo do Estado, Bernardino Soares, afim de viabilizar a sua implantação o mais rápido possível.
“A publicação desse decreto soluciona parte das pendências em relação ao Centro Socioeducativo e agora vamos batalhar pelo início das obras, uma vez que a implantação da unidade de Janaúba foi incluída no Plano Estadual de Segurança Pública”, afirma Luiz Henrique.
O deputado lembra ainda que a região da Serra Geral de Minas vem registrando índices cada vez mais altos de violência, envolvendo sobretudo as crianças e os adolescentes. “As medidas socioeducativas são fundamentais para auxiliar na reintegração desses infratores que muitas vezes, sem qualificação ou oportunidades, são atraídos pelo tráfico de drogas e pequenos delitos”, conclui.

Relato de experiência como paciente do CAPS AD Vila Nova

Por 
Consultor de projetos e processos, com experiência em cenografia e produção fonográfica.

Me chamo José Francisco Angelim (Kiko), tenho 54 anos e minha qualificação profissional é como consultor  de projetos e processos. Como hobby faço alguns trabalhos, que alguns consideram como arte e cenários para peças de teatro. No último semestre de 2012 fiz o cenário completo da peça Piá Farroupilha e alguns itens para a peça Gregos e Freudianos. Ambas sob a direção de Bob Bahlis. 
Já fiz uso de quase todos tipos de drogas, mas minha preferência recai sobre o consumo de álcool. Para os padrões atuais de iniciação ao alcoolismo comecei a me interessar por bebida com uma idade bem  avançada. Após os 20 anos.
Nos últimos 03, 04 anos o consumo de álcool tornou-se exagerado culminando na minha primeira internação (21 dias) no hospital Vila Nova. Internação que não deixou nenhum aprendizado em virtude do tempo de internação (ninguém se recupera neste tempo) e inexistência de programa específico de tratamento, exceto algumas aparições de membros do AA.
Após alta da internação passei a ter acompanhamento psiquiátrico e a freqüentar grupos de AA duas vezes por semana. Pesquisei muito sobre a história do AA desde a sua criação em 1935. Posso afirmar que conheço muito sobre a filosofia “escrita”, chegando a ser convidado para dar palestras em hospitais. Convite que declinei porque seriam em locais de tratamento com internações em ambientes como o hospital Vila Nova e que não vejo nenhuma possibilidade de recuperação para os que lá estão internados.
No grupo do AA que participava (Nossa Senhora das Graças) comecei a me sentir desconfortável com a forma que os grupos eram conduzidos. Sem a aplicação de uma metodologia adequada, cada um falando assuntos diversos, sem debater os doze passos e tradições, sem uma orientação médica/terapêutica, etc, etc, etc. 
Então cheguei a conclusão que o meu desconforto poderia ser com “aquele” grupo que estava participando e passei a freqüentar outro grupo (São Vicente) simultaneamente, onde me deparei com a mesma realidade. Não satisfeito passei a freqüentar mais um grupo (Santa Rita) e minha insatisfação permaneceu.
Após 09 meses, mesmo com a minha participação em três grupos diferentes (simultaneamente) resolvi desistir do AA por questões que já foram relatadas.
Com 07 meses de abstinência comecei a ter recaídas que culminaram em uma nova internação. Minha psiquiatra, por me conhecer muito bem, sugeriu que eu fosse internado na clinica São José onde fiquei 54 dias que foram suficientes  para que eu conhecesse procedimentos totalmente diferentes da minha experiência anterior de internação. Muitas atividades, equipes multidisciplinares,  ótima estrutura, atenção com a saúde, etc, etc, etc.
Na minha primeira consulta (pós alta) minha psiquiatra perguntou se eu conhecia o trabalho do CAPS. Respondi que não e ela comentou que seguia uma linha de tratamento muito próxima do que eu me identifiquei na clinica São José e que seria interessante que eu conhecesse.
Pesquisei o que pude sobre o CAPS e encontrei pouco material disponível. Para mim isto já foi um ponto negativo porque vinha da escola do AA onde encontrei farta publicação. Levei um tempo para entender que o AA foi fundado em 1935 e que o CAPS, ainda é uma criança, que já nasceu com uma proposta forte, mas ainda é uma criança.
Mais na frente, “se começarmos a nos preocupar agora”, o CAPS também poderá ter as suas histórias registradas, publicadas e que poderá ser mais uma ferramenta disponível para os que estão buscando a sua recuperação.
Fiz uma visita ao CAPS AD Vila Nova onde passei por uma entrevista de acolhimento, recebi informações sobre a sua estrutura, filosofia, metodologia de acompanhamentos e resolvi começar a participar.
