terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Montes Claros - Instrutor de autoescola é preso ao tentar negociar aprovação- Rony Colares e aluna foram presos durante exame de CNH. Ele teria pedido R$ 1.500 para aluna e tentou fazer acordo com examinador.




Michelly Oda
Do G1 Grande Minas

Um instrutor e uma aluna de uma autoescola foram detidos na manhã desta terça-feira (20), em Montes Claros (MG), durante a aplicação do exame para a obtenção da CNH. Rony Carlos Colares teria cobrado R$ 1.500 da aluna e teria oferecido dinheiro para que um avaliador a aprovasse.  Ele pode responder por corrupção ativa, com pena prevista de dois a 12 anos.
A aluna diz que estava tentando tirar a CNH pela quarta vez. “Ele falou que se eu pagasse podia facilitar para que conseguisse a carteira. A gente acaba caindo por inocência e fazendo besteiras como essas”, fala.
Os dois foram autuados em flagrante e encaminhados para o Presídio Regional. Segundo a delegada Gislaine Veloso, o instrutor responderá por corrupção ativa, e a aluna responderá pela co-autoria do crime, "por ter consciência da ação que seria cometida". Eles foram colocados á disposição da Justiça. A pena é reclusão de dois a 12 anos, e o crime é inafiançável.
O crime foi descoberto pela polícia depois que o homem abordou um dos avaliadores da banca examinadora. “Eu estava no carro, esperando meu colega, quando ele [Rony] chegou e disse que tinha uma candidata que queria pagar para passar. Perguntei quem era e qual carro estava, e logo comuniquei à delegada”, conta  Vivaldo Ferreira.

O examinador, que faz parte da banca há cinco anos, fala que esta foi a primeira vez que passou por esta situação. "Ele tentou me corromper, mas não divulgou quanto iria pagar. É constrangedor, a gente se sente uma mercadoria."

A delegada Gislaine Veloso explica que na maioria dos casos os examinadores sequer têm conhecimento de que os candidatos pagam para ter supostas facilidades, quem cobra por isso cria situações para que os alunos pensem que há acordos com os avaliadores, quando na verdade, não há.
“Eles [instrutores desonestos] procuram por pessoas mais vulneráveis, que têm dificuldade em conseguir a CNH, cobram e oferecem vantagem para a aprovação no exame. Mas muitas das vezes a banca nem tem conhecimento disso. Se aprovado, o candidato acha que passou porque pagou, se for reprovado, o instrutor fala, por exemplo, que ele havia combinado com outros examinadores.”

A delegada destaca também que a Polícia Civil faz campanhas para esclarecer que o candidato não tem que pagar nenhuma quantia em dinheiro para os examinadores. E, caso eles paguem, podem ser responsabilizados criminalmente por isso. Gislaine Veloso também destaca que há outras pessoas sendo investigadas pelo mesmo crime.

O que diz o instrutor
Rony Colares afirma que não recebeu nenhuma quantia em dinheiro da candidata à CNH e também afirma que não propôs nenhum tipo de acordo para o examinador Vivaldo Ferreira. “Eu apenas pedi para que ele desse uma força para ela, mas fui mal interpretado”, destaca.


O que diz a autoescola
Já a esposa do proprietário da autoescola, Márcia Reis, diz que prefere se pronunciar depois que a investigação for concluída. Ela ressalta que, caso seja comprovada alguma irregularidade na conduta do funcionário, as providências necessárias serão tomadas.

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