quarta-feira, 5 de março de 2014

Zezé Perrella é condenado a pagar juiz de futebol: está na hora de passar a limpo sua presidência do Cruzeiro


O senador Zezé Perrella, aquele cujo helicóptero foi apreendido com 450 quilos de cocaína — história que o DCM vai contar em detalhes em nosso novo projeto de crowdfunding — terá de pagar 60 mil reais a um juiz de futebol. A decisão é da 5ª Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Perrella era presidente do Cruzeiro quando o time foi derrotado pelo Corinthians em 2010, no Campeonato Brasileiro. Ronaldo recebeu uma bola na área e o zagueiro Gil o derrubou. Meira marcou pênalti. O Corinthians venceu por 1 a 0 e eliminou os mineiros. Perrella saiu distribuindo cacetadas no árbitro.
Segunda a sentença de primeira instância, os xingamentos geram “sensação humilhante em qualquer pessoa, quer seja pela sua personalidade, quer seja pela sua atuação profissional”. Na TV, no rádio, onde deu, ele usou os termos clássicos: “filho da puta”, “picareta”, “desonesto”, “safado”, “incompetente”, além de declarar que Meira fora comprado.
Perrella já havia sido condenado a pagar 40 mil em dezembro do ano passado, segundo o Tribunal de Justiça, mas o árbitro recorreu e o relator admitiu que o valor fixado deva ser proporcional “ao grau de culpa”. A sentença lembrou que a Constituição protege a liberdade de expressão, mas que nesse caso houve “clara extrapolação dos limites da tolerância, capaz, indubitavelmente, de violar o direito de personalidade do autor, o qual, portanto, deverá ser indenizado a título de danos morais”.
Na época, Perrella ainda fez ilações a respeito das relações de Meira com o Senado. “Outra coisa que vou exigir explicações desse juiz é que ele é funcionário do Senado. Como o Senado o libera três dias por semana para ele apitar jogos? Ele está recebendo do Senado ou está descontando esses três dias por semana?”, atacou.
Quatro anos depois, o que precisa ser investigado a fundo, de fato, é a passagem de Perrella pelo Cruzeiro. Um inquérito apura uma suposta lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luizão ao Benfica, numa negociação que envolveu um clube uruguaio.
O caso se arrasta no STF desde 2011.

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