Retornando a minha psiquiatra relatei que havia começado a participar dos grupos do CAPS e que iria continuar. Foi então que minha psiquiatra sugeriu que as nossas consultas fossem suspensas porque eu teria um acompanhamento bem mais efetivo/diferenciado através dos profissionais do CAPS.
Faz 10 meses que participo dos grupos de segundas, quartas e sextas feiras no período da manhã e sempre que possível procuro me envolver nas atividades extras grupos como por exemplo: eventos, datas comemorativas, etc.
No CAPS encontrei uma engrenagem/sintonia interessante na parceria PMPA/SUS e Hospital Mãe de Deus. Fazendo uma analogia com uma engrenagem qualquer, deve-se ter muito “presente” a necessidade de manutenções, atualizações freqüentes e periódicas. 
Governo municipal então responsável pela estrutura física deve estar sempre atento as condições oferecidas/disponibilizadas aos profissionais, pacientes e familiares. Quando falo em condições refiro-me a à investimento em automação (tecnologia),  instalações, manutenções preventivas e corretivas das ferramentas/estruturas que são utilizadas. Cabe lembrar que mesmo instalações como as oferecidas pelo recém inaugurado CAPS Partenon, se não tiver uma manutenção/atualização constante, em pouco tempo estará sucateada.
Hospital Mãe de Deus então responsável pelo corpo clínico tem a missão permanente de busca/formação de novos talentos que se identifiquem com a causa da dependência química. Sabemos que são poucos os profissionais disponíveis com esta qualificação e  que quando identificados, ainda precisarão de “muita” lapidação para entender/viver a drogadição e “principalmente” trabalhos em grupo.
No meu modo de ver somente a formação acadêmica é insuficiente para que um profissional execute plenamente as suas atividades no tratamento da dependência química.
Nunca esquecendo que os profissionais já residentes também merecem uma atenção especial do que se refere a atualizações, intercâmbios, legislações, etc.
Minha experiência no CAPS tem sido extremamente positiva porque é onde encontrei um modelo de tratamento que preocupa-se, inicialmente, com a saúde, equipe multidisciplinar, valorização da liberdade de expressão e troca de experiências até mesmo entre corpo clínico, pacientes e familiares.
Outra situação que deve ser valorizada é que recebe-se uma atenção até mesmo fraternal, o que torna o relacionamento mais sincero, mais aberto e de fácil comunicação. Temos grupos, temos consultas individuais, temos olho no olho e assim sabemos que na menor mudança de comportamento, ausências, seremos procurados, nem que seja por telefone, para que seja entendido o que está acontecendo.
Tenho ciência que o CAPS (representado por uma ponte) é uma passagem e que terei muitas saudades quando o objetivo da recuperação plena for alcançado.
No início do texto citei que o CAPS ainda é uma criança e como toda criança tem o seu início de aprendizado. No meu entender algumas situações já poderiam merecer uma atenção especial.
  • Estudar a viabilidade de grupos noturnos. Na configuração atual quando um paciente, ainda em tratamento, retorna ao mercado de trabalho, vê-se obrigado a abandonar o tratamento;
  •  Aumento do número de oficinas principalmente focadas a atividades artísticas. Música, teatro, dança, dobraduras, bisqui, marcenaria, etc;
  • Laudos mais contundentes para serem apresentados quando da renovação dos benefícios junto ao INSS. Claro que dentro de uma minuciosa análise médica, assiduidade, comprometimento com o tratamento, etc;
  • Redes de relacionamentos/internet. Criação de veículos que possibilitem maior visibilidade. Vale lembrar que depois de várias citações sobre o AA numa novela das 08hs, o programa se fortaleceu muito.
Existem várias outras situações que poderiam ser exercitadas mas vejo nestas quatro, um bom desafio, um bom começo.
Finalizando, não poderia deixar passar a oportunidade de enaltecer o profissionalismo, a dedicação, o comprometimento e o caráter  dos profissionais residentes no CAPS AD Vila Nova.
Sempre brinco que eles são empregados de um respeitado grupo hospitalar, poderiam estar numa bela sala com todo conforto, ficando mais expostos a ascensões profissionais (porque não?), local de trabalho mais adequado para a execução das suas atividades e foram parar aonde? No meio do mato.
Para muitos o bairro Vila Nova só é conhecido pela existência da feira do pêssego. Pois é! Eles aceitaram o desafio de trabalhar no mato, conviver com malukinhos (não somos santos), não ter tanto conforto mas fazem o que gostam e se dedicam ao extremo dentro das condições disponíveis para a execução das suas atividades.
Receita simples (aquelas de liquidificador). Faça com amor e seja o melhor!
Esta foi a minha contribuição.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Psicose

