terça-feira, 1 de agosto de 2017

A "INDÚSTRIA DA SECA DO NORTE DE MINAS": MAIS UM CAPÍTULO DA CANALIZAÇÃO DO GORUTUBA


É do conhecimento de todos (ao menos deveria ser) a real situação de calamidade hídrica que passa a região Norte Mineira. Assim como é do conhecimento da maioria a real situação da Barragem Bico da Pedra, responsável pelo abastecimento de Janaúba e Nova Porteirinha. Porém o que pouscos sabem é que nada, absolutamente nada, está sendo feito para impedir que a pouca água da Barragem do Bico da Pedra seja preservada. 


(Vista aérea - Lago da Barragem Bico da Pedra, Julho 2017 - Foto: divulgação facebook)


Em meados de 2012, quando a imprensa começou a destinar uma maior atenção ao lago do Bico da Pedra, políticos e gestores de autarquias, rapidamente-se mobilizaram para dar uma respostas aos questionamentos. De lá para cá, foram várias as reuniões, audiências públicas, anuncios e mais anuncios de datas e obras, porém, passados 5 anos e elas ainda não passaram de promessas.


(Vista parcial do lago com área de captação ao fundo, Janeiro 2011- Foto: Júnior Soares)


A busca incansável pelo voto, faz, com que gestores, com suas assessorias a "tira colo", façam aparições e discursos cheios de emoção a cada três meses, falando sobre um assunto que é velho conhecido da região, mas, que nunca foi feito algo de fato para mudar ou ao menos amenizar a situação. São tantos os nomes que já usaram a famosa "industria da seca" para angariar um "punhado" de votos que fica até difícil enumerar, porém, as pessoas que de fato acompanham a vida das duas cidades saberão definir quem são.

(Placa divulgação da obra colocada na entrada de Nova Porteirinha - Foto: Júnior Soares)

É fato que isso é uma política de longo prazo, mas, é preciso dar inicio. Desde a relização de fiscalização sobre o rio Gorutuba constantemente para evitar o desmatamento do restante de matas que ainda existe, a revitalização e delimitação de uma área de segurança sobre a margem do rio nos lugares que hoje se transformaram em pastagens. Maior controle sobre construções nas margens da represa, enfim, uma série de questões que podem ser levantadas.
Mas, há tambem aquelas de curto espaço, em caráter emergêncial, como é o caso da tubulação do Projeto Gorutuba e Lagoa Grande, que desperdiça metade da água que é captada para irrigação. 
Nesse momento, quando o nível da barragem já se encontra no volume morto, e que já deveria ter sido paralisada a irrigação, para não colocar em xeque o abstecimento para o consumo humano futuramente, faz-se refletir que se essa tubulaçao tivesse sido implantada ainda em 2012 ou no máximo em 2013, talvez a situação hoje seria outra. 

Somente em 2017, vários anuncios de reuniões e anuncios de reinicio da obra foram feitos. Nessa segunda feira mais uma reunião foi realizada em Brasília para tratar do assunto, segundo comunicado da AMAMS enviada a redação da Rádio Onda Norte. 
O grande problema é que enquanto os gestores não resolvem a situação de fato, os dados são maquiados para evitar alarmar a população. Pelos cálculos realizados pelo Jornalismo Onda Norte o lago entrou no seu volume morto desde o dia 23 de Julho. Quando esse volume é atingido é preciso paralisar qualquer captação para ooutra finalidade e reservar a água para o consumo humano e de animais, se não houver outra fonte.
Mesmo com essa situação a irrigação continua em andamento, mesmo que reduzida e as obras tão exploradas politicamente continuam paradas.  

http://www.radioondanortefm.com.br/Noticia?id=98497&item=A-

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