quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Operação Faroeste: Falso cônsul gastava milhões com shows e virou cidadão de Salvador

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Foto : Divulgação
Apontado como mentor da ação que visava grilar uma área quatro vezes maior que Salvador em Formosa do Rio Preto, na Bahia, o falso cônsul da Guiné-Bissau, Adailton Maturino, levava vida de luxo na Bahia, segundo o Ministério Público Federal (MPF). 

Diálogos telefônicos interceptados com anuência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostram João Carlos Novaes — um dos advogados de José Valter Dias, usado como laranja no suposto esquema de grilagem — narrando os gastos do suposto cônsul. 


Segundo as conversas, R$ 3 milhões foram investidos em um show que teve como atração a cantora Claudia Leitte. Além disso, um show foi realizado no Wet’n Wild, com os cantores Bruno e Marrone, com quem ele realizou um vídeo e distribuiu pulseirinhas com a inscrição “camarote do cônsul”. 

Ainda de acordo com a investigação, Adailton tinha também influência no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), fato que ficou comprovado após foto na posse do presidente do TJ-BA, Gesilvado Britto. O cônsul aparece na primeira fila. 

Outro motivo de prestígio do suposto representante estrangeiro foi a concessão do título de cidadão soteropolitano da Câmara Municipal de Salvador, com votos contrários da oposição, o título foi concedido a pedido do vereador Luiz Carlos (PRB).

De acordo com o MPF, apesar dele se apresentar como juiz aposentado e mediador, Adailton Maturino tinha apenas uma inscrição de estagiário na Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), que foi cancelada, além de estar associado a 13 CPFs. 

Em seis anos, assevera o relatório de Análise Preliminar de Movimentação Bancária, Maturino movimentou mais de R$ 33 milhões, entre os quais, R$ 14 milhões não apresentam origem/destino. 

Esposa do suposto cônsul, Geciane Maturino também gostava de ostentar o falso título. De acordo com o MPF, ofícios enviados à Embaixada da Guiné-Bissau no Brasil qualificam Adailton como diplomata e cônsul honorário. Já Geciane também aparece como diplomata e Conselheira Especial do Ministro do Comércio, Turismo e Artesanato da Guiné. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o governo brasileiro não autorizou a designação do casal. Desta forma, declara nula as informações fornecidas pela Guiné-Bissau. (Metro1)

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