Psicose


Por  
Bacharel em Psicologia. Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Coordenadora e professora dos cursos de Sistemas de Informação e Ciência da Computação do CEULP/ULBRA.

De Alfred Hitchcock
Com quatro indicações ao Oscar: Melhor Diretor (Alfred Hitchcock), Melhor Atriz Coadjuvante (Janet Leigh), Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte - Preto e Branco
“Não há terror em um estrondo, apenas na antecipação dele.”
Alfred Hitchcock

Há mais de 50 anos uma cena se tornou um ícone e intensificou uma fobia: o medo de banheiro quando se está sozinho em um quarto de hotel. Existem várias histórias em torno das primeiras exibições do filme Psicose em 1960, entre elas dizem que muitas pessoas desmaiaram na cena do chuveiro, outras vomitaram, além de toda forma de grito que as cordas vocais pudessem produzir.  Hoje, em alguns aspectos, tal cena poderia ter uma conotação ingênua, pois a partir da década de 1980, filmes de terror (e também a realidade mostrada nos noticiários) transformaram uma morte por faca em algo leve, já que a partir daí intensificaram-se os mais bizarros tipos de morte, como cabeças decepadas, braços arrancados, sangue jorrando por todos os poros, vilões com máscaras assustadoras, garras etc. Mas, ao contrário desses filmes, que buscam, no excesso, criar o ambiente necessário para o “susto”, Hitchcock continua conseguindo impressionar justamente por saber manipular o silêncio e intercalá-lo com uma trilha sonora que provoca arrepio e quebra a linha tênue entre o suspense e o horror.

Acho que tudo começou quando eu estava nos braços da minha mãe aos seis meses de idade e ela me disse: ‘boo’ e isso despertou um medo de algo fora de mim.
Alfred Hitchcock, em Entrevista (Robinson, 1960)

Escrito por Joseph Stefano (do romance de Robert Bloch), Psicose, para Sandis (2009), é o mais freudiano de todos os filmes de Hitchcock. Isso pode ser verificado se considerarmos, por exemplo, o que Kusnetzoff (1982) apresenta em seu livro Introdução à Psicopatologia Psicanalítica, no qual ele observa que o mecanismo de cisão do Ego faz ressaltar a heterogeneidade estrutural do Ego e os dois “senhores” aos quais deve obediência: o reconhecimento das exigências da realidade e as exigências de satisfação dos desejos pulsionais. Assim, tem-se que parte do Ego aceita a realidade tal qual ela é constituída, podendo simbolizá-la e, outra parte, a rejeita, criando uma outra “realidade” que pode ir desde o objeto fetiche até um delírio alucinatório. Essa situação (em um formato mais ampliado e, em alguns aspectos, caricatural) pode ser observada no filme a partir das ações de Norman, que parece verdadeiramente acreditar nas palavras que profere, mesmo que suas ações ou, em um dado sentido, a própria realidade as refutem. Um outro ponto é o  paralelo que pode ser feito entre a exploração da casa por Lila Crane em busca de respostas sobre o desaparecimento de sua irmã e a nossa exploração gradual dos vários “quartos” que compõem a personalidade psíquica de Norman Bates.   

Acho que estamos todos presos em nossas armadilhas e nenhum de nós consegue sair. Usamos nossas garras e unhas no vazio, umas com as outras. E, por tudo isso, nunca mudamos nosso modo de agir.  (Norman)
Às vezes entramos de propósito nestas armadilhas.  (Marion)
Eu nasci na minha, não me importa mais. (Norman)
Mas deveria, deveria se importar. (Marion)

Marion Crane hospeda-se no Bates Motel depois de tomar uma decisão repentina de roubar 40.000 dólares da empresa em que trabalha. Uma decisão impulsionada pela falta de perspectiva diante da vida, que é refletida no romance às escondidas com um homem casado e em um profundo sentimento de solidão. No diálogo apresentado acima, Norman, em meio a uma aparente animação por ter uma hóspede em seu Motel, inicia uma inocente conversa com Marion, mas suas palavras acabam por traí-lo, revelando muito de sua personalidade, especialmente da parte mais obscura desta. É possível ver a dualidade entre o homem jovem que está consciente de ter diante de si uma bela mulher e o filho obediente, que vive em função da mãe, apontada por ele como alguém fraca e doente, carente de seus cuidados e merecedora de sua atenção.

"O melhor amigo de um homem é a sua mãe." (Norman)

O mecanismo de defesa “Repressão” e o Complexo de Édipo são dois conceitos freudianos presentes nesse filme. De acordo com Freud (apud Kusnetzoff, 1982), repressão “consiste num ato de despejo do nível consciente da representação ligada à pulsão”, assim, chama-se “repressão” àquela operação psíquica que ocorre consciente, mas cujo destino é alojar a representação no espaço pré-consciente. Geralmente, isso está relacionado às memórias traumáticas, comumente associadas a eventos vividos na infância, que são reprimidas pela mente consciente em uma tentativa de deixar o Ego livre de conflito e tensão. Já o Complexo de Édipo, cuja terminologia remete ao personagem da mitologia grega que, sem saber, mata o pai e se casa com sua mãe, está presente no filme através da relação conturbada entre Norman e sua mãe, especialmente nos estranhos acontecimentos que envolvem a sua suposta morte e a do homem que vivia com ela. Este acontecimento, segundo Sandis (2009), leva a uma perda parcial do 'eu' e a um forte sentimento de identificação com a vítima, então, agrega-se a isso o fato da memória reprimida poder ser desencadeadora de episódios neuróticos ou psicóticos, o cenário do filme está construído. Na época de Freud, dizia-se que a neurose consistia numa rejeição do instinto e, simultaneamente, em ficar-se à mercê do mundo exterior; enquanto na psicose é rejeitado o mundo exterior, obedecendo automaticamente o Id; mas, essas afirmações são hoje relativas, desde que as rejeições do mundo exterior “arrastam” igualmente “pedaços” do Ego e do Id.


Marion e Norman são semelhantes, em um dado nível, pelos sentimentos de medo e solidão que vivenciam. Ambos estão presos em armadilhas complexas. Enquanto ela busca um meio de encontrar uma rota para uma Ilha Deserta, de forma a viver sem ter que responder a uma sociedade que a oprime e a rejeita, ele, que já se sente em uma Ilha Deserta, busca conciliar os “eus” que carrega consigo, que talvez sejam piores que qualquer "demônio" que exista do lado de fora. Mas, o que separa um do outro de forma profunda é que Norman, diferentemente de Marion, já não sabe distinguir onde acaba a realidade de fato e inicia o mundo criado apenas na mente dele. Norman já não sabe qual “eu” é o real. Então, o mal se torna um meio de mostrar ao “eu” que está no comando que ele é fiel, que sente culpa e que o ama.

Referências:
SANDIS, Constantine. Hitchcock’s Conscious Use of Freud’s Unconscious. Europe’s Journal of Psychology 3/2009, pp. 56-81.
KUSNETZOFF, Juan Carlos. Introdução à Psicopatologia Psicanalítica. 7ª ed.. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1982.

FICHA TÉCNICA DO FILME
PSICOSE
Título Original: Psycho
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Joseph Stefano
Elenco Principal: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam
Ano: 1960
 
Prêmio: Globo de Ouro: Melhor Atriz Coadjuvante (Janet Leigh)
 

UFMG – Hospital das Clínicas: foram publicados os editais para mais de 1.300 vagas na área da saúde.

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EMPRESA ORGANIZADORA:
  • Instituto AOCP.
INSCRIÇÕES:
Das 15h00min do dia 21/02/2014 às 14h00min  do dia 24/03/2014, no endereço eletrônico www.institutoaocp.org.br
DATAS DAS PROVAS OBJETIVAS  
A aplicação das Provas Objetivas está prevista para o dia 27de abril de 2014, e será realizada na cidade de Belo Horizonte.
EDITAIS:

TABELA DE CARGOS:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS PROVAS OBJETIVAS
PROVASDISCIPLINASNº DE QUESTÕESPESO

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