O
Ministério Público da Paraíba (MPPB) não vai dar trégua aos fichas-sujas nas
eleições deste ano, revela o procurador-geral de Justiça do Estado, Bertrand
Asfora. Com base na Lei Ficha Limpa, o MPPB e o Ministério Público Eleitoral
tentarão barrar o candidato, que nos últimos oito anos teve o mandato cassado,
tenha renunciado para evitar a cassação ou tenha sido condenado por decisão de
órgão colegiado (com mais de um magistrado), mesmo que ainda exista a
possibilidade de recursos. Ainda neste mês haverá reuniões com promotores
eleitorais em três regiões para definir a estratégia de atuação.
“O Ministério
Público será implacável no cumprimento da Lei Ficha Limpa. O trabalho será
firme e consistente. Nós já tivemos várias reuniões com Duciran Farena , que é
procurador regional eleitoral. Estamos marcando no início de março três grandes
reuniões com todos os promotores eleitorais de João Pessoa, Campina Grande e
Patos, para que nós possamos fazer não apenas palestras, mas reunião de
trabalho, ou seja, como o Ministério Público paraibano vai de forma uníssona e
sintonizada atuar na eleição desse ano”, frisou o chefe do MPPB.
Bertrand também
adiantou que o Ministério Público vai pegar listas dos Tribunais de Contas do
Estado (TCE) e da União (TCU) com os nomes dos gestores com contas julgadas
irregulares nos últimos 8 anos (2006-2014).
Gastos com
Carnaval - As prefeituras da Paraíba que estão realizando
festas de Carnaval, mesmo com os municípios sob estado de emergência por conta
da seca, vão ser investigadas pelo Ministério Público. O procurador-geral
Bertrand Asfora citou que recentemente houve a Operação Pão e Circo, que
redundou inclusive em prisões de prefeitos em virtude de irregularidades nos
gastos com festas.
“Nós temos que
avaliar estas festas de Carnaval nas cidades por vários ângulos. Nós tivemos
uma experiência o ano passado na Operação Pão e Circo, onde tivemos a
oportunidade de descobrir naquelas prefeituras as razões disso. Claro que há a
questão discricionária do gestor, mas o importante é que o Ministério Público
se estruture”, declarou Bertrand.
Ele explicou que
uma das maiores vocações dos integrantes do MP é a investigação, seja no cível
ou no crime. “ E nós estamos estruturando o Ministério Público para poder dar
resolutividade nas demandas da coletividade, essa é a palavra chave”, assegurou
Bertrand.
Conjunto
com TJPB - O procurador-geral do MPPB, Bertand
Asfora, disse que está recomendando aos promotores de Justiça para atuarem de
forma articulada com o Poder Judiciário para dar celeridade no trâmite dos
processos que envolvam atos de improbidade administrativa e de crimes contra a
administração pública. A orientação atende a uma solicitação feita pela
presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), desembargadora Maria de
Fátima Bezerra Cavalcanti.
“Como sempre, o
Ministério Público vai trabalhar de forma conjunta com o Judiciário, dando
resolutividade e atendendo aos anseios da população na defesa dos interesses
públicos”, ressalta o procurador Bertrand Asfora, explicando que o pedido da
presidente do Tribunal de Justiça visa atender a uma decretação de regime especial
(Resolução 01/2014 do TJ paraibano) objetivando agilização dos processos
relativos a atos de improbidade administrativa e de crimes contra a
administração pública, atendendo ao cumprimento da chamada Meta 04 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
A resolução foi
aprovada pelo Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba e a Meta 04, editada pelo CNJ, tem como objetivo julgar até o final do
atual exercício os processos de improbidade administrativa e crimes contra a
administração pública que foram distribuídos até 31 de dezembro de 2012.
“Nessas demandas, quando o autor não é o Ministério Público, faz-se
indispensável a sua participação nesses processos que dependem da participação
efetiva dos membros do Ministério Público", explica o juiz da 6ª Vara da
Fazenda Pública de João Pessoa, Aluízio Bezerra Filho, que entregou o pedido da
presidente do TJPB ao procurador-geral Bertrand Asfora.
Jornal da
Paraíba
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