Três homens foram condenados pelo assassinato de uma jovem de 17 anos, ocorrido no bairro São Bernardo, na Região Norte de Belo Horizonte, em 2013. O crime teria como motivação desentendimentos em um ritual. A decisão, que foi divulgada pela Justiça mineira nesta terça-feira (20), foi tomada pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, do 1º Tribunal do Júri, na noite desta segunda-feira (19).
De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, Warley dos Reis Valentim da Silva, de 20 anos, deverá cumprir 12 anos de prisão. Raony Dias Miranda, de 20, foi condenado a 13 anos de reclusão. Já Kliver Marlei Alves Dos Santos, de 25, teve a maior pena – 16 anos.
Segundo a denúncia, o crime aconteceu na casa de Miranda, onde funcionaria um terreiro de candomblé, sob a responsabilidade dele. Segundo a Justiça, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sustenta que o assassinato teria acontecido porque a vítima se recusou aderir às práticas dos três jovens e arrebentou uma guia de orixá, que se destinava a proteger o grupo.
Ainda conforme a assessoria do fórum, a defesa dos réus negou que o assassinato tenha tido como pano de fundo um ritual de magia negra. Segundo os advogados dos réus, apenas Silva teria participado do crime, sem ajuda dos outros acusados. De acordo com os defensores, a vítima estaria armada, e o rapaz teria agido em legítima defesa.
Os três jovens condenados estão presos. Segundo a sentença, eles não poderão recorrer em liberdade.
Ao G1, o advogado Rodrigo Braga informou que já recorreu da sentença. Ele considera que as provas contidas no processo são contrárias à decisão e, por isso, quer a anulação do júri popular.
O caso
O crime aconteceu no dia 31 de outubro de 2013 – dia das bruxas. A polícia chegou ao trio em fevereiro do ano passado, quando eles foram apresentados.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Cristina Angeline, a adolescente tinha começado a frequentar o centro de candomblé fazia pouco tempo. Após quebrar o pacto, ela foi morta para que os homens se mantivessem protegidos.
"Eles atraíram ela até o centro. Um deu uma gravata e outro deu várias facadas. Depois, eles beberam o sangue para fechar o corpo e ficar protegidos", explicou a delegada na época das investigações. Após o crime, o corpo da vítima foi jogado do segundo andar do centro de candomblé na calçada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário