Polícia Federal arquiva denúncia de Raquel Muniz
Estratégia pretendia retirar delegado da investigação de irregularidades na APAS
A direção geral da Polícia Federal arquivou as denúncias de irregularidades feitas pela deputada federal Raquel Muniz, do PSC, contra o delegado Marcelo Eduardo Freitas, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros. O ato assinado pelo diretor geral, Leandro Daiello Coimbra considerou improcedente a representação formulada, depois de receber a defesa do delegado montes-clarense. Nos bastidores políticos, os rumores é que Raquel Muniz formulou a denúncia como forma de impedir que o delegado Marcelo Eduardo Freitas continuasse com as investigações sobre as irregularidades praticadas pelo Grupo Soebras/Funorte, que utilizou o CNPJ da Associação de Promoção e Ação Social (APAS), pertencente a Prefeitura.
Na representação que formulou em Brasília, usando a prerrogativa de deputada federal, Raquel Muniz alegou que o delegado Marcelo Eduardo Freitas gravou mensagem publicitária isentando a Santa Casa de Montes Claros de qualquer envolvimento no esquema de fraudes em órtese e prótese, que foi apurado pela Polícia Federal e culminou com as prisões de médicos, em operação realizada no dia 2 de junho. A deputada, através do ofício 0247, emitido pelo seu gabinete, alegou que foi veiculada publicidade nas emissoras de televisão, fazendo uso explícito da instituição Policia Federal e do cargo de delegado.
A Polícia Federal abriu sete investigações contra a deputada Raquel Muniz e o seu esposo, o prefeito Ruy Muniz, por vários casos em Montes Claros, inclusive no eleitoral de 2014, onde pediu medidas mais enérgicas contra a deputada, acusada de irregularidades eleitorais. Além disso, um levantamento realizado mostra que o casal responde a 154 processos na Justiça de Montes Claros, somente na comarca de Montes Claros e outros 54 processos somente na Justiça Federal, também, em Montes Claros. Se inseridos os processos trabalhistas, esse volume é, ainda, maior.
A representação da deputada Raquel Muniz contra o delegado Marcelo Eduardo Freitas gerou descontentamento a diversos assessores da Prefeitura, que consideram a medida radical. Porém, depois que foi descoberta a investigação da utilização do CNPJ da APAS para a compra dos equipamentos hospitalares da Soebras/Funorte na Alemanha, muitos entenderam o que a deputada queria com isso, levantar suspeição ao delegado e com isso, provocar seu afastamento da investigação.
Jornal Gazeta
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