Imagem: GPS Mineiro
Além de Cláudio, onde o equipamento fica na fazenda de um tio do senador, Montezuma (imagem)tem aeroporto ocioso na maior parte do ano
Os políticos brasileiros, como é sabido, detestam andar de transporte público ou pegar as sempre letais rodovias que cortam o país. Com recursos próprios ou pendurados nas tetas da viúva, eles gostam mesmo é de avião. No alto escalão da República então, essa é a máxima, com o argumento de que o Brasil tem extensão continental. Eis aí, quem sabe, uma boa explicação sobre os motivos pelos quais o transporte púbico e as estradas serem tão ruins no Brasil.
O jornal ‘Folha de S.Paulo’ traz, neste domingo, manchete bastante incomoda para o candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves. Segundo reportagem de Lucas Ferraz, no final de seu mandato como governador do Estado, o governo de Minas gastou quase R$ 14 milhões para construir um aeroporto dentro de uma fazenda de um parente do senador tucano Aécio Neves, no fim do seu segundo mandato como governador do Estado.
O aeroporto, que fica no município de Cláudio, a 150 km de Belo Horizonte, ficou pronto em outubro de 2010 e é administrado por familiares do senador tucano e Aécio. Segundo a “Folha”, a família de Múcio Guimarães Tolentino, 88, tio-avô do senador e ex-prefeito de Cláudio, guarda as chaves do portão do aeroporto. Para pousar ali, é preciso pedir autorização aos filhos de Múcio. Embora o candidato e o governo do Estado argumentem que a área foi desapropriada e, portanto, tem agora status de coisa pública.
A pista tem 1 km e condições de receber aeronaves de pequeno e médio porte, com até 50 passageiros. O local não tem funcionários e sua operação é considerada irregular pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), porque a documentação para sua homologação anda não foi entregue. A obra foi executada pelo Deop (Departamento de Obras Públicas do Estado) e fez parte de um programa lançado por Aécio para aumentar o número de aeroportos de pequeno e médio porte em Minas. A família do candidato contesta na Justiça o valor de R$ 1 milhão já pago pela desapropriação do terreno.
Em resposta ao jornal paulista, tanto o governo de Minas como a presidenciável tucano ressaltaram, via assessoria, que a obra em Cláudio seguiu critérios técnicos e que, no episódio, prevaleceu "exclusivamente o interesse público". Segundo o Estado, a obra foi "muito mais barata" por ter aproveitado a pista que já existia na fazenda do tio de Aécio. O parentesco do proprietário da fazenda com Aécio não pesou na escolha do local e que não houve qualquer gestão de Aécio em torno do assunto. O senador se recusou a informar quantas vezes passou pelo aeroporto.
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