A falta de chuva no Norte de Minas provocou a perda de 100% da safra 2014/2015 de milho, feijão e sorgo em Francisco Sá, Norte de Minas, segundo a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município.
Este é o quarto ano de seca enfrentado pela região, relata o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, José Renato Dias. “Nós estamos fazendo uma planilha sobre nossas perdas. Podemos afirmar que nada se aproveitou destas culturas, plantadas no município. Para piorar, teve agricultor que ainda acreditou e plantou novamente, gerando novos prejuízos”, afirma.
De acordo com o secretário, os levantamentos ainda não apontaram o valor dos prejuízos neste período. O nível da água na barragem que abastece a cidade está em 6%, abaixo do considerado volume morto. “Não tem mais água. A situação está extremamente crítica. O caminhão-pipa está buscando água na comunidade de Canabrava, na zona rural”, explica.
Com tantos problemas, o racionamento no município se tornou a única opção para manter um pouco de água nas torneiras. De acordo com Carla Graziela, gerente de um estabelecimento comercial, há mais de dez dias ela não sabe o que é ter água durante o dia. “Tem mais de uma semana que falta água para a gente. E quando ela chega só fica das 18h às 24h”, afirma.
Os francisco-saenses estão passando por um processo de conscientização ambiental. A comerciante Odete Rodrigues, conta que o racionamento a obrigou a priorizar algumas atividades.
“Deixo de fazer algumas coisas para fazer outras. Só lavo meu quintal quando lavo roupa, minhas plantas estão quase morrendo já que estou molhando muito pouco”, lamenta. Economia é a palavra da vez, completa a comerciante. “Uso baldes e caixas d’águas para armazenar a água. É preciso ficar controlando o uso, já que se acabar não vai ter como repor depois”, enfatiza.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE) de Francisco Sá, confirmou que desde o início de 2015 o racionamento foi intensificado na cidade. "Desde 2014, acontece o racionamento aqui, porém, era em proporção menor. Agora o fornecimento de toda a cidade é interrompido às 10h e reestabelecido somente às 18h", afirma o engenheiro do SAAE, Reinaldo Alves de Quadros.
Em contato com o G1, o prefeito Denílson Silveira afirmou que nesta quinta-feira (22) será assinado um decreto de estado de calamidade no município.
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