Há 14 anos, 200 famílias foram assentadas pelo projeto Jacaré Grande, em Janaúba, só que hoje, pelo menos 90 delas já abandonaram as casas.
Não falta apenas estrutura para produção de alimentos, a condição das moradias é precária. Em 2009, um representante do Incra esteve no assentamento e vários moradores assinaram um documento que previa obras de reforma nas casas, mas por enquanto nada aconteceu. Em algumas casas, falta ainda reboco e até telhado.
Segundo o presidente da associação dos assentados, Edson Almeida da Silva, há uma verba de R$ 337 mil para as obras, só que o recurso está bloqueado.
Em outra casa, agora, só mora Carlos Pereira. A mãe dele, que era beneficiária do assentamento, morreu. Só este ano, ele plantou duas vezes mandioca, mas não conseguiu colher nada. A situação é tão crítica, que para não passar sede, Carlos precisa economizar água de uma cisterna.
Funcionários da Codevasf estiveram o ano passado em outra propriedade e fizeram um buraco onde seria instalado um poço artesiano para abastecer algumas famílias que vivem no local. O problema é que a máquina não foi suficiente para fazer o trabalho, eles ficaram de voltar em 30 dias, mas até agora não retornaram.
O escritório regional do Incra, em Minas Gerais, informa que os créditos que deveriam ser repassados aos assentados foram bloqueados, em junho, por suspeitas de irregularidade e que o caso está sendo estudado.
Com relação às moradias, o órgão orienta que as famílias podem conseguir recursos para construir ou reformar pelo programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.
Já a assessoria de comunicação da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, diz que vai retomar, nos próximos dias, as obras do poço artesiano. A empresa contratada para o serviço já foi notificada.
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