sexta-feira, 21 de maio de 2021

Correios – a falácia da falta de capacidade de investimento

 

Correios – a falácia da falta de capacidade de investimento


Há alguns meses, Salim Mattar bradava em suas palestras Brasil afora que os Correios precisavam ser privatizados porque davam prejuízo. Como isso não era verdade, posto que os balanços dos Correios registravam lucros nos últimos anos (2107, 2018 e 2019) e as projeções futuras só apontavam para um azul ainda mais forte, o Ministério da Economia teve que buscar outro argumento para substituir esse primeiro. Surgiu aí a ideia de “risco fiscal”, ou seja, embora os Correios não dessem prejuízo, se viessem a dar prejuízos no futuro e a estatal se tornasse dependente, isso afetaria as contas públicas, o superávit fiscal.

Como mentira sempre tem pernas curtas, mais alguns meses e um estudo feito pelos Correios demonstrou não haver nenhum risco de continuidade operacional para a Empresa nos próximos 10 anos, ou seja, nenhum risco fiscal para a União.

A capacidade de produzir argumentos falaciosos do Ministério da Economia, porém, é pródiga e agora a última novidade sacada é que a Empresa precisa ser privatizada porque não tem condições de fazer os investimentos necessários nos próximos anos. E ainda anunciam isso às vésperas de a direção da Empresa finalmente ter que divulgar o lucro da Empresa em 2020, que deve se situar entre R$ 1 a 2 bilhões, cifra que só não faz sombra aos resultados de grandes bancos aqui no Brasil.

Além de ter um baixo endividamento, os Correios possuem inúmeras possibilidades de gerar caixa facilmente para alavancar seus investimentos nos patamares que a organização entender necessário. Em 2020, por exemplo, a Empresa poderia ter engordado seu caixa em alguns bilhões se tivesse realizado a seleção para novo parceiro do banco postal. Na última vez em que isso foi feito, a Empresa recebeu R$ 2,8 bilhões pela exclusividade na parceria por até 10 anos. E, como acontece no caso do Banco Postal, há outras parcerias que podem ser desenvolvidas pelos Correios para injetar recursos na organização, sem nenhuma necessidade de mudança institucional, pois os mecanismos para isso já foram criados em 2011 com as alterações trazidas pela Lei nº 12.490.

Em 358 anos de existência, os Correios construíram uma infraestrutura extremamente valiosa para o Brasil, a qual demanda hoje apenas atualização e ampliação, de acordo com a evolução da demanda. Com um mínimo de discernimento e responsabilidade na administração, os Correios podem seguir sua trilha e crescer muito, sem depender de ninguém para isso.

Importante ainda lembrar que não são raros os casos no Brasil de privatizações levadas a cabo com essa mesma argumentação de necessidade de maiores investimentos e que, depois, se mostraram desastrosas, com a não realização dos esperados investimentos, ocasionando verdadeiros apagões, como aconteceu na área de energia.

Não podemos permitir que produzam no Brasil um apagão postal a partir de declarações falaciosas, para beneficiar tão somente banqueiros e fundos de investimento. Mentira tem pernas curtas!
 
Direção Nacional da ADCAP

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