quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Frutas da região de Jaíba, MG, são expostas e vendidas em Berlin Produtores vão participar da maior feira de frutas frescas do mundo. Projeto pioneiro permitirá que frutas sejam identificadas por QR Code.

Banana prata é um dos produtos que serão expostos em Berlim (Foto: Divulgação Abanorte)Região produz 500 tonelads de banana por anos (Foto: Divulgação Abanorte)

Com o objetivo de tornar o município de Jaíba (MG) uma referência mundial na fruticultura, um grupo de produtores rurais levará limão taiti, manga palmer, banana prata e mamão formosa do Norte de Minas Gerais para a Fruit Logistica, uma feira de frutas frescas, que será realizada em Berlin, na Alemanha, no início de fevereiro.
Além da participação no evento, que é o maior do mundo no gênero, os produtos serão vendidos experimentalmente por 15 dias no espaço goumert de uma tradicional loja de departamentos da cidade. A aceitação do público irá determinar se as frutas serão comercializadas permanentemente.
“A feira nos oferece a possibilidade de que qualquer importador do mundo todo possa conhecer os nossos produtos. Nós queremos que a nossa região seja reconhecida e que as nossas frutas sejam mais demandadas e tenham maior valor agregado. A fruticultura é fundamental para a nossa economia; para se ter uma ideia, cada hectare gera um emprego direto e um indireto, são 40 mil, então são 120 mil postos de trabalho”, explica Saulo Lage, presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas. 
Identidade
Com o objetivo de identificar as frutas, foi criada uma marca, a “Região do Jaíba”, no fim do ano passado, e que integra, atualmente, 18 produtores de sete municípios. Foram investidos mais de R$ 500 mil para a criação do selo, com participação dos produtores, do Governo de Minas e Sebrae.

Saulo Lage explica que os produtos serão identificados com um QR Code, que funciona como um código de barras e pode ser lido com um celular, por meio do qual o consumidor terá várias informações, como a história de quem cultiva, o local de plantio e até a data da colheita. “Este é um projeto pioneiro, nunca feito em nenhuma outra região do país".
Produtos de Jaíba serão expostos em feira de Berlim (Foto: Divulgação Abanorte)
Produtos de Jaíba serão expostos em feira de
Berlim (Foto: Divulgação Abanorte)
Segundo estimativas da Abanorte, são produzidas por ano 500 mil toneladas de banana, 90 mil de manga, 80 mil de mamão e 50 mil de limão. Apenas 15% da produção de manga e limão são exportadas, principalmente para a Europa. Para fazer parte da Região do Jaíba, Saulo Lage diz que é preciso que as frutas estejam em um alto padrão de qualidade.
“O nosso grande desafio é nos tornarmos a primeira região do mundo a exportar a banana prata. Muitas pessoas não acreditam que existe mercado para a fruta, porque os consumidores do mundo estão acostumados com a do tipo Cavendish, popularmente conhecida por nanica ou caturra. Mas sempre quando a levamos em eventos, há uma ótima aceitação. Além disso, quantos consumidores brasileiros que vivem em outros países não sentem saudade da banana prata que comiam aqui”, destaca Lage.
Dificuldade
A principal dificuldade para a exportação das frutas é a logística. No caso da região onde o projeto está, Lage afirma que as estradas são precárias e insuficientes. Ele cita o exemplo das bananas, que devem ser transportadas por avião, é preciso levá-las até São Paulo, apesar de que Montes Claros e Belo Horizonte, cidades mais próximas, terem aeroporto.

Para a Brasília e Goiânia, que são grandes regiões consumidores, nós não temos acesso, geograficamente estamos mais perto desses locais que os produtores da Bahia, mas logisticamente, eles estão mais próximos e saem na frente. A distância afeta diretamente o preço do frete e, consequentemente, perdemos a concorrência”, explica.

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