quinta-feira, 13 de maio de 2021

Aumenta o consumo de açúcar durante a pandemia Pesquisa aponta que 40% dos indivíduos analisados consumiram mais do que o recomendado pela OMS

 


Aumenta o consumo de açúcar durante a pandemia

Pesquisa aponta que 40% dos indivíduos analisados consumiram mais do que o recomendado pela OMS

 

Aquela vontade de comer um docinho pode ter sido potencializada durante o período de isolamento social. É o que mostra um estudo da Clínica Integrada de Atenção à Saúde do Centro Universitário Una, em Belo Horizonte, realizado com 244 pacientes, de 20 a 30 anos, em teleatendimento nutricional durante quarentena.

 

A pesquisa apontou que 40% dos indivíduos analisados consumiram mais de 25g/dia de açúcar, a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mostrou também que 64% dessas pessoas ultrapassaram a ingestão diária recomendada, de 190mg de colesterol.

 

Segundo o professor e coordenador do curso de Nutrição da Una, Eric Liberato Gregório, o consumo em excesso, e a longo prazo, de alimentos ricos em açúcar e colesterol pode ser um dos fatores desencadeantes de comorbidades como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, o que classificaria o indivíduo em um grupo de risco do Covid-19. “Dietas com baixa variedade de alimentos e alto consumo de processados e ultra processados frequentemente estão associadas à ingestão excessiva de açúcar e colesterol, o que pode desencadear riscos à saúde de indivíduos de qualquer idade, bem como aumentar a chance de surgimentos de morbidades associadas”, explica.

 

O período de isolamento social possivelmente desencadeou mudanças nos hábitos alimentares de muita gente. Houve um aumento no consumo de alimentos industrializados com baixo teor nutricional e rico em açúcar e colesterol e a diminuição de consumo de alimentos in natura.

 

A vontade de comer doces, em alguns casos, pode ser comparada a um vício. O açúcar eleva os níveis de glicose do organismo e estimula o pâncreas a liberar o hormônio insulina, que transforma a glicose em energia e estoques de gordura. Quanto mais açúcar, mais a insulina terá dificuldades para normatizar os níveis de açúcar no sangue e para mantê-los dentro de níveis aceitáveis para saúde. Uma grande quantidade de glicose na corrente sanguínea causa diversos problemas, entre eles o diabetes. “Sempre que o pico de insulina baixa no corpo ocorrerá uma sensação de desejo de se consumir mais açúcar”, reforça.

 

O especialista lembra que o açúcar não está presente apenas nos doces, mas também em alimentos como sucos, refrigerantes e pães. Os consumidores também devem ficar de olho nos rótulos. “Maltodextrina e dextrose são substâncias de altíssimo índice glicêmico, são sinônimos do açúcar”, diz Gregório.

 

A ingestão de doces ativa o sistema de recompensa do cérebro que libera serotonina e dopamina, neurotransmissores que produzem a sensação de bem-estar imediata. Mas, além da obesidade, o consumo excessivo de açúcar pode também gerar graves problemas como depressão, aumento do risco de problemas cardiovasculares, hipertensão e alterações de humor.

 

Atendimentos nutricionais gratuitos

A Una Cidade Universitária Guajajaras oferece atendimentos individuais às quartas e sextas-feiras de 9h às 11h e às quartas e quintas-feiras de 19h30 às 21h30. Os atendimentos são feitos por acadêmicos, com supervisão de professores. Os interessados devem se inscrever pelo link: https://forms.gle/Fnkwc4JHAKpFnqig6 .

 

 

 

 

Izabela Ferreira